Pesquisar este blog

domingo, 30 de dezembro de 2012

AMIGOS PARA SEMPRE !



            Nessa época de final de ano, com os sentimentos aflorados, com sensação de fins e começos, de balanços, as boas lembranças chegam mais fortes, insistentes...

            Algumas pessoas chegam, passam e ficam em nossas vidas - para sempre. Com vínculos familiares, ou não, elas ficam para sempre!
 - nossos primeiros encontros, os da infância, os colegas da escola, os primos nas festas em família. Os companheiros de adolescência, com quem dividimos sonhos, medos, segredos e ousadias... Quando os reencontramos, mesmo após muito tempo, retomamos a intimidade como se nunca tivéssemos nos separados!
 - os amigos adultos, companheiros em nossas primeiras grandes dores... e em tantas outras. Companheiros nos Grupos, na Vida, companheiros que estiveram sempre conosco, rindo, chorando, falando, calando, ouvindo...
 - os parentes e amantes que superaram os limites de seus papéis familiares e decidiram nos aceitar e respeitar incondicionalmente; aqueles que quiseram ser mais, eles quiseram ser nossos amigos!

            Esses amores são para sempre! Mesmo quando brigados, zangados, afastados... sempre encontramos um modo de nos perdoarmos e de acharmos explicações (e, às vezes, até justificativas) para as atitudes “erradas”  daqueles que amamos. Pode até demorar, porque insistimos em criar expectativas irreais e as decepções e frustrações doem muito. Mas,
 como “o amor é paciente e é bom...”, acabamos, com maturidade e pela força da amizade, tudo superar. Amigos, heróis ou bandidos, não importa para nós que os amamos.

            A lembrança dos Amigos é sempre doce, leve e terna, mesmo quando doída pela distância, física ou de dimensões, ou pelo tempo que nos engana, fingindo ser longo. Mas, se “O tempo é uma ilusão”, “Longe é um lugar que não existe” e “O Amor é uma ponte para o sempre”, então...
          Amigos são para sempre!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

ENTÃO É NATAL !



           Festa doce, colorida, “alegre”, cheia de ternura, universal... Seu simbolismo de Amor, Amizade, Confraternização, ultrapassa fronteiras criadas por religiões, culturas e povos. Talvez seja porque nasceu do advento de um Mensageiro e sua Mensagem amorosa, uma “Receita Nova” para pessoas e povos, uma Receita de Amor entre todos como caminho para a libertação e felicidade.

            Mas que festa estranha o Natal está tornando-se, justamente, em Família e dentro de cada um de nós!
Travados por uma terrível dificuldade de lidar com nossos sentimentos, de demonstrá-los, nós nos vemos assolados por correntes afetivas em conflito, em confusão... Dentro de nós, de nosso oceano emocional, essas correntes se chocam:
 - correntes lentas, choradas, de saudade... dos que já se foram, dos natais da infância, da espera doce e mágica por Papai Noel...
 - correntes magoadas, chorosas, pelos “presentes” que não ganhamos, pelas expectativas amorosas que ainda não se realizaram, pelas presenças  queridas que cresceram e se dispersaram...
 - correntes poderosas, alimentadas por lembranças que trazem sentimentos de frustração, raiva, ciúmes, ressentimento, pelas doces palavras sempre esperadas, que jamais vieram, por “vergonha” de expressar doçura e amor num mundo tão irônico, aguerrido, defensivo...
 - correntes ansiosas, excitadas, de alegrias e tristezas, infantis e adultas...  –  - correntes de muita ansiedade na luta pelas presenças divididas e disputadas, em famílias partidas, subdivididas...

            Tudo se chocando dentro de nós, aumentado por uma força maior – a da importância desses laços da Família! Às vezes ficamos tão tocados e mexidos, que fugimos para a “solução” simplista, que nossa cultura materialista nos recomenda: “sepulte sentimentos com coisas, agrados, compre mais, mais e mais...”. E mesmo assim nos perguntamos,  atormentados: “Será que tudo isto conseguirá dizer da grande importância que vocês têm para mim? Sempre me fica a impressão que tanto ainda é pouco, barato, sem graça... E talvez vocês não gostem!”
 Brincamos e sorrimos, mas que agonia! Que tolice querer que coisas, mesmo as melhores e mais caras, digam o que não conseguimos expressar com palavras, gestos, olhares - o nosso desejo de ser amado, de sermos especiais para vocês e o quanto vocês o são para nós...
E se os muitos presentes não aquietarem os sentimentos, pode-se sepultá-los sob uma grande mistura de sabores e comidas e finalmente afogá-los em muito álcool!

