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quinta-feira, 26 de junho de 2014

PENSAMENTOS


         “Pensamentos que me afligem...”  O que fazer com pensamentos que tanto me afligem? Os pensamentos são crias de nossas crenças e os senhores do nosso mundo interior! Eles detonam nossos sentimentos e comportamentos, controlando nossas vidas, nossos passos. Por desventura, fomos condicionados a pensar (e existir) em tempos que, na realidade, não existem! O tempo que já passou e o tempo que ainda não chegou! Criamos, assim, em pensamento, virtualmente, os sofrimentos que tanto nos afligem...

            Fixamos nossos pensamentos no passado, nas recordações, deixando que eles nos tornem reféns de sentimentos de nostalgia, saudade, de momentos que foram bons, reféns da tristeza das perdas, reféns da amargura e mágoa pelo que não se concretizou como desejávamos, reféns da irritação, da raiva, do ódio, por tudo e todos que nos agrediram ou prejudicaram... Esses pensamentos recorrentes nos levam à paralisia, à dor, à teimosia ou à revanche, à luta, à disputa... Eles nos comandam!

            Quando não estamos “pensando ontem”, nos fixamos a um pensar “futurista” que nos assombra com preocupações e antecipações de dores, lutas, desafios, desgraças... Pensamentos que nos fazem antever dificuldades, que nos fragilizam, nos fazem prisioneiros do medo de ousar no presente e nos paralisam numa tentativa agoniada e sofrida de nos resguardarmos de possíveis dores. E quanto mais nos deixamos levar por nossos pensamentos perdidos e equivocados no tempo/espaço, delirantes, sem objetividade, mais agoniadas, menos criativas e eficientes tornam-se nossas vidas. Eles drenam nossas forças e nossa alegria de viver!

E no presente, o que escolho pensar? Como alimento meus pensamentos? O que escolho ouvir, o que assisto, o que leio, como julgo/penso o que me cerca? Escolho pensar no bem ou no mal, no que constrói ou no que destrói?

Pensamentos são energias e têm a força e a orientação que nós quisermos lhes dar – construtivas ou destrutivas. Somos senhores de nossos pensamentos, dessa força universal à nossa disposição. Não precisamos ser vítimas indefesas de nossos pensamentos desorientados!
“O pensamento parece uma coisa a toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar...”
Para onde quero voar – para a alegria ou para a agonia? Onde quero colocar meus pensamentos? Talvez eu não saiba, ou não acredite, mas somos os senhores de nossos pensamentos!

Possuímos um nível superior de consciência que é superior ao nível mental básico, ao ego. Esse nível Superior/Espiritual é que pode orientar nossos pensamentos para o aqui/agora, para o bem, para o amor em todas as suas faces. Ele pode nos tirar de todos os sentimentos dolorosos que acabam comandando nossos comportamentos. Não somos marionetes impotentes ante nossos pensamentos desgovernados. Não estamos acostumados a esse novo olhar sobre nós mesmos por isso sentimo-nos quase sempre dominados por pensamentos antigos e recorrentes. Só não podemos desistir! É preciso retomar o comando de nós mesmos. Nós orientamos nossos pensamentos e decidimos o que vamos pensar
ou o que não vamos!


            Toda libertação tem um preço: disciplina, paciência, boa vontade, perseverança... Não quero aceitar pensamentos indesejáveis (Não vou pensar nisso!). Vou redirecioná-los para um bom viver, para o que me enternece, me tranqüiliza e me faz sorrir!

sábado, 21 de junho de 2014

CONVENCER !!!


O Convencimento é uma tática do ego! Ele precisa vencer de qualquer modo! “Se não puder convencê-los, confunda-os!” E, como tática do ego em disputas, lutas e competições, a tentativa de convencer é teimosa, enjoada, insistente, arrogante, presunçosa...

            Em quaisquer assuntos, crenças, ideologias – religião, política, outras razões e paixões (familiares ou não)... Quem tem razão? Quem é melhor informado? Quem tem mais bom senso, mais visão, melhores intenções? Quem sabe o que os outros ainda não sabem ou se negam a saber? Quem tem a chave para a salvação  da família, dos outros, da nação, do mundo? Quem...

Toda disputa é, em última análise, uma luta de egos!
Tentamos convencer para vencer! Sair vencedores em nossas posições, a qualquer preço! Gritamos, sussurramos, não ouvimos (só para melhor rebater), repetimos, repetimos “diferente”, cansamos, manipulamos, enganamos (se “necessário”) - vale tudo pelas “nossas boas razões”!
Ficamos fechados, cegos/surdos a quaisquer outras razões, hipnotizados pelas nossas, prisioneiros de um jogo sem fim...

            Tudo começa numa conversa, numa troca de opiniões, mas quando alguém se arvora defensor da “verdade” e caçador dos equivocados ou mal intencionados, a simples e rica diversidade de pontos de vista, que poderia acrescentar para ambos, se transforma em discussão, em disputa... Passamos a desconfiar das razões do outro, nos aferramos à nossa e passamos a repeti-la sob muitas formas, mas com o mesmo intuito, tentando convencer! Nesse ponto – desista! Todos vão “fechar” com suas próprias opiniões, não terão mais abertura para ouvir nem senso de oportunidade ao tentar impor suas idéias – virou luta!

            Tentar convencer é tentar modificar o outro – e só posso modificar a mim! O que posso é tentar abrir meus olhos/ouvidos/mente aos argumentos do outro e examiná-los. Posso até vir a modificar os meus à luz desses novos argumentos – ou não. Posso também ser leal a mim e ser amistoso/participativo dando voz às minhas opiniões. E pronto! Sem repetir e repetir... Sem insistir e tentar convencer.

            Tentar convencer é uma forma desrespeitosa de estar em relação.
É não aceitar as diferenças das pessoas: suas visões e até suas “distorções”!
É ter a pretensão de ser/estar “mais” e querer acertar o outro, o mundo...
É estar rígido, não conseguir se flexibilizar na vida e nas relações...
É estar demonstrando uma personalidade desafiadora ou competitiva,

Convencer, nem tente! O outro pode até se calar, abandonar a discussão, a luta, desistir da disputa, mas não se iluda – ele não foi convencido!


            Relaxe, compartