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domingo, 29 de julho de 2012

NÃO QUERO TE VER TRISTE ASSIM



            Como é difícil e doloroso assistir a tristeza de quem amamos!
Evitava te ouvir, olhar em teus olhos, com medo de me confrontar com tuas dores. Muitas vezes eu as desqualifiquei, minimizei, querendo te consolar, querendo te distrair, desrespeitando, sem sentir, teus sentimentos.

            Quisera te ver sempre alegre, vitorioso, sem perdas, sem problemas, sem tropeços... Quisera te ver “pronto”, livre, perfeito... para não teres que encarar desafios e duros aprendizados. Como é doído não poder ser assim!

            Preciso aprender a aceitar e respeitar tua tristeza, tuas dúvidas, tuas dores... porque elas fazem parte de teu destino, do teu processo de libertação.
- preciso aprender a estar contigo, disponível, mas sem te invadir, sem querer te resgatar, levando-te a sentir-se inseguro, fazendo-te acreditar-se incompetente para cuidar da própria vida.
- preciso ouvir-te mais e “orientar” menos.
- preciso aprender a te amar com “leveza”, desapegada, sem posse, sem peso...

            É muito difícil porque, para isso, preciso também segurar meu medo de sofrer com tua dor, largar meu controle, mudar minhas crenças sobre meu poder e dever contigo e acreditar, realmente acreditar, que estamos todos incluídos no grande projeto de Deus e que, em seu tempo e a seu modo, todos chegaremos... e tu também!

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quarta-feira, 25 de julho de 2012

IMPACIÊNCIA



            Como nos maltrata! A impaciência dos outros, a nossa impaciência...
Como maltrata qualquer tipo de relação – das mais fortuitas e impessoais às mais significativas e mais queridas. Ela se caracteriza pela não aceitação das circunstâncias, das pessoas, do mundo... Ela decorre da frustração e se faz acompanhar de uma irritação, a princípio surda, que revelamos através de pequenos gestos bruscos, palavras mastigadas, “praguejadas”, em tom baixo, mas intenso. Uma irritação que tentamos segurar, mas que revelamos no corpo tenso, dentes trincados, na garganta fechada. Essa irritação cresce para a raiva que, se seguramos, ela nos queima e consome e, se extravasamos, ela sai com ímpeto alcançando todos à nossa volta e até a nós mesmos.

Sob o poder dessas emoções, nos bloqueamos para a beleza e a gostosura que a vida possa estar nos oferecendo. Eu me sinto, às vezes, refém dessas emoções. Quero sair delas e tenho dificuldade porque me “pego” remoendo minha impaciência com o mundo e o culpo por meu estado interior! Preciso entender como funciona minha mente e os sentimentos/atitudes que ela detona em mim.

O que quero para mim? Continuar a me sentir vítima do Mundo, dos “chatos”, dos “folgados”, dos invasivos, dos “ingratos”, dos que pensam diferente de mim, dos que são ou estão “errados”, e não assumir minha responsabilidade pelo meu espaço, sem ser clara e firme ao estabelecer meus limites nas relações?  Quero continuar a pensar, com fantasia e infantilidade, que tudo e todos, a vida, as circunstâncias, deveriam ser conforme meu desejo e minhas expectativas?

Preciso ser coerente com o que quero para mim! Se quero estar bem, preciso Cuidar de mim, cuidar do meu mundo interior – meus pensamentos e sentimentos. Preciso, também, aprender a cuidar do meu espaço exterior – eu nas minhas relações. Preciso acreditar e aceitar que não posso modificar as pessoas. Preciso lembrar-me disso, a todo momento, e redirecionar meus pensamentos recorrentes. E preciso, a todo instante, exercitar uma atitude clara e gentil, firme e assertiva, para resguardar meu espaço nas relações.  Só assim poderei sustar esse processo que me arrebata e maltrata: frustração, impaciência, irritação, raiva...

          “Rogo a Deus coragem e perseverança para eu me mudar!”
Como é difícil ! Mas vale a pena !

