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terça-feira, 26 de março de 2024

SOMOS E ESTAMOS EM PROCESSO !

 


É importante não esquecermos disso! Somos mutantes ligados ao eterno movimento da Vida. Quem sou eu? Não sei, ainda estou em processo! Não sou quem eu pensei ser, não sou quem eu queria ser, não sou quem eu mostrava ser para todos, querendo ser amado e valorizado... É assim, com todos e com tudo!

Entendendo isso, fica mais fácil Ser e Estar em meu caminhar. Atento a mim, posso ter uma ideia do que posso ou não posso, hoje ou nesse instante. Isso é muito importante em minhas relações. Preciso delimitar espaços no cotidiano de nossas relações. Quanto mais próximas e afetivas, mais difícil e mais importante se faz resguardar o espaço entre nós.

É muito complicado porque aprendi a amar apegado, buscando segurança nos outros, acreditando ter o poder e o dever de controlar quem amava! Estávamos todos misturados na vida e no amor e acreditávamos que assim permaneceríamos e seríamos felizes...

Mas, nesse jogo os outros tinham suas próprias ideias e seu próprio caminhar! E o amor virou luta desesperada e tudo se acabou! O instinto de Liberdade gritou mais forte, quebrou as crenças erradas  e nos liberou para seguirmos com erros e acertos a nossa própria caminhada de mutantes...

Hoje, vamos entendendo que nossa possível tarefa é ir descobrindo e resguardando nosso espaço para experimentar, aprender e caminhar. Como sair do nó de nossas relações tão embaralhadas? Preciso de coragem para enfrentar meus medos de abandono, minhas culpas, minha arrogância, meu controle... De força para não ceder  aos jogos de manipulação nas relações...Preciso acreditar na importância do Respeito, que garante o  espaço para o Amor e o Propósito de nosso Caminhar!


terça-feira, 19 de março de 2024

A DOR DA IMPOTÊNCIA II

 


Passamos pela experiência desta vida movidos por desejos, sonhos e crenças. Os desejos e sonhos nos arremessam em busca de prazer, alegrias, “felicidade.”.. As crenças nos são ensinadas e  moldam nossos passos e nossas “missões” familiares e na sociedade.

Em família, estamos juntos, aprendemos a criar vínculos afetivos, mas somos todos únicos e diferentes. Desejamos, sonhamos e fazemos escolhas diferentes. E isto fará com que entremos em choque uns com outros e, mais ainda em nossas missões de controle, por amor. 

A crença principal não nos foi ensinada – Não temos o poder de nos modificar uns aos outros, de modificar o passado, nossos destinos... Somos criaturas, não temos o poder do Criador!

Acreditamos que temos o Poder e Dever de controlar, para consertar, salvar, resgatar...  Lutamos para consertar os companheiros, os filhos desencaminhados, os pais teimosos... De tanta luta, nos afastamos, irritados, magoados, desgastados...e ainda insistimos!

Finalmente, um dia, pela Graça de Deus, somos confrontados com a verdade da qual tanto fugimos! Não vamos conseguir modifica-los! Somos Impotentes perante a  vida, a morte, o destino, as escolhas dos outros! Machucamos  tanto ao amor que nos unia ! Cai a ficha e a dor maior desse momento nos leva ao Desespero com o fracasso de nossa “missão “ E agora?

Agora, precisamos corrigir nosso sistema de crenças equivocado. Não tenho o poder sobre os outros!  Posso, no entanto, descobrir uma nova e possível missão, para minha vida. um novo propósito e significado : o poder de me modificar, de me descobrir, me conhecer, buscar meus sonhos, o poder de me responsabilizar pelo meu caminhar e entregar a responsabilidade  daqueles que amo por suas próprias vidas!

A Dor Maior redirecionou minhas crenças sobre quem sou Eu e quem é o outro, sobre o Respeito a mim mesmo, ao outro e ao Amor.  A dor maior me ensinou a humildade de ser apenas uma criatura e  me entregar, com Fé e Paciência, ao tempo e decisões do Criador.


segunda-feira, 11 de março de 2024

DEFESAS QUE NOS ISOLAM

 


Por que nos defendemos tanto, todo o tempo, com todos, de todos? Acredito ser porque vivemos, desde os primeiros anos, num mundo de lutas, de críticas, de culpas, subjugando uns aos outros, para sermos os melhores, para sabermos mais, podermos mais...  Tudo em busca de Amor, Valor, aceitação, pertencimento...

