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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

AMOR SEM TERNURA



              A Ternura é o que perfuma, é o que dá viço, ao amor. Mas, por que acabamos amando, àqueles que mais amamos, sem ternura? Por que nos negamos à doçura, à gostosura, de externar nosso amor pela ternura? Por que nos negamos um toque carinhoso em quem amamos; por que negamos palavras doces, gentis...
Por que estabelecemos um deserto árido e espinhoso entre nós e os que amamos?
Fico pensando, às vezes relembrando, tentando entender nossos porquês, tão individuais. Os porquês de nos negarmos ao maravilhoso desfrutar da ternura, do amor expressado de forma tão doce.

Acredito que essa negação, essa clausura tão desamorosa que nos impomos, vem do medo de nos revelarmos, medo de nos sentirmos inseguros, vulneráveis às dores do desamor, das perdas... Aprendemos a amar com apego, com possessividade, com controle (aos filhos, aos pais, aos companheiros) e, aos primeiros sinais de perigo, de desapego, de perda de controle na relação, o medo e a desconfiança nos invadem. Medo de acreditar e ser mentira, medo de nos deixarmos manipular, medo de nos decepcionar, medo, medo... Esse medo nos leva a levantar muralhas para nos defender da dor, mas o que era para nos proteger acaba nos afastando, aprisionando, manietando, amordaçando nosso amor! Ele já não se atreve a se “denunciar”, a se expressar pela ternura. Não consegue atravessar o espinheiro defensivo, agressivo, “indiferente”, “durão”, que estabelecemos entre nós e nossos amados. A relação vai tornando-se então doída, chorada, ácida, árida! Confusos, nos perguntamos: Onde foi parar nossa ternura?
Assustados, descobrimos: Não encontramos mais um jeito de expressá-la!

            Juntos,“como pedras que choram sozinhas no mesmo lugar” ou separados, quando eles se vão de nossas vidas, quando não mais podemos lhes transmitir toda a ternura represada, resta uma triste agonia, uma imensa agonia, um triste sentimento de perda pelo que deixou de ser vivido, pelo que poderíamos ter desfrutado.
Não podemos resgatar relações ou fases de relações – é o passado. O que passou não volta, mas pode nos ensinar! Pode nos ajudar a entender que nos entregamos a expectativas equivocadas, irreais, idealizadas, de poder, apego e posse sobre pessoas, quaisquer pessoas. Podemos aprender a reconhecer e cuidar de nossos medos, aprender a ser assertivos, honestos...

           Todo esse processo vai libertando-nos para podermos amar com “pés no chão”, mantendo nossos limites, mas preenchendo os espaços entre nós
com respeito, carinho, bom humor, gentileza... Expressando todo esse amor com as delícias da Ternura.

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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A DESCOBERTA DO VALOR


              O que, talvez, mais nos importa na vida, é a percepção de nosso valor. Afinal, nós existimos! No entanto, essa percepção está atrelada ao reconhecimento desse valor pelos outros! É isso o que perseguimos, todo o tempo, ansiosamente, às vezes com desespero: atitudes de gratidão, palavras de elogios, que confirmem nosso valor. Para receber essa validação externa, abrimos mão de quem realmente somos, do que pensamos, do que sentimos, tentando agir de forma a não decepcionar. Disfarçamo-nos com as mais atraentes máscaras, dizendo aos outros aquilo  que querem ouvir, fingindo ser quem não somos, buscando todo o tempo “mostrar serviço”... Assim, passamos a vida mendigando o reconhecimento do nosso valor numa lamúria escondida (ou não), revoltada, sofrida, falada, pensada: “Sou bom, sou capaz, faço bem, faço até melhor, merecia ser visto, ouvido, reconhecido! Mereço sua gratidão, ser valorizado.” Quem não disse, ou pelo menos pensou, em algum momento, ressentido: “O dia em que eu morrer, ou me for, é que vocês vão me dar valor!”. Muitas vezes, essa mágoa pelo não reconhecimento a contento nos leva à inveja e ao despeito pelo valor dado aos outros ou acabamos por nos acreditar menores, incompetentes, desqualificados, com a auto-imagem enfraquecida, pequena.

