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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A não ser pela graça de Deus


A maior graça de Deus é Sua presença amorosa e constante em nossas vidas.
Ela nos deixa livres para crescer: errando, sofrendo as conseqüências de nossos erros, entendendo, mudando... Quantas vezes nos sentimos em desgraça; nos vimos sozinhos, desamparados, desconectados de nossa essência, de nossas opiniões, nossos objetivos, nossos ganhos e odiando nossas perdas. Lutávamos e cobrávamos das pessoas, da vida, de Deus. Ficávamos frustrados por não ser feita a nossa vontade; sentíamo-nos confusos e esquecidos quando Sua vontade se revelando nos parecia tão insensata e injusta. Mas, se achávamos que estava nos privilegiando, aplaudíamos e agradecíamos louvando: ''Graças a Deus''!
Agora entendemos que A não ser pela graça de Deus sorrimos e choramos - temos o dom da vida. Por Sua graça estamos aprendendo a aceitar perdas e ganhos como parte de um plano maior, plano que ainda não temos a capacidade de entender por inteiro, mas que, sendo de um Poder Superior mais sábio e amoroso, só pode ser perfeito. Sua graça e Seu amor nos acolhem pacientemente nos momentos de raiva, frustração, desconfiança, cobrança e descrédito.
Por Sua graça, a vida nos apresenta desafios, dificuldades, dores... Ele sabe que podermos suportá-los, fortalecendo-nos, permitindo que cresçamos e nos libertemos.
Sua graça nos inspira soluções e sugere caminhos quando abrimos o coração e silenciamos nossas mentes para poder Ouvi-lo.


Sugestões e comentários: mariatude@gmail.com

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

RIGIDEZ



                   Rigidez é a dificuldade, e até ausência, da capacidade de nos movimentarmos, que é inerente à vida. A rigidez denuncia ou prenuncia a doença e a morte. Ela se revela nos corpos sem vida, nos objetos inanimados, nas idéias fixas/fixadas, nos sentimentos negados/bloqueados, na repetição compulsiva de comportamentos, num viver programado dentro de padrões estreitos, fixos e defendidos.

                    Rigidez é observar a paisagem por uma única janela, uma pequena janela, sempre a mesma janela; é perceber e viver a vida de uma determinada maneira que, por ser sempre igual, torna-se estreita e pobre de possibilidades. É uma “simplificação” forçada, onde tudo se rotula, tudo se castra e se poda: bom/mau, certo/errado, faça/não faça, com razão/sem razão, bonito/feio, vencedor/vencido... É ver o mundo em preto/branco, ignorando as nuances, a riqueza da mistura das cores, das trocas com os diferentes, com as diferenças, ignorando a complexidade do Ser Humano e da Criação , da qual fazemos parte.

                   Os grupos humanos (Família, Escola, Igreja, Empresas, Nações, etc) tendem à rigidez (maior ou menor) para melhor proteger, conduzir, ensinar, orientar os seus familiares, seus aprendizes, seus rebanhos, empregados, cidadãos...Nesse processo, é negado às pessoas sua individualidade, sua voz, seu olhar, suas questões. Deixamos de ser um Ser único/inteiro quando o grupo exige que sejamos apenas um pedaço, uma parte que defende, repete e reflete o grupo.

                    Quanto mais sensíveis e mais intensos somos, tendemos ao exagero no modo de perceber e lidar com o mundo. Pode, em razão disso, nos parecer mais seguro e confortável escolhermos a via estreita da rigidez onde tudo já está catalogado e rotulado, onde não precisaremos escolher, modificar, redirecionar, nos movimentar, nos sentirmos sob ameaça. Preferimos a repetição (a favor ou contra) porque não nos oferece a angústia das escolhas e nos dá a segurança do grupo que nos ensinou. Mas a rigidez torna-se opressiva quando levamos muito a sério as expectativas e idealizações de fora ( Família, etc...e as nossas próprias). Acreditamos então, rigidamente, que “temos que” atender ao que se espera de nós. Aumentam então o medo, a angústia, a frustração, a mágoa, o desespero... Com um sentimento cada vez maior de uma auto-imagem cada vez menor repetimos, repetimos e repetimos comportamentos numa tentativa desesperada de cumprirmos nossas “missões impossíveis”. A pressão é tanta que um dia quebramos, como um graveto rígido que não aprendeu a se vergar. Muitos aprendemos que “quebre mas não vergue” e acreditamos ser essa posição rígida uma virtude, uma demonstração de personalidade, quando, na verdade, era um emparedar da lógica, da inteligência, do bom senso; era uma interdição às novas idéias e percepções; era uma deslealdade conosco, com nossas possibilidades, descobertas, com nossos sentimentos, com o desafio de novos comportamentos.

