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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

ACEITAÇÃO



             A aceitação é o final de um processo que se inicia com a dor do confronto com o “não desejado”. Confronto com a dor pela perda das fantasias, das idealizações, pela perda pelos desejos não satisfeitos, pela ausência de quem amamos, pelas doenças que ameaçam a vida... Com a dor dos nossos amores (pais, filhos, companheiros, amantes, amigos...) que não se enquadram em nossos sonhos, com os familiares “difíceis” que nos decepcionam, com os fatos inesperados e irreversíveis da vida...

            Nossa primeira reação a essas dores, carregadas de medo e susto, é negar a realidade ameaçadora. Depois, sentimos muita raiva, mágoa... e mais medo. Tentamos negociar com Deus, em preces, súplicas: “Ah, meu Deus! Isso não! Eu prometo...” Quando nada conseguimos com nossas tentativas de barganha, entramos numa zona de conformação “inconformada”, cheia de raiva e mágoas surdas, veladas, ante nossa impotência perante os fatos ou as pessoas. E quanto mais rígidos, duros, teimosos, guerreiros, nós formos, mais tempo permaneceremos nesses estágios da luta!

            Finalmente, há a possibilidade desta dor abrir nossas mentes e corações e decidirmos parar essa resistência desgastante e nos abrirmos para outras possibilidades da vida. A realidade não é como nós gostaríamos que fosse, mas podemos tentar ser felizes com as “cartas” que temos, podemos buscar entender o que o Poder Amoroso de Deus coloca em nosso caminho para nosso crescimento, podemos nos entregar à Sua sabedoria, que sabe o que queremos, mas sabe, mais ainda, de tudo que precisamos para florescer.

            Esse é o processo da Aceitação. “Aceitar não é gostar”! Não precisamos gostar dos fatos que não temos o poder de modificar, mas apenas deixar de brigar, de nos revoltar, nos desgastar, de ficar sofrendo indefinidamente. A Aceitação nos traz paz interior, serenidade, porque nos leva a depor as armas com que nos batemos e debatemos com a vida. Aceitação do modo de ser, dos caminhos e descaminhos daqueles que amamos. Eles, como nós, estão em processo e somos impotentes para acelerar ou retardar seus passos. Não podemos modificá-los, podemos apenas amá-los, estarmos disponíveis para ouvi-los, sermos verdadeiros com eles e assertivos em nossas relações. Só a Aceitação dessa realidade nos libera para “Vivermos e deixá-los viver”, para buscarmos a felicidade.

            “Aceitação é a Solução”, é o que descobrimos depois da dor, das lágrimas, do horror, da luta infrutífera... E é a partir desse estado de paz interior, que reabastecemos nossas energias, que nos tornamos construtivos em nosso caminhar, que podemos continuar a amar sem fantasias, que aprendemos a sorrir para a Vida!


            “Preciso estar compartilhando repetidamente sobre a Aceitação, a cada novo desafio em meu dia a dia, até que consiga, realmente e permanentemente, torná-la natural em mim!”

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domingo, 26 de agosto de 2012

EVOLUÇÃO E AMOR


            Estamos em processo de descoberta e evolução de nossa capacidade de amar para sermos felizes. Esse processo nos tem conduzido desde uma pertença indiferenciada dentro de nossa espécie, à descoberta da nossa individualidade e à construção da auto estima, até ao amor compartilhado com Humanos e com a Vida em geral.

Uma Sabedoria Maior criou os fortes laços entre a mãe e a cria e eles nos fizeram experimentar o despertar de um amor primitivo, instintivo, em nossa origem. Laços físicos, de sangue, de instinto – laços comandados pela necessidade da Vida, da preservação da espécie. Desde então foram as mães tocadas por um “amor incondicional”, mas só com suas próprias crias.
               Evoluindo, aprendemos a estender esses laços ao nosso grupo próximo, pela necessidade de nos defendermos, através da força do grupo. Era a gestação de um espírito de cooperação e lealdade forçada, fechada somente entre os nossos. Era um modelo primitivo de Família, com raízes instintivas, físicas, de sobrevivência e perpetuação, mas era um modelo que nos despertou afetivamente para os Outros.

 Evoluindo, aos poucos, fomos expandindo nossa capacidade de amar, estendo-a gratuitamente a outras pessoas. Aceitamos uma parentela num sentido mais amplo, começando a fazer Escolhas amorosas, por identidade ou não, escolhendo amigos, companheiros e amantes. Já não amávamos somente por instinto físico, mas ainda era um amor de preferências e trocas, um amor a partir do Ego, com apego, possessivo, numa eterna troca, com eterna cobrança, competindo, vigiando, invadindo, repudiando as diferenças, forçando identificações... um amor muito sofrido e que faz sofrer! Como não sabíamos amar diferente, acreditávamos que a saída seria conformarmo-nos com essa prisão ressentida ou abandonar o outro e, quando possível, fazer novas escolhas. Muitas vezes, magoados e confusos, nos perguntamos: Que amor era esse? Que Família era essa que a Vida nos impusera?