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sexta-feira, 20 de julho de 2012

OMISSÃO



Meus erros têm sido resultado de cálculos e decisões equivocadas e Ações movidas pelo egoísmo (orgulho, pretensão, prepotência, competição, vaidade, raiva, medo...), quando me vi confrontada com situações que exigiam de mim escolhas e atitudes. E eu, então, agi mal, escolhi mal...


Tantas e tantas vezes errei, falhei, mas nada me dói tanto quanto o reconhecimento das vezes em que me omiti fugindo da responsabilidade de tomar decisões, fugindo de me colocar, de me defender , de defender as  pessoas que amava, defender qualquer pessoa que merecesse naquele momento minha tomada de posição frente ao mundo. Omissão, também, de revelar minhas opiniões, meus sentimentos, me escondendo, fugindo das escolhas...

  Mas a omissão, na verdade, não deixa de ser uma escolha. Sem nos darmos conta, escolhemos não escolher, não fazer, não querer saber... A omissão revela, hoje entendo, o medo, uma covardia, uma paralisação, uma incapacidade de se expor, de agir. E como não há ação (boa ou má) ficamos, para sempre, com a impressão de que, se agíssemos, modificaríamos tudo... até o destino dos Outros. Não quisemos, ou não pudemos, tomar a responsabilidade de ser ativos em nossa vida e agora queremos carregar a responsabilidade pela vida dos Outros! Na verdade, tudo poderia ser diferente (não sabemos quão diferente ou qual a diferença), mas o destino do Outro depende somente de suas próprias escolhas e atitudes ante os novos fatos. Mesmo hoje, entendendo tudo isso, ainda voltamos a nos cobrar! Como dói nos confrontarmos com as nossas omissões!

            Preciso Aceitar, a cada lembrança, meus erros e omissões. Eles fazem parte da minha história. Mas foi “Só por ontem”,

            O que proponho para mim é viver “Só por Hoje”, revendo com honestidade o meu passado e buscando com paciência, “Coragem para mudar”.

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segunda-feira, 16 de julho de 2012

GRATIDÃO



            Muitas vezes aprendemos e alimentamos a fantasia delirante que a vida, a felicidade, a reformulação dos outros, salvá-los, é a nossa Missão. E nos sentimos bons, superiores, escolhidos, para tão importante tarefa.
“Arregaçamos as mangas” e nos dedicamos, cada vez mais, em “salvar” as pessoas de seus destinos “mal escolhidos”, mesmo à sua revelia, mesmo que nada tenham solicitado. Como nos sentimos responsáveis pelos que dependem totalmente de nós (as crianças, os muito jovens, os muito idosos), a eles mais nos dedicamos. Procuramos dispensar-lhes todos os cuidados e, aos mais novos, passamos valores, crenças, princípios (os nossos, os que entendemos serem os melhores) e o nosso amor.

            Mas, tão imbuímos ficamos com nossa responsabilidade, que acreditamos dever monitorá-los pelo tempo afora, pela vida inteira!
Quando, já adultos, se rebelam e decidem fazer suas próprias escolhas, nós nos magoamos e os acusamos de ingratidão! Na verdade, eles só querem seus destinos de volta, mesmo que seja para errarem e poderem aprender, ainda que da forma mais dolorosa. Essa é a principal Missão de cada um! Não temos o direito de roubá-la dos outros, mesmo que seja para que não sofram. Ou pela arrogância de nos sentirmos mais preparados para a vida, mais “sabidos”, vividos... Se não entendermos isso, se desrespeitarmos esse direito, receberemos irritação, impaciência, revolta, distância, “ingratidão”!

            Não se cobra sentimentos, não se cobra Gratidão! Na verdade, não se cobra NADA! Não adianta, incomoda, coloca o Outro na defensiva e ele, então, briga ou foge... e ainda se sente justificado!
Mesmo quando amamos e nos doamos com respeito e sem cobranças, cada um reage ao nosso amor de seu próprio modo, absolutamente pessoal. Uns, com indiferença e frieza ou querendo sempre mais, como se a vida lhes devesse tudo. Outros, com o reconhecimento racional do que receberam ou do que se espera que façam, sentem-se na obrigação de cumprir com seu dever. Outros ainda, com alegria, com reconhecimento amoroso da graça, da doação recebida, sentem Gratidão!