            Todo o tempo nos medimos pelo olhar dos outros. Isto é Foco Externo. Não nos foi ensinado a nos olharmos, nos apreciarmos, a nos valorizarmos. Mas, hoje, já adultos, é nossa responsabilidade começarmos a valorizar nossas qualidades, nossas qualificações, nossos dons únicos, nossas infinitas possibilidades; aceitar nossa história, nossos sucessos e insucessos, nossas coragens e covardias, nossa humanidade... Poder dar voz a quem somos e mesmo quando fracassarmos em projetos, podermos valorizar a honestidade e o nosso crescimento ao reconhecê-los e analisá-los.

Precisamos lembrar de manter o foco em nós mesmos, recusando comparações externas. Precisamos lembrar que somos seres únicos, centelhas únicas de uma Luz Maior, “criações únicas de um Criador tão criativo que não trabalhou com cópias”. Temos um valor intrínseco que independe de julgamentos externos. A cada um de nós cabe acreditar e caminharmos, respeitando o valor dos outros, “curtindo” sermos aplaudidos e admirados, mas sem ter necessidade dessa afirmação externa. Iremos assim desenvolvendo uma segurança tranqüila e um senso de valor e dignidade própria.

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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O APRENDIZADO DO AMOR


            Somos seres originados de um Amor Maior. Por isso, só o amor, realmente, consegue nos preencher, dar um sentido maior à nossa vida. Só ele pode nos dar uma sensação de saciedade interior, de plenitude. JeanYves Leloup afirma que “nascemos e vivemos para aprender a amar”. Eu também acredito nisso. Afinal, buscamos todos ser felizes!

Em nosso ainda imaturo mundo interior, podemos perceber o Amor apenas em momentos especiais, quase em flashes, que nos deslumbram e aquecem. Na maioria das vezes, nos enganamos sobre ele, deformando-o, apequenando-o, confundindo-o com sensações apenas físicas e emocionais.
É natural, na medida em que o Amor nos perpassa também nestas dimensões. Mas ele é maior, mais abrangente... A busca dessa totalidade amorosa é incessante, contínua, em nossa evolução. Sentimos, até pressentimos, que dele nos originamos e que só nos encontraremos e completaremos quando pudermos vivenciá-lo de todas as formas, em todos os momentos... Ele é a nossa vocação (o que nos chama), nossa direção, nosso propósito, nossa destinação!

            Desde que nascemos iniciamos nosso aprendizado e exercício do amor. Aprendemos a amar com instinto de sobrevivência, buscando fora amar quem ou o que nos garantisse a vida, o conforto, o prazer. Nosso pequenino ego, defensivo e inseguro, nos levava a amar com apego, sugando, tirando do outro, do mundo, o que nos era prazeroso, necessário. Era um amor egoísta,  primitivo, possessivo, do Eu e do Meu, do dominador e do dominado. Atendia necessidades primárias que, quando evoluímos, já não nos satisfazem. (e se satisfazem, é porque não evoluímos!).Começamos, mais tarde, a entender e sentir a gratificação de Doar e Receber. Era o aprendizado do Amor da Troca. Mas ainda tínhamos muito medo de perdermos o “objeto” do nosso amor, de sermos rejeitados, preteridos. Ainda buscávamos fora. Aprendemos a usar máscaras que nos fizessem parecer mais bonitos e desejáveis e acabamos por nos apaixonar por nossas fantasias! E amamos corpo e alma, com paixão. E por ela mergulhamos em abismos, fizemos desatinos, fingimos, mentimos... Estávamos deslumbrados, apaixonados pelo Amor. Mas era um Amor de Troca, queríamos o mesmo do outro! E esse amor troca transformou-se em amar com perseguição, competição, luta, cobrança... Quem se doou mais? Quem fingiu mais? Quem recebeu menos? Quem é o melhor, e o pior?
A dor do desengano, das desilusões, a amargura de assistir à falência desse modelo amoroso, nos leva muitas vezes a desistirmos de amar ou a tentarmos repetir etapas, mudando apenas de pessoas.
Mas também pode nos preparar para a possibilidade de iniciarmos uma nova etapa do aprendizado do Amor: desapaixonar-se, deixar as fantasias, para nos vermos com mais realidade, maturidade, humanidade. É o início desse novo aprendizado, o exercício do Amor Parceiro, generoso, gentil, amigo. Amor que se respeita e respeita as diferenças, que aceita, que tem compaixão, que é solidário, que nos mantém unidos, mas livres. Um amor que trás alegria e gostosura às nossas vidas.