Evoluindo, começamos a entender que esse Poder Maior, pleno de Amor e Sabedoria, nos oferece sempre a Família Certa, as oportunidades certas e necessárias para continuarmos nosso aprendizado do Amor. Relações difíceis, familiares diferentes de nós e das nossas expectativas, é que desafiam nossa aceitação das diferenças, ensinam o respeito ao outro e, antes de tudo, a lealdade e o respeito a nós mesmos. Não nascemos para repetirmos e perpetuarmos modelos de Famílias fechadas em suas “verdades” ou sermos pessoas restritas, prisioneiras de um amar primário, que anula as potencialidades únicas uns dos outros.

A cada momento podemos evoluir em nossa escalada aprendendo como ser mais verdadeiro, assertivo, generoso, terno, gentil, amigo, amoroso... em Família e além dos muros dela! É uma nova etapa para a  Família. Primeiro, eram laços instintivos, depois egóicos e agora, a possibilidade de laços de parceria! Esses novos laços é que podem tornar a Família um verdadeiro ninho, fazê-la cumprir sua função de nidar indivíduos cada vez mais evoluídos em sua capacidade de criar, construir, saber e Amar. Indivíduos capazes de vôos maiores, Indivíduos do Mundo, pertencentes a uma Família Maior, formadores de uma Humanidade Melhor, muito mais amorosa e feliz!

          Parece-me assim! Estamos a caminho!

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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

PRECE E MEDITAÇÃO



            A prece é um movimento consciente em direção a uma Dimensão Divina de puro Amor e Sabedoria, enquanto que a Meditação resulta do aprendizado e exercício de se criar uma disponibilidade e entrega ao Momento, pleno do Silêncio de Deus.
           
Em meu caminhar, foi-me sugerido buscar melhorar meu contacto consciente com Deus, através da Prece e da Meditação (Passo 11). Como “só é duradouro o que se renova todos os dias”, preciso criar uma sintonia com esse Poder Superior, cada vez mais pura, cada vez mais livre das estáticas do ego. Preciso buscar, com perseverança e paciência, uma melhora na relação com minha dimensão mais profunda, criar uma “intimidade” maior, cada vez mais intensa com essa Dimensão Divina e Silenciosa.

Em Prece, como filhos pequenos, sentimos necessidade de explicarmos nossas alegrias, nossas dores, nossos anseios, nossos temores... Uma “conversa” rotineira, continuada, com esse Deus Amoroso que, tenho certeza, me ouve e me acolhe, vai criando essa intimidade entre nós. Confiando que posso me entregar, porque faço parte de um plano perfeito desse Poder Amoroso, vou desistindo das lamúrias, das súplicas e dos pedidos com os quais pretendia direcionar e orientar Deus. Vou aprendendo, cada vez mais, a aceitar “o que não posso modificar” e a agradecer Seu amparo, Sua Presença em minha vida! Vou fortalecendo intensamente meus pensamentos na busca de uma sintonia com a força, o consolo, o cuidado, que só Dele pode advir. E assim conectada, posso refletir aos outros, também através da Prece, a energia do meu amor.
 É imensurável o poder da Prece!
     
 No exercício da Meditação, digo para mim mesma: deixa..., deixa... Repito isso suavemente, gentilmente, pacientemente, para minha mente agitada, impaciente, correndo sempre de um assunto para outro, lembrando-me mil pequenas coisas, afazeres, cobrando-me atitudes, soluções, relembrando-me problemas, perdendo-se em desejos, sonhos, fantasias, levando-me de volta ao passado, revendo, recordando... sempre correndo, pulando, saltitando, me ocupando, me preocupando... Essa é a minha mente racional, meu ego controlador, querendo ser o eterno tirano de mim! Não brigo com ela, não lutarei para que se cale, porque isto me prenderia indefinidamente nessa luta! Fico, então, apenas repetindo, pacientemente: deixa... deixa....

Esse exercício de vontade, de Boa Vontade, para buscar desfrutar do silêncio espiritual que nos nutre, acolhe e completa, me leva, cada vez por mais tempo, a esse Encontro com o Todo Silencioso do qual fazemos parte. Ali, com a mente cada vez mais aquietada, nos reabastecemos, nos nutrimos, recebemos idéias, intuições, soluções espirituais...
Também é imensurável o poder da Meditação!