Estamos sempre alertas, nos “defendendo” uns dos outros, mesmo nas relações mais queridas com filhos (de qualquer idade), pais, amantes, companheiros... Ou criticamos por amor, para ensinar, salvar e controlar, ou sofremos pelas criticas que nos culpam e desvalorizam...”O que você está querendo dizer?” “A culpa foi minha ?     ” O que falar poderá ser usado contra você !”

A comunicação está truncada, distorcida, sempre mal interpretada nessa luta. Como tempo, incorporamos esse estado de alerta e vigilância nas relações mais queridas...Para fugirmos a esse controle, perdemos a espontaneidade, nos omitimos ou mentimos. As conversas   tornam-se superficiais, porque nos tornamos vigilantes e não confiantes...  As defesas nos isolam de quem mais amamos!

Se me conscientizar dessa situação, se me magoa essa dificuldade e superficialidade nas relações queridas, cabe a mim fazer a minha parte para uma maior aproximação.    Com Paciência e Coragem buscarei depor minhas armas e defesas e me aproximar com Cuidado e Respeito daqueles que amo.

À princípio, falar pouco, sem querer orientar e controlar, elogiar com Honestidade, Ouvir com interesse e levar um sorriso de alegria com muita ternura. Acredito ser importante transmitir com Honestidade e Simplicidade o que sinto, sem a expectativa apressada de que o outro aceite, confie e abrande suas próprias defesas. Como a própria Vida, tudo está em processo, inclusive nós, e cada um tem seu tempo e interesse.


segunda-feira, 4 de março de 2024

A VIDA ESTÁ VIVA !!!

 


A Vida está viva, trepidante, em mudança! Como num caleidoscópio, conforme eu olho, ela muda. Mudanças boas, mudanças que doem... Mudanças rápidas pela eterna curiosidade dos jovens em contrapartida com as dificuldades dos mais velhos em acompanha-las. Mudanças que nos agoniam pelo tempo que levam ou quando não alcançam a pressa de nossas expectativas... Mudanças rápidas, mal pensadas e mal digeridas pelas gerações mais jovens em sua ânsia faminta pelo novo...

Assim é no mundo, assim também comigo! Mudanças de humor, mudanças no amor comigo mesmo, mudanças no amor em minhas relações. Somos instáveis em nossas percepções e em nossas emoções! Estamos vivos! Tangidos por tantos fatores, ao sabor do mundo, como águas do oceano em marés altas e marés baixas...

Somos seres vivos, em constante mutação, num processo individual e contínuo, com altos e baixos, em sonhos delirantes, conquistas individuais maravilhosas e quedas que nos atrasam, mas sempre em direção ao melhor, evoluindo...

Os desafios e os tropeços nos sacodem da estagnação, da preguiça, da acomodação. A dor nos empurra em busca de momentos melhores na relação conosco mesmos. Aos poucos, vamos desistindo de lutar com as cobranças maldosas do ego, abandonando as tempestades do orgulho/vaidade e buscando com humildade as praias suaves da compreensão e a aceitação de nós  mesmos. Estamos vivos...

As mudanças irão acontecendo, inexoravelmente... Fazem parte do processo de evolução de todos  ... O importante é a direção da nossa caminhada, atentos sempre ao chamado de um Poder Maior, que nos aguarda, paciente e amoroso.


segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

O AMOR NÃO DÓI


Amar não dói! Momentos em que somos invadidos pelo sentimento do amor são muito gostosos... Suaves ou intensos, alegres ou tristes, esses momentos nos tomam o Ser de forma integral. Somos então emoção pura.

Uma cena de singela beleza natural – a água alegre dos regatos, o mar, a brisa suave nas árvores, a beleza das pequeninas fogueiras, plantinhas brotando - a gentileza e fragilidade de uma criancinha ou um velhinho, a suavidade de uma flor, o olhar amigo, paciente e  fiel de um animalzinho, o abandono de uma pessoa no sono, a espontaneidade do riso solto das crianças,.. São momentos  no Agora, fugazes num mundo fugaz, momentos simples que desarmam o ego e somos invadidos por uma dimensão mais sutil e espiritual – a dimensão do Amor. E são instantes leves de puro gozo! O Amor não dói!

Mas a emoção maior que sentimos com os laços mais intensos gerados pelo sangue, pelo convívio, pelas grandes paixões (pais, filhos, amantes, familiares e especiais amigos) tendem a nos levar à dimensão do ego e a distorcer o Amor! Por medo de perder, esquecemos  a leveza do Amor e tentamos guardar, dominar, dirigir, controlar, transformar em Objeto aquilo que nos dava alegria e prazer...  A vida passa, o tempo tudo nos leva, sofremos e, sem perceber, passamos a acreditar que o amar é sofrer!