            A Gratidão é assim - brota” naturalmente da nossa dimensão espiritual, é um “estado de graça” que transborda para os Outros, para o Mundo...


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quinta-feira, 12 de julho de 2012

ACEITAÇÃO DE MIM



             Arde em cada um de nós um anseio constante, sussurrante, às vezes até gritante, de libertação, de liberdade...
Libertação de tanto que me fizeram acreditar, do que fui acreditando ser obrigada a sentir ou a “não sentir”, da obrigação de reagir conforme o esperado, de todos “posso e não posso”, “pode e não pode”, “devo e não devo” – todos vindo de fora, sem escolha consciente. Libertação de limites que me apequenavam e expectativas alheias que me angustiavam, que me faziam eterna devedora, jamais a contento. Libertação de defeitos escondidos, disfarçados. Libertação de uma imagem não verdadeira, cobrada e esperada pelos Outros, perseguida ansiosamente por mim – mas aprisionante de Mim.

            Afinal, quem ainda sou, só por hoje?  Quais minhas amarras?
Para poder desatá-las, livrar-me delas, preciso primeiro olhar para mim, descobrir-me, aceitar-me...
Esse é o meu desafio! Descobrir o que ainda escondo do mundo e de mim mesma, mas que já não quero para mim!
Quisera ser tão melhor do que sou! Quisera estar liberta, eu mesma, de tudo que rejeito no mundo, nas pessoas... Quisera estar sempre gentil, solidária, disponível, corajosa, verdadeira, tolerante, paciente, generosa...

            Mas, repito para mim mesma, o caminho para tanto passa, antes de tudo, pela descoberta e aceitação do que ainda sou.  
Aceitação da minha realidade, quantas vezes ainda tão crítica, intolerante, impaciente, manipuladora, mesquinha, medrosa, acovardada, raivosa, ressentida... Só uma atenção amorosa, honesta e constante comigo mesma poderá me ajudar a reconhecer e aceitar essas humanas, mas negativas, “nuances” de mim. Só assim poderei ir libertando-me, sem lutas, sem punições, sem culpas, sem justificativas... apenas com a certeza de que já não fazem parte do que desejo para mim.

            A Aceitação nos traz a paz interior que libera forças para não desistirmos e continuarmos no processo da mudança, da transformação, da libertação... A felicidade que advém dessa libertação interior e de uma relação amorosa conosco mesmos, cada vez mais intensa, perseverante, requer Paciência, muita paciência... Mas, afinal, “o amor é paciente e é bom...”

            Hoje, Acredito e Confio que, apesar de minhas falhas, apesar do que ainda sou, Um dia de cada vez, conseguirei ir me libertando... Afinal, nos originamos na Luz e para ela, inexoravelmente, caminhamos.


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domingo, 8 de julho de 2012

TRAIÇÃO



             Quem está dentro?  Quem já está fora? Quem merece a lealdade, a honestidade? Quem já não as recebe? Quem já está excluído, preterido, no grupo, na relação? Quem já não é mais o escolhido, aquele com quem se compartilha tudo: a vida, as idéias, os projetos, os sentimentos, os porquês das atitudes, os segredos...
Esse é o que está fora da prioridade. Esse é o que se sente pisado, desamado, descartado, desvalorizado... E é tudo tão doído! Mas o fato de não merecer a Verdade é que faz sentir mais duramente, além de tudo mais, o ridículo, a humilhação, a Traição.

            A Verdade ou a mentira/omissão são os divisores entre o que é um Direito de Escolha e a Traição.
Mudar de lado, de “camisa”, de prioridades, de “amor”, são direitos naturais de todos em quaisquer relações, mas negar ao Outro o direito à Verdade, negar-lhe o respeito à sua possibilidade de escolha – isso é Traição.
Continuar a utilizar o Outro por tudo que ele é ou pelo que ele doa à relação, usufruindo-o como um objeto de uso (mesmo já em desuso), desfrutando a comodidade de não ter que se confrontar com possíveis mudanças em decorrência da verdade – isso é Traição.