Com perseverança, esse contacto com o Divino através da Prece e da Meditação, nos faz sentir pertencendo a esse Todo e, cada vez mais, nos entregamos e desfrutamos esse Divino Encontro.

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sábado, 18 de agosto de 2012

PESSOAS E ANIMAIS



            Nós, pessoas, já começamos a entender que Tudo e Todos estamos juntos, em processo, evoluindo para patamares mais complexos do Saber e do Amar.

            Hoje, já com esse novo entendimento, começamos a questionar a utilização (vida e morte - para alimentos, adereços, experimentos, lazer, esporte...) de várias espécies animais pela nossa espécie, a mais evoluída, portanto a mais responsável por todos os aspectos da vida (cuidados, bem estar, respeito a limites de espaços, de habitats diferentes dos nossos) daqueles que reconhecemos como menos evoluídos.

            Hoje, já começamos a entender e “ver” os animais domésticos, mais próximos a nós, como companheiros de jornada, bons companheiros, leais, submetidos, submissos, disponíveis, “pacientes”, amigos... Hoje, estamos aprendendo a não mais os relegar aos quintais, às ruas, ao relento, como seres absolutamente sem entendimento, sem sentimentos, sem capacidade de sofrer...

            Mas, apesar desse início de entendimento, continuamos a utilizá-los de muitas formas e, também, como forma de suprir nossas carências afetivas, nossa solidão, nossa necessidade de atenção e de obediência, nossa falta de amor e valorização pelos de nossa própria espécie, pela nossa gente. Sem querer ou conseguir enfrentar essas dificuldades, acabamos desrespeitando-os, atrapalhando-os, tentando humanizá-los!

            Precisamos estar atentos à nossa relação com animais e com pessoas! Podemos achar mais fácil e seguro amar os animais do que as pessoas!  Afinal, animais não falam, não contestam, não discutem, não nos traem...
Pessoas que amamos podem ter idéias próprias; elas escolhem, recusam; podem decepcionar nossas expectativas, podem nos rejeitar, podem ir embora...

            Acredito que uma relação sadia entre pessoas e animais pode ser uma forma de nutrir nossa necessidade de calor e ternura, principalmente na  velhice isolada e na infância. As crianças precisam desfrutar a gostosura de tocar os animais, trocar com eles... Elas parecem intuir serem eles semelhantes, inocentes, iniciantes... Essa relação sadia pode nos preparar para outros amores, os humanos, mais complexos, porque complexos somos; preparar para amores que exijam mais de nossa capacidade de ouvir, de aceitar, de nos colocar, de nos respeitarmos mutuamente, de resistirmos à rejeição, ao abandono... Nosso aprendizado do amor precisa seguir adiante, do mais simples (aos animais) ao mais complicado (aos humanos “mais complicados”).

            Em nossa relação com os animais, acredito na importância de respeitá-los como São e Estão e deixar de apenas utilizá-los como seres criados apenas para nosso uso e abuso. Acredito na nossa responsabilidade de protegê-los como espécies mais vulneráveis ante nossa tecnologia, nosso egoísmo e nossa agressividade.  Acredito na importância de amá-los por tudo que “silenciosamente” nos ensinam, aceitando e vivendo cada dia com o que o dia lhes oferece... e sobrevivendo a nós.

            Estamos juntos nessa caminhada. Precisamos nos apoiar, nos respeitar, nos amar... Assim, os desafios são mais facilmente superados, assim a viagem torna-se mais rica e gostosa!

Já estou entendendo tudo isso! Agora preciso, a cada momento, buscar pensar, sentir e, principalmente, agir de acordo com o que acredito. É um novo olhar, um novo desafio, um novo aprendizado!

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terça-feira, 14 de agosto de 2012

PROCRASTINAÇÃO



           Palavra feia, esquisita e complicada para a tendência de adiar decisões, comportamentos, atitudes. Em situações que exigem definição, enfrentamento, muitas vezes procrastinamos, adiamos uma ação concreta na busca de soluções.Permanecemos detidos pela insegurança, pelo medo de abandonar o conhecido, ter que descobrir o novo, o desconhecido... e, então, preferimos ir adiando, procrastinando.

            Muitas vezes somos ágeis e ativos cumpridores de deveres,  fazedores, acumuladores de tarefas, “resolvedores” dos problemas alheios, muito ativos sob alguns de nossos aspectos interiores ou de relação. Sentimo-nos vitoriosos, generosos, úteis e cooperativos... desde que não exijamos de nós atitudes que cheguem às nossas zonas de insegurança, desde que não precisemos olhar “prá dentro” e mexer com nossos “vespeiros” mais difíceis.