            Natal – festa que, assim, se torna estranha e dolorida! Mas não é assim que a desejamos!  Não precisa ser assim! Cada um de nós tem o poder de construir seu próprio Natal – com Simplicidade!

Quero desfrutá-lo com aceitação do meu mundo interior, mesmo tumultuado; sem brigas comigo mesma, sem expectativas, sem tentativas de controle da festa, sem cobrança de dívidas antigas de mim, dos outros ou da Vida - apenas com Gratidão pela mensagem Leve, Doce e Amorosa que ele nos traz.
  
            Natal é a reafirmação de uma promessa: a de que, através do Amor, da Gentileza, da Boa Vontade alcançaremos a Paz, Alegria, Felicidade!
 Sejamos coerentes com nosso desejo e decidamo-nos a ter um Feliz Natal!
                                  
“Depende de nós...”

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

E A VIDA CONTINUA...



           A Vida sempre continua! É uma história sem fim, contínua, através do tempo... Ela é eterna! É uma eternidade mutante, constante apenas em seu movimento, sua mudança, suas transformações... Num universo de pura energia divina, nada acaba realmente, apenas se transmuta, se transforma -  em qualquer reino da natureza, inclusive no “reino dos homens”.

            Vivemos hoje uma fase de grande ebulição, quando as transformações parecem ser ainda maiores, mais significativas do que em épocas anteriores. Livros de várias tradições antigas nos apontam predições, maldições, chamados... Sentimo-nos confusos, assombrados, amedrontados, acuados... Ouvimos ameaças de destruição e mortes, como se jamais houvessem acontecido antes; como, se não fosse por isso, pudéssemos continuar fisicamente aqui para sempre e o mundo seguiria imutável!

            Sob essa “ameaça mortal” a nós próprios e ao nosso mundo tangível, concreto, nós nos agarramos fixamente, ainda mais, em nossa materialidade, numa busca competitiva e desorientada por coisas, por poder, dinheiro, pessoas... Agarramo-nos a esses prazeres concretos, imediatos, querendo eternizá-los num gozar frenético do agora, antes que, talvez, tudo se acabe! Esquecemo-nos que o encontro da Felicidade e do Eterno não se dá pelo que é mundano!

            Se olharmos a nossa volta, antes ou agora, veremos que sempre, a todo momento, em quaisquer datas e épocas, transformações ocorrem  na Terra e em nós mesmos, e deixamos esse mundo físico, de passagem. Passamos, mas não acabamos! Somos seres espirituais numa roupagem e passagem física, fugaz... Sempre fomos e sempre foi assim... Passamos, mas jamais acabamos! 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

EQUILIBRANDO PRATOS



            Muitas vezes nos damos conta que passamos a vida como o artista de circo - “equilibrando pratos”! Absorvemos mais do que podemos: coisas, tarefas, empregos, pessoas, suas vidas... e para isso, corremos mais e mais, tentando em vão não deixar cair “os nossos pratos”!

            Tentando o impossível, utilizamos pouco, e mal, as coisas; sofremos com tarefas corridas, nem sempre bem elaboradas ou curtidas; passamos pelas pessoas, superficialmente, sem tempo... Mesmo para as mais queridas, falta tempo, mais atenção, falta um ouvir sereno, um carinho sem pressa, um olhar nos olhos...

            Vemos os melhores tempos irem passando rápido, como numa viagem corrida, quando pouco curtimos a paisagem...
 - a infância dos filhos, suas “graças”, suas conquista, suas dificuldades... sem lembrar que “esse maravilhoso filme da infância não se pode repetir”!
 - as refeições em família (ou não) sempre corridas, interrompidas pelas muitas coisas a serem feitas logo/logo e ligações, muitas, a serem atendidas...
 - as atenções, ternuras e gentilezas que foram sendo diminuídas (ou distraídas) porque, cada vez mais, temos menos tempo, mais afazeres, mais cuidados...
 - os momentos intensos da vida, que se perderam na tensão e agonia da pressa...
E tantas outras corridas para não deixar “os pratos”caírem, tentando controlar tudo...

Assustada, me pergunto, muitas vezes: Será que já me habituei, me viciei, na adrenalina liberada nessas ocupações corridas e contínuas? Será que estou perdendo a memória ou apenas passei tão rápido por tudo isso que pouco ficou registrado para poder ser lembrado?

Compartilho e tento, mais e mais, me conscientizar de que estamos, todos, cada vez mais perto do fim dessa oportunidade de viver e conviver com quem amamos! A vida continua, mas esse episódio específico se finda! Todos os pratos cairão, querendo eu ou não, independente de minha corrida, da minha tentativa de controle, da minha tola arrogância de achar que, se eu não fizer ou cuidar, como será?... Preciso ser humilde, realista,  pisar no freio, abrir mão, relaxar, para desfrutar dessa viagem e saborear cada momento da vida!       (Mesmo, meu Deus, sendo tão difícil!) 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

MÁSCARAS



           Quem vem lá? Quem são essas pessoas que passam por mim? Quem são vocês, que param, que ficam comigo, que até vivem comigo?
Olho e o que vejo são apenas as máscaras que estamos usando...
Máscaras para a igreja, para o trabalho, para o clube, para a rua, para os vários papéis familiares... Máscaras variadas: sorridentes, amorosas, ameaçadoras, chorosas, indiferentes...Nas ruas, passamos uns pelos outros como robôs sem alma, máscaras impessoais sem olhos, sem vida... Não nos olhamos, pouco nos percebemos ou falamos – estamos todos sós, isolados, defendidos... No entanto, é tão gostoso (terno, suave, confortável...) quando podemos nos mostrar e também vislumbrar um pouquinho do outro – com sentimentos reais e gentis sob nossas máscaras sociais. Por outro lado, também pode ser até assustador nos defrontarmos com o desamor ou ressentimento de alguém, quando, por momentos, esse alguém, por descontrole ou por vontade, revela o que se esconde sob sua máscara.

            Quem vem lá?  Quem é você?  Quem sou eu? O que escondem essas   máscaras?  Atrás de cada rosto existe uma história, existem sonhos abandonados, decepções disfarçadas e medos, muitos medos – medos de infância, medos adultos, medos aprendidos/ensinados, medos familiares, medos sociais... medo de não ser aceito, valorizado, medo de não ser amado.  É muito difícil, triste, solitário, manter esse “Ser de Faz de Conta”, esse viver sempre alerta para escolher a máscara certa para cada ocasião; e o conviver se torna superficial, maquiado, mesmo com quem mais amamos.

            Nesses bailes da vida, quero dançar mais leve, solta, verdadeira. Para isso, preciso ir, aos poucos, conhecendo o que se esconde sob as minhas máscaras. Só assim, me entendendo e aceitando, vou poder ir-me fortalecendo, me respeitando e me libertando desses “esconderijos” de mim. Eles têm me defendido, mas também me afastado de minha espontaneidade, minhas dores e alegrias, de minha luz... e das pessoas!

            Quero ter coragem para me permitir olhar nos olhos do Outro, chamando-o, silenciosamente, para também se libertar, para ousar revelar, quando quiser ou puder, sua humanidade, esse seu mundo oculto que ele ainda esconde atrás de sua máscara.

“Enquanto vou tentando ir libertando-me de minhas máscaras, passo por ti, buscando teus olhos... E te espero e me enterneço com tua humanidade tímida e ainda tão defendida.”

domingo, 9 de dezembro de 2012

A DOR DO OUTRO


           Qual o tamanho da dor do outro? Será que posso medi-la? Posso realmente “entendê-la”? Poso senti-la em todas as suas nuances?

Não, não posso! A dor de uma pessoa é tão única quanto ela mesma! Não importa se já passamos por uma circunstância dolorosa semelhante (traições, discriminações, decepções, humilhações...), por perdas “iguais” – de sonhos, de oportunidades, de relações, dos amores mais próximos...
Na verdade, nada é igual, porque não somos iguais! Cada um de nós tem uma história única; cada fato tem para cada um de nós um peso diferente e reagimos a eles de uma forma absolutamente particular. Uns choram para sempre, outros jamais choram; uns gritam, esperneiam, outros se calam, se sufocam; uns se revoltam, outros se anulam, outros ainda se amansam... Quando comparamos as dores do outro com as nossas, tendemos a minimizá-las e, às vezes, a não nos apercebermos delas .  Em nós, dói mais, sentimos mais de perto! E ficamos tão fixados em nossa dor, que, em alguns casos, egoístas sofridos, nem nos damos conta do peso dela no Outro.