            Mas, precisamos mudar o foco. Todo esse processo precisa acontecer em mim, primeiro em mim. Preciso vivenciar esse processo interno que me leva a conhecer-me, aceitar-me e me ensina a amar com alegria, amar  descobrindo as muitas faces do Amor. Então, ele naturalmente transborda para os outros, para qualquer das minhas relações amorosas, familiares ou não.

            Estamos vivos, em movimento, em processo. Assim também o nosso aprendizado do Amor. Desde o Amor que suga e aprisiona, o amor que
troca e conflita, o amor que ilude e desilude, o amor que aproxima mas nos deixa livres...Ainda não estamos completos e nosso aprendizado também não. Em algum dia, em algum tempo, em algum momento, conseguiremos alcançar uma nova etapa, a do Amor Maior, Total, Abrangente a Tudo e Todos, Incondicional. E é exatamente de onde viemos!

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domingo, 11 de setembro de 2011

PECADOS CAPITAIS


             Desde sempre fomos assombrados por ameaças familiares e religiosas de estarmos “pecando”. Perderíamos o céu, padeceríamos, talvez para sempre, no inferno! Hoje, como tudo é banalizado, mas pouco entendido, também o “pecado” infunde menos medo, embora faça parte, cada vez mais, de nosso imaginário e de nossas vidas. Mas, o que é afinal o “pecado”? A origem da palavra quer dizer – errar o alvo. Qual é o nosso alvo? O que buscamos atingir? A felicidade!

“Pecado” são crenças e atitudes que adotamos e incorporamos, com intensidade cada vez maior e que nos tiram da direção que leva ao alvo, ao nosso centro, à nossa dimensão espiritual, à nossa felicidade. Eles são muito humanos, característicos de nossa materialidade, das crenças do nosso ego, mas, quando são exacerbados,  nos afastam de nossas características de seres espirituais, sendo por  isso sinalizados como “pecados capitais”!  Eles mantém nossa atenção fora de nós mesmos, sempre buscando fora, no mundo, comparando e competindo, atraindo-nos para o mundo material, subjugando-nos aos prazeres básicos como comida e sexo, enfeitiçando-nos com a promessas de dinheiro, poder, prestígio... Distraindo-nos de nós mesmos.

            Já se disse que “pecado” é o exagero do que é bom; é a entrega intensa e cega a tudo que nos trás prazer momentâneo, fazendo-nos esquecer ou desistir de buscarmos também a Felicidade. Com o foco de  atenção fora de nós, nessa busca egóica e material, nos entregamos a essas distorções que vão se transformando em defeitos de caráter.
 - orgulho, a percepção distorcida do Eu. “Sou melhor, mereço mais; sou especial e diferente. Os outros, não!”
 - inveja, de bens e dons do outro. Ela deixa um ranço amargo, o despeito, menos pelo que não tenho, mais pelo que o outro tem!
 - avareza, apego, que me aprisiona a coisas e pessoas. Pessoas que transformo em coisas minhas (ciúme) e que aprisiono a mim. Coisas que busco sempre mais e mais, na agonia de preencher um vazio que não é material!
 - raiva, que decorre da não aceitação de nossa impotência ante os fatos e as pessoas.
 - gula, a busca descontrolada pelo prazer, pelo preenchimento, na tentativa da saciedade física de um vazio que é da Alma, do Espírito.
 - luxúria, a ânsia na busca de um prazer que simplesmente já não satisfaz, que exige sempre mais, mais diferente, mais animal; que aprisiona, não nos preenche e cada vez menos satisfaz.
 - preguiça, nos torna cegos e surdos, justificando nossa inércia, mantendo-nos acorrentados, encalhados, desviados de nós mesmos, do nosso caminho, do nosso alvo.