                    Quebramos com o desgaste de tanta luta, com a falta de opções, com as tentativas de anestesia e alienação, com a Dor que nada alivia, a dor resultante do impasse desse modo rígido de ser.    

                     Mas essa dor afinal é que, ao nos quebrar, nos liberta da rigidez, nos oferece a percepção de um mundo novo onde temos a possibilidade de ousar, mudar, ter movimento, sermos flexíveis. Descobrimos que ainda temos medos, inseguranças mas que podemos, um dia de cada vez, dar conta dos desafios desse mundo colorido, pleno de possibilidades para conviver com pessoas, criaturas, situações, desafios... podemos lidar com tudo e todos, variados e de diferentes formas – estamos vivos.


quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Pense

Precisamos exercer e exercitar o ato de pensar. Ao nos defrontarmos com as situações e os desafios, pensamos e fazemos opções ou apenas reagimos conforme nos ensinaram ou esperam de nós?. Precisamos estar com um mínimo de abertura e flexibilidade para pensar!
-Tem dado certo lutar desta maneira para mudar os outros?
-Mascarar e refrear meus sentimentos com um custo afetivo tão grande, melhorou realmente meus relacionamentos?
-Sinto-me honesto e verdadeiro nas minhas relações?
- Busco desesperadamente a valorização e o amor dos outros, mesmo à custa de luta íntima, sacrifício, segredos e mentiras?
-Acredito que a felicidade vem de fora e também me responsabilizo pela felicidade dos outros?
-Tem dado certo?
Pense – este lema nos convoca à reflexão, à atualização constante, diária, de nossas crenças sobre nós mesmos, sobre os outros, a vida, Deus... Para isso é necessário estarmos atentos, abertos, com honestidade, aos acontecimentos que nos cercam e também ao que sentimos e como agimos.
A liberdade resultará do modo como pensarmos. Temos medo da prisão física, mas a verdadeira prisão é a das crenças, dos pensamentos, que comandam nossos sentimentos e comportamentos. Abrimos mão do nosso direito de escolher o que acreditar e pensar, para aceitar e sermos meros repetidores de crenças e pensamentos alheios, ainda que nos tenham sido transmitidos com as melhores intenções.
É nossa inteira responsabilidade exercer nosso poder de pensar e fazermos escolhas ao nos abrirmos para uma nova e aberta escuta.