Certas perdas nos atingem de tal modo, que nos trazem mais do que dor – trazem horror, desespero, desesperança... trazem uma sobrevida a princípio arrastada, sem vontade, sem força, fugitivos das lembranças ou reféns de um replay inacabável do filme da perda. Hoje, eu me dou conta que eram tão presentes e intensas para mim, em mim, que me fizeram fechada e insensível à dor do Outro, mesmo do Outro que eu tanto amava! O Outro que morrera, que se fora e me deixara ou o Outro que falhara aos meus olhos e aos do mundo... Não conseguia sequer “imaginar” a dor do Outro!  Daquele que se fora e perdera todos de uma só vez (familiares, amigos, namoradas...), que deixara projetos inacabados, desculpas não pedidas, perdões não concedidos, “felicidades” não alcançadas...  Ou a dor de quem falhou, decepcionou, que tentou, mas não conseguiu se salvar das humilhações, da vergonha... As perdas eram grandes demais e as dores tinham que ser grandes demais, também! Mas minha grande dor e minha tola pretensão me levaram a desconsiderar a dor do outro, me levaram à insensibilidade, à incapacidade de “pressenti-la”.

Hoje, tento olhar para o Outro, qualquer Outro, aceitando sua dor, sem avaliações, sem julgamentos, sem comparações, sem a pretensão de querer resgatá-los dela... Apenas solidários, com empatia e companheirismo.                                                    

Hoje, compartilho com vocês, “Outros”, aqui ou onde estiverem, meu arrependimento tardio, o meu “entendimento” tardio de tanta dor que sua humanidade lhes fez sentir.  Também tardio, o meu sentimento e o meu profundo respeito!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

DE CIMA DO MURO



           Nesse modelo de mundo, competitivo e defensivo/agressivo, onde fomos criados e “orientados” pelos grupos que nos acolheram, ouvimos sempre que a condição para pertencermos e sermos aceitos, fosse na Família, Igrejas, Partidos políticos, clubes esportivos, empresas, etc, seria  escolhermos “um lado do muro”, vestirmos “uma camisa” e ali permanecermos para sempre, fiéis e leais! Isto seria “ter personalidade” e “lealdade ao grupo”. Não poderíamos jamais, “ficar em cima do muro” e mudar... Isto seria uma vergonha, falta de caráter, fraqueza, falsidade...

            Hoje entendo que não posso, não devo e não quero abrir mão da minha liberdade de escolha, do meu direito de modificar opiniões, pensamentos, atitudes... Esta é uma responsabilidade que preciso ter comigo mesma – garantir minha liberdade de escolher. Só assim garanto minha possibilidade de crescer, me transformar, ser co-autora de mim mesma, em vez de ser mera seguidora de “um lado do muro”.

            De cima do muro é que posso ter a visão dos dois lados, dos vários lados, de qualquer lado, da veracidade das “verdades” apregoadas como “certezas”, que um dia escolhi ou me foram passadas, mas que já não me bastam...
 Atenção! Essas “verdades”, tão defendidas e apregoadas, me aprisionam e contaminam sutilmente minha capacidade de ver, ouvir e refletir com isenção e liberdade sobre os vários lados de quaisquer questões! Estar refém de um lado, de uma razão, de uma camisa, de um rótulo, de um “partido” (familiar, religioso, político, esportivo...) na verdade me “parte”, me mutila, me apequena... E me arma, me “militariza”, me torna um militante combativo, guerreiro zangado ou irônico, eterno defensor do mesmo lado, das mesmas visões...  E isso me rouba a possibilidade de ser pró-ativo em muitas questões que poderiam me parecer também justas, merecedoras de atenção e cooperação.

            Tenho direito e necessidade de refletir com liberdade, tenho direito de mudar (ou não) de opinião, de abandonar “lados”, “certezas”, de escutar minhas dúvidas, de não “pertencer” a grupos, a tribos, a modismos...
Não adianta subir as mais altas montanhas, conhecer novas pessoas, paisagens, ler os melhores livros... se minha visão estiver condicionada, emparedada por algum “lado do muro”. Estamos vivos, somos uma Centelha Viva e tudo que vive tem movimento, muda e se transforma. Somos mutantes – a cada momento, precisamos adequar nossa visão e escolhas às pessoas que estivermos sendo. E somente livres, “de cima do muro”, podemos ser leais a nós mesmos e cumprirmos com nossos destinos em busca sempre do Melhor.