            Todos esses “pecados”, os exageros no caráter, nos aprisionam às crenças equivocadas do ego, reforçando-as com atitudes que nos fixam apenas ao mundano nessa nossa passagem material, levando-nos à desatenção e esquecimento de nossa destinação espiritual.
Eles nos mantém, também, em constante luta interna com nossa Consciência Essencial e em luta externa por apegos materiais. Eles nos desgastam, não nutrem nosso vazio interior, não amenizam a dor difusa que sentimos pela desnutrição amorosa. O prazer sempre fugaz e ansioso que nos proporcionam é enganador, dominador, exigindo sempre mais, nos fazendo ignorar e não desfrutar o gozo suave da Suficiência mundana, que nos equilibra e liberta.

            Somos seres espirituais, ainda que numa passagem material. Precisamos ser livres e, quando nos deixamos ficar sob o jugo desses “defeitos de caráter”, sofremos e nos perdemos. Relembrando, por isso eles são chamados de “pecados capitais”, porque nos desviam do alvo, de nós mesmos. Cabe a cada um de nós estar atento a estas distorções e prisões internas e saber desfrutar do material sem nos perdermos de nossa meta espiritual.

Passo a Passo, nos Entregando a um Poder Superior Amoroso, que é nossa origem e destinação, Um dia de cada vez, com Calma perseverante, Boa Vontade e Bom Humor, poderemos ir- nos descobrindo, aceitando e reunindo Coragem para Mudar, para nos livrar desses entraves em nossa caminhada, para superar esses excessos que nos desviam da liberdade interior, do nosso alvo espiritual, da Felicidade.

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terça-feira, 6 de setembro de 2011

SÃO TANTAS COISINHAS MIÚDAS...


O que nos separou? Onde foi que nos perdemos uns dos outros? Nós nos amávamos tanto! Será que ainda nos amamos? Quanto nos amamos?
Quantas vezes revimos e revivemos as lembranças, procurando, indagando: - onde foi, em que pedaço do caminho, isto aconteceu? Que houve de tão grave, de tão marcante, que conseguiu nos distanciar? Fui eu? Foram vocês? Foram eles? Afinal, como foi?

            Tanto tempo procurei respostas para estas agoniadas indagações, querendo entender o que aconteceu com algumas das mais intensas, profundas, importantes, relações na minha vida.
Ainda não tenho todas as respostas, mas vou descobrindo algumas explicações. Talvez algumas das raízes longínquas e profundas desses desencontros tão doídos, onde tudo foi ficando tão superficial, vazio ou aguerrido. São tão doídos que acabamos por banalizá-los para que possamos “ir levando”: Pensamos e dizemos: É assim mesmo...

            Acredito que, por amor, estabelecemos, uns com os outros, expectativas ideais, irreais, para nossas performances na vida. A partir daí, todos temos medo de falhar e sermos menos amados, menos valorizados, talvez rejeitados ou preteridos. Usamos, então, bonitas máscaras e nos fantasiamos, uns para os outros. Mas estamos todos inseguros e, para manter o sonho, ficamos atentos e perseverantes na luta para descobrir o outro, torcê-los e adequá-los à imagem que criamos deles ou que eles nos apresentaram. Dessa luta sobrevém a frustração e a raiva de não podermos modificar-nos uns aos outros; a mágoa e o ressentimento por não sermos ouvidos ou atendidos; a vergonha e a culpa por falharmos nas tentativas e finalmente um grande cansaço e desânimo, dentro de nós, dentro da relação.
E aí, onde encalhamos, vamos ficando... às vezes conformados, às vezes revoltados, mas certamente doídos e solitários.