Sugestões e comentários: mariatude@gmail.com

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Viva e deixe viver


De um modo geral, aprendemos exatamente o contrário do sugerido por esse lema. Talvez por isso nos pareça tão difícil trazê-lo para nossas vidas. Como ter o direito de viver quando a vida das pessoas que amamos está tão confusa? Como deixá-los viver, se não conseguem fazê-lo da forma que desejamos e por isso temos a sensação de termos fracassado? Estamos despreparados para viver nossas próprias vidas; fomos condicionados a vivê-las através dos outros, dependendo deles - por amor a eles. Tentamos tanto, tentamos tudo e finalmente fomos apresentados ao 1º Passo que nos revelou o que era tão simples: somos impotentes perante os outros, não incompetentes! E nos confrontamos com a realidade de que tentando tanto, havíamos perdido o rumo e o controle de nossas próprias vidas. Essa ''nova'' verdade foi assustadora, mas libertadora, e a atitude coerente com ela era - ''Viva e deixe viver!''
Esse lema nos sugere um novo modo de amar: reconhecendo em mim mesmo e no outro a responsabilidade primeira de todos nós - vivermos nossas próprias vidas, fazermos nossas próprias escolhas, respondermos a nossos desafios, crescermos, sermos livres para melhor amar. Sob esse novo olhar, entendendo que somos únicos, com dons e personalidades próprias, podemos então ir praticando o desligamento por amor e com amor e iniciar um novo viver. Através dos Passos, com ajuda do Poder Superior e ao compartilhar poderemos ir redescobrindo a nós mesmos (pensamentos, sentimentos, atitudes), e iniciar um VIVER cada vez mais consciente. Ocupados em todo esse processo vamos deixando de tentar controlar os outros, reagir aos outros, ser dependente da dependência dos outros - compreendendo terem eles o direito às próprias vidas.
Viva e deixe viver é o lema que nos devolve a responsabilidade e a alegria de sermos quem somos, só por hoje, enquanto nos ensina que a principal característica do amor é respeito a nós mesmo e aos outros.


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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

AÇÃO É RECUPERAÇÃO

Nós, Anônimos, somos homens e mulheres de boa vontade em ação; ação que busca a recuperação de nossa sanidade, de nosso equilíbrio, de nossa possibilidade de amar sem medo e luta, a recuperação de nossa capacidade de ser feliz.
Os Passos, lemas, toda nossa literatura nos apontam um novo caminho para esse velho anseio. Eles sugerem uma ação diferenciada daquela que sempre tivemos. Ela precisa ser diferente para ter coerência com o que hoje acreditamos que possa nos trazer felicidade.
Estamos trocando um caminho que nos levava sempre para fora, para a luta, o controle, a busca do sucesso material, o prestígio, pela descoberta continuada de uma trilha interna, incrível, inexplorada, que nos leva ao despertar de nossa espiritualidade, de nossa capacidade de viver com gentileza, compaixão, alegria... com amor.
Nós entendemos que não basta compreender, endossar, admirar, propagar tudo que estamos descobrindo nessa nova possibilidade de viver. Sem uma ação modificada, coerente com esse novo desejo, ficamos imobilizados no campo das idéias, das teorias, não avançamos e retornamos, aos poucos, às velhas disputas...
Ação é recuperação quando experimentamos, ousamos, fazer diferente do que fomos condicionados, do que nos é cobrado. É usar os impulsos internos e ternos do nosso coração orientado por uma mente aberta para superar as dificuldades das mudanças, nossos tropeços, nosso ritmo inconstante, as crenças e comportamentos antigos que ainda gritam tão alto em nós querendo nos imobilizar, fazer retroceder. É estar cada vez mais comigo, numa relação diferente, atenta, curiosa, gentil, aceitando-me para poder me modificar - numa relação respeitosa e responsável. Se os Grupos nos dão a oportunidade de aprender esse novo modo de estar em ação, ensinando-nos a compartilhar - ouvindo com abertura e compaixão e a nos revelar com coragem e verdade - é ali também, e principalmente, que podemos praticá-lo. O Serviço é onde efetivamente exercitaremos essa ação que revela, ou não, nossa recuperação. É onde precisamos ser responsáveis, honestos e respeitosos com as tarefas que nos são delegadas e, na mesma medida, quando as delegamos a nossos companheiros. Atenção a nós mesmos, nas Reuniões de Serviço onde as opiniões diferem e as personalidades ameaçam a Unidade e os Princípios Espirituais que tanto buscamos. Atenção para
chegar ao outro com respeito, sem tentar catequizar, convencer, competir, sem fazer promoção arrogante das nossas certezas. Essa ação diferente no Grupo e nos Serviços é que vai preparando-nos para a recuperação maior de nós mesmos e de nossas relações.
Essa é a ação que traduz e fortalece a recuperação e a ela precisamos estar atentos com perseverança e muito boa vontade, um dia de cada vez, um momento de cada vez.


Sugestões e comentários: mariatude@gmail.com