O Amor existe no Agora, nos momentos de alegria ao ajudar alguém, nos momentos de gratidão ao aceitar auxílio, na alegria de nossas descobertas, na generosidade de nossos perdões, nos momentos solidários, quando somos verdadeiros e justos... Nos momentos de carinho e ternura que desfrutamos em nossas  vidas.

Cuidado! Os momentos de Amor são momentos tão gostosos e intensos que insistimos em guardá-los no ego! Nem tente, porque o Amor é sutil e desaparece! Desfrute-o a cada instante. Aproveite! O Amor não dói! Ele é uma gostosura! Ele é a substância de Deus...


quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

PEQUENOS PERDÕES

 


           Em nosso dia a dia nas relações mais próximas, temos ocasião de nos irritarmos, nos magoarmos, nos desiludirmos com as pessoas que amamos. Elas estão próximas demais de nossas expectativas, de nosso amor apegado, de nossa falta de limites, de toda essa grande confusão em nome do nosso amor.

           Com os pais, sentimo-nos ainda filhos “desmamados” cedo, ciumentos e sempre ainda carentes de mais colo e cuidados. Temos dificuldade de vê-los como um homem e uma mulher com uma história e limitações humanas.

           Com nossos filhos somos amorosos cuidadores, controladores, invasores de suas personalidades únicas, em cumprimento de nossa “missão” de salvá-los do mundo!

           Com  nossos companheiros, com medo de perdê-los, entramos numa disputa inconsciente para provar que somos melhores, merecemos mais amor...

           Com outros familiares e amigos, também sob a sombra do amor, nos perdemos nas expectativas, nas crenças de laços que nos “unem” e esquecemos a individualidade de quem somos, da história que cada um está criando e vivendo como quer ou como pode.

            E então nos desiludimos, nos magoamos. Sentimos nosso amor judiado, espezinhado... Revidamos as grosserias e impaciências ou nos afastamos...  Não perdoamos esses deslizes no amor, mesmo os pequenos, que nos causam “pequenos pesares”, mas que vão ao longo dos dias, cada vez mais, nos afastando e tirando a alegria de nosso amor.

             O Perdão, antes mesmo que cheque ao Outro, pede uma reflexão em mim: Olhando para minhas próprias dificuldades humanas, criei expectativas irreais sobre o outro e sobre nossa relação? Respeitei nossas diferenças individuais? Fui invasiva e tentei controlar? Fui permissiva e não estabeleci os limites necessários ao Amor entre nós?

             Qualquer perdão nasce do olhar verdadeiro e humanizado sobre nós mesmos e sobre os outros. Ele nasce da aceitação do que fomos e de nossa boa vontade em mudar para melhor amar, nos libertar e crescer.



domingo, 28 de janeiro de 2024

ATENÇÃO COM COMPAIXÃO

 


              Atenção nos remete a estar presente, estar vivo, a observar tudo a nossa volta. Normalmente observamos e julgamos pessoas e situações conforme  nossos padrões, nossas crenças. Julgamos friamente, sem isenção, sem compaixão... A exceção fica por conta daqueles a quem amamos, onde somos mais tolerantes, muitas vezes em excesso.  Essa é a Atenção que dedicamos ao mundo exterior, atentos aos amigos e inimigos, às competições, às buscas do ego.

               Mas, e a Atenção para conosco? Ao que sinto a cada momento, física e emocionalmente? Como reajo às pessoas e situações? Eu me observo e julgo? Com que critérios? Generosos ou duros? Arranjo explicações e desculpas?

               Com o propósito de nos conhecermos melhor, insistimos na Atenção e Observação, cada vez com mais Verdade, criando uma intimidade com nossas reações emocionais, sentimentos, pensamentos, intenções. O auto conhecimento acontece na Atenção contínua de nós mesmos.

               Mas, cuidado com os julgamentos a nós mesmos! Como  pouco nos conhecemos e ainda pouco nos amamos,  a tendência é nos julgarmos sem compaixão. Frustrados e até envergonhados, feridos em nossa vaidade e orgulho por nossos erros e fracassos, sentimo-nos cheios de culpa e entramos num processo de auto punição e menos valia.

                Não desista! Insistindo no processo de Atenção e observação com Compaixão, iremos chegando à Aceitação do que fomos (e ainda somos) – à nossa humanidade ainda tão imatura, com medos, ousadias, mesquinharias, inconsequências, invejas, traições...

                Descobrindo e reconhecendo que não somos ainda o que queríamos ou pensávamos ser (perfeitos, coerentes, fortes, valentes, justos...) , vamos caminhando mais humildes, serenos e nos tornando mais imparciais e generosos em nosso olhar para o Mundo!