Poucas situações conseguem ser tão dolorosas, humilhantes, desnorteantes, desestabilizadoras. A mentira, a Traição, em quaisquer de nossas relações mais significativas (com pais, companheiros, amigos, filhos) nos desorientam porque representam a quebra de nossas crenças básicas, do que acreditamos, em quem acreditamos. Sentimo-nos tolos, incompetentes... “E eu que acreditei!”. Ficamos confusos, “sem chão”, sem referências... Em que acreditar?  Em quem acreditar?

            Traição é a mentira na relação. É negar nossa Verdade ao outro e a Verdade é uma das necessidades mais altas do ser humano.

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terça-feira, 3 de julho de 2012

É AGORA !



          Em nosso processo evolutivo, pertencentes que somos a um universo, todo ele em evolução, iniciamos a percepção de nós mesmos através de nosso corpo físico, regidos por instintos que nos garantissem a preservação da vida. À medida que fomos aperfeiçoando nossa capacidade mental, intelectual e nossa sensibilidade, fomos construindo um modo de pensar sempre atento ao mundo de fora. Um mundo de onde obteríamos o que nos saciasse as necessidades e nos trouxesse prazer, físico e psíquico; um mundo repleto de outras criaturas que disputavam conosco esses mesmos interesses e um mundo do qual nos defenderíamos para que não nos trouxesse perdas. Assim, fomos estruturando um Ego competitivo, aguerrido, possessivo, sempre atento ao mundo de fora.

            Precisávamos, por isso, afirmar aos outros e a nós mesmos que existíamos, tínhamos valor e queríamos a alegria de nos sentir amados. Competimos, então, por coisas, por pessoas que se tornam “nossas coisas”, pelo poder, pelo dinheiro, por prestígio, por tudo que nos garantisse sobrevivência e prazer... Para isso, tivemos que bloquear sentimentos, dons naturais, disfarçar defeitos, características únicas, idéias, ideais... Criamos, assim, uma zona fechada e sombria em nosso interior, selada por máscaras diversas, que escolhíamos usar conforme as situações se apresentassem e achássemos necessárias para garantir valorização, aprovação e estima dos outros. Este modo de acreditar e pensar (como devemos ser e interagir) tem sido transmitido de geração em geração, perpetuando em nós esse estágio egóico, de lutas externas e bloqueios internos, em nossa evolução.

            Hoje vivemos, claramente, o momento, a oportunidade, de continuarmos nosso processo evolutivo: de seres basicamente físicos( animais), a seres psíquicos, e já agora com a consciência de que somos Seres Espirituais! Podemos ir além do sobreviver e do prazer, queremos um viver mais pleno, queremos a Felicidade, que só pode ser alcançada pela vivência de nossa espiritualidade! E nossa dimensão espiritual, a ser descoberta e despertada, é Interior.                  
 - precisamos aprender a trazer e exercitar nosso foco de atenção para o interior de nós mesmos. Então descobriremos o que se esconde sob nossas máscaras e poderemos ir transpondo, liberando e iluminando nossa sombra com a luz amorosa que emana de nossa espiritualidade.
 - precisamos transformar nossa postura de luta, crítica, condenação, em um olhar interno de curiosidade, descoberta, aceitação, libertação – um olhar pleno do Amor em suas várias faces ( compaixão, paciência, ternura, perdão, bom humor...).

Quanto mais aprendermos a exercitar esse Amor conosco mesmos, mais conseguiremos fazer mudanças em nosso Agir e Interagir e mais conseguiremos apaziguar, transformar e transcender nosso estágio egóico, nos libertando e integrando-o à nossa realidade espiritual.

Assim é nosso estágio espiritual!
Esta é a nova etapa de nossa evolução!
Este é o nosso momento!
E ele é Agora!

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