Todo esse estado interior se revela nos comportamentos que adotamos nas relações e que servem para retroalimentar toda essa agonia.  Revela-se e eterniza-se nas “coisinhas miúdas” do dia a dia:
- nas cotidianas cobranças pelos sacrifícios que fizemos por amor.
- nas comparações e discussões que se estabelecem para ver quem tem razão, quem é o melhor, quem é o pior
- nas críticas constantes que agridem a auto-imagem e magoam tanto
- na incapacidade de ouvirmos, realmente ouvirmos, com o coração.
- na dificuldade de nos revelarmos com honestidade
- nas provocações onde “damos o troco” pelas nossas expectativas e sonhos frustrados
- no abandono indiferente, nos silêncios que gritam nosso ressentimento
São tantas mais coisinhas miúdas... Nem foi preciso um grande desastre!
Foi assim.

            O que posso fazer, hoje? Não se apaga o passado, não se resgatam sonhos e ilusões. Nem são para serem resgatados! Eles nos levaram a tantos enganos! Mas posso entender todo esse processo equivocado e destrutivo de idealizações e fantasias e procurar estar atenta, todo o tempo, à realidade do que sou e do que posso, só por hoje, do que o outro revela querer e poder, do que eu quero para mim e do que eu não quero continuar repetindo em minhas relações. Preciso estar lembrando:
- sou responsável pelo meu bem estar nas relações, pelo respeito a mim e ao outro.
- o elogio é o perfume das relações.
- as pessoas são diferentes. Têm histórias, desejos, possibilidades diferentes
- não posso modificar ninguém, não sou responsável por suas escolhas
- se for honesta, lúcida e realista nas minhas relações, se escolher ser companheira, parceira em vez de adversária, submissa ou dirigente, poderei viver outras “coisinhas miúdas”, agora, gentis, bem humoradas, ternas, com gosto de quero mais... Serão novas rotinas; serão novas doces rotinas.

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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

QUANDO ELES SE VÃO


                        Impactados pela dor, a princípio só enxergamos as perdas. A perda do convívio, a perda da oportunidade de tocar, falar... A perda do nosso mundo conhecido. Nós o sentimos mais pobre, cada vez mais vazio daqueles especiais amores; nós o sentimos menos amigo, menos acolhedor, aconchegante, menos confiável. Quantas vezes passamos tempos sem ver aqueles por quem hoje tanto ansiamos. É que sabíamos que a qualquer hora poderíamos falar-lhes, vê-los, tocá-los. Agora choramos esse impedimento físico ou muitas vezes seguramos nossas lágrimas, tentamos nos distrair, não pensar, não lembrar... Parece que se nos permitirmos chorar, nos entregar a essa dor, não agüentaremos, acabaremos...
  
                        Eles se foram... E nós ficamos! Como as separações doem!
Elas trazem medo, insegurança, lembranças, culpas, saudades... Elas podem ser necessárias na visão melhor de um Poder Amoroso Maior. Eu acredito, eu me entrego e Nele confio. Mas, como doem! Teremos todos, os que se foram e os que ficaram, que nos superarmos, descobrirmos novos modos de viver, novas respostas a esses novos desafios. Certamente cresceremos. Com maior ou menor dificuldade, cresceremos – mas, como dói!

                  Com o tempo, a dor se acomoda, quase se esconde – mas permanece, como que esperando ocasião para explodir e até nos assustar com sua força. Essa dor está ligada ao passado. Mas TODOS nós continuamos a existir e vivemos no presente, ainda que em lugares diferentes, em dimensões diferentes. Preciso estar atenta para o fato que eles se foram fisicamente, dos meus olhos, do meu abraço, mas não do meu coração e da minha mente.

                “ O pensamente parece uma coisa a toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar...” Então vejo que “Longe é um lugar que não existe”. Sei que não acabamos. Nada se acaba num universo onde tudo se renova, se transforma, onde a Vida sempre sobre existe. Quero estar com todos eles, no aqui e agora, pensando,”compartilhando” idéias, transmitindo-lhes doces sentimentos, envolvendo suas imagens tão queridas em amor pleno de ternura.
            
              “Não chores nas despedidas. Elas são necessárias para que possamos nos reencontrar”.

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