            Agir, então, torna-se complicado, dá muito trabalho, dá medo... e eu fico me justificando, arranjando mil desculpas para mim mesma pelas minhas procrastinações. É importante que me questione:
Por que sempre adio algumas questões, algumas atitudes a serem tomadas?
Tenho, realmente, motivos sensatos ou estou fugindo de atitudes que exigem de mim posturas mais assertivas em relação às minhas dificuldades, aos meus condicionamentos negativos, aos meus defeitos negados e escondidos?

            A procrastinação está, também, intimamente ligada à Preguiça, que nos acorrenta ao que é cômodo e à imobilidade, que impede de libertar-me e ir ao encontro de minhas melhores possibilidades.

            Preciso examinar o que, verdadeiramente, posso ou não posso, só por hoje, modificar em mim ou em minha vida. A partir daí buscar Coragem para Mudar, para Agir, para Ousar, para ir me libertando e traçando meu destino, caminhando... sem adiamentos, sem procrastinar!

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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

ARMAGEDON



            Vivemos tempos do Armagedon. Segundo um livro antigo de uma tradição religiosa, o Armagedon seria a luta final nessa primeira fase da humanidade da terra – a luta final entre o Bem e o Mal.

            Acredito que esta luta vem se travando desde sempre em nosso mundo. Quanto maior o nosso amadurecimento, a nossa conscientização de quem somos, de nossa responsabilidade com a Terra que habitamos e onde  compartilhamos o direito à vida com todos os seres também em evolução, mais sentimos quão próxima de nós é a questão do Bem e do Mal.

A violência crescente, resultante da busca, da luta desmedida pelo prazer, pelo poder, por prestígio, dinheiro, pelos “bens” materiais, nos é revelada e estimulada a cada instante na própria família, nas ruas, nas cidades, no mundo, através das várias mídias que nos comandam. Ficamos horrorizados, assustados, e repetimos “é mesmo o fim do mundo!”. E queremos torcer pelo Bem, queremos que o Bem vença, que exércitos e polícias, que toda a força do mundo, derrotem o Mal!

Mas, quem é “o mundo”? Nós somos o Mundo! Cada um de nós é que compõe o Mundo! A luta a que se refere o Armagedom não se dará lá fora, e sim dentro de cada um de nós! As grandes dores, os desequilíbrios, os absurdos, o desespero, nos impelem e preparam para ouvir um outro som, intenso, mas suave, que parece o som de “trombetas sagradas” tocando, chamando, de uma dimensão superior, espiritual...

Esse é um chamado para uma “luta” diferente, sem uso da força, uma “luta” que nos liberta porque transmuta o “mal” que existe em cada um de nós. Uma luta onde o Bem, a nossa própria Luz, nossa capacidade amorosa, procura olhar com honestidade, acolher, entender e transformar a sombra que nos habita. Pode ser uma “luta” longa, doída, com altos e baixos, uma “expiação silenciosa”, mas certamente libertadora. Talvez estejamos vivendo um Final dos Tempos, dos primeiros tempos, dos tempos do ego, mas certamente marca o início de um Novo Tempo para cada um de nós e, aos poucos, para a humanidade inteira.

Esse é o Armagedom que acredito, o “Bom Combate”, o combate do Amor que ilumina, que se sobrepõem ao Mal, do Amor que transforma... As trombetas estão soando... “Fortes, aprestai-vos para a “boa luta” porque, depois da tempestade, virá uma bonança glorificante e merecida”.

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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

EU ESTOU TENTANDO...



               Eu estou tentando transformar culpa em compromisso com mudança. Estou tentando aceitar as tantas vezes que falhei com quem amava, paralisada pelo medo ou movida pelo egoísmo, ao buscar saciar cegamente, equivocadamente, minhas carências afetivas, carências de auto imagem, de valor... E estou tentando não me perder no autoengano e apenas justificá-las.

 - estou tentando olhar as falhas à minha volta com menos crítica, menos desprezo, menos arrogância... e com mais compreensão, paciência, até compaixão! E olhar as minhas próprias falhas, com menos desânimo, menos humilhação e mais humildade, aceitação.

 - estou tentando ser menos apegada, possessiva, controladora; estou tentando aprender a cuidar melhor da minha vida, permitindo, assim, que os outros cuidem das suas.

 - estou tentando viver o Presente, sem correria, sem ansiedade, deixando que o Passado seja apenas um suporte de experiência e aprendizado, mas que permaneça passado, e o Futuro apenas um infinito de possibilidades desconhecidas, lembrando-me sempre que a vida é Aqui e Agora.

 - estou tentando ser leve e bem humorada, resistindo ao assédio agressivo de um mundo frustrado, frustrante e materialista, evitando sentir-me impregnada pelo mal, pelo horror, pelo pessimismo, que nos causam noticiários, alguns filmes, novelas e esportes, arautos da violência, da loucura, do ódio, da vingança, e ainda sendo aplaudidos e justificados!

 - estou tentando “ver” o Bem e os Bons para relaxar, liberar meu corpo, minha mente e meu espírito para a dança de cada dia.

 - estou tentando trazer verdade à minha vida, superando o medo, a acomodação, a manipulação, a omissão...

 - estou tentando romper a inércia da preguiça para poder, cooperando,  desfrutar o sentimento de participação, de pertença, de pertencimento.

 - estou tentando trazer justiça e imparcialidade à minha apreciação dos fatos e das pessoas.

 - estou tentando ser gentil, adoçar minhas relações com ternura, sorrisos e pequenos gestos de boa vontade.

 - estou tentando se honesta, clara e assertiva nas relações, para não culpá-las depois pelas minhas raivas, mágoas, irritações...

            Estou tentando, também, modificar outros aspectos de mim ou de minha vida que vou descobrindo... Na verdade, muitas vezes me sinto tão confusa, tão reincidente, tão “sem jeito”!  Mas quando verifico tudo o que já reconheço, quando consigo ver o que já consegui e certa de que tenho, em mim e comigo, a luz de um Poder Superior paciente, amoroso, confiante em mim, sua criatura, eu me fortaleço, ganho ânimo para continuar... Realmente acredito que esse é o Meu Caminho, para libertar-me, para viver melhor, para ser feliz.

            Nesse propósito de continuar tentando, preciso compartilhar – ouvindo e me revelando. Dessa forma, minha humanidade acolhida e compartilhada com honestidade, bom humor, respeito – com Amor – me garantirá Coragem para seguir e ir colhendo os “doces frutos da videira”.

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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

ENCANTO



              As frustrações, as desilusões, as perdas, que tanto valorizamos, remoemos e eternizamos, acabam por nos tirar o Encanto da vida. Vamos perdendo aquele doce encantamento que tivemos e que, já agora, só vislumbramos no olhar e no riso das crianças muito pequenas. Um olhar de novidade, de deslumbramento com paisagens e com os simples fatos corriqueiros do dia, do momento... O sorriso gratuito, espontâneo, às vezes ainda sobre lágrimas de alguma tristeza de momento, sorriso que revela o eterno desfrutar do Agora. O Encanto que demonstram na espontaneidade como reagem à música, à dança, aos presentes, às histórias... O Encanto que demonstram quando recebem do mundo adulto, atenção respeitosa, carinho... Encanto de quem simplesmente aceita, curte, se entrega, Encanto de quem ainda confia...

            Mas, logo, logo, em nome de “educá-las”, criamos expectativas sobre como deviam pensar, sentir e agir para serem aceitas e valorizadas. Preparando-as para um “mundo duro”, ensinamos a serem desconfiadas ou “espertas”, a lutarem para vencer, possuir... E, cada vez mais cedo, as crianças tornam-se “adultos” vividos, aguerridos, desonestos, magoados, ressentidos... Perdem o Encanto, o encantamento com a vida...

            E eu me vejo hoje um adulto “pé no chão”, amadurecido, sem expectativas idealizadas ou irreais, mas, também, sem muito Encanto! Tanto investi em aprender a lidar com as perdas, com a dor, que, desatenta, algumas vezes acho que perdi a espontaneidade, a capacidade de acreditar, de ver tudo de incrível e maravilhoso que existe à minha volta, mesmo num mundo tão duro e caótico. Desaprendi, o encantamento com a vida!
Eu me vejo tão séria! Sorrio menos, cada vez menos! E me assusto quando me reconheço tão “adaptada”, tão defendida nesse mundo doido, seco, árido de sorrisos e ternuras.

            Acho que tenho atentado pouco para a gostosura das coisas simples que me cercam; tenho perdido de vista a beleza implícita em tudo que me cerca: coisas, natureza, pessoas, relações... Entre tantas libertações que busco para mim, preciso me libertar da “seriedade” rígida, da atitude vigilante e fechada de defesa.

            Se quero ser feliz, não posso perder o Encanto de desfrutar a vida, a capacidade de me surpreender, de rir e me deleitar com seus mistérios, grandes e pequenos, acontecendo à minha volta, a cada momento.

            “Quem tem olhos de ver, que veja”... e se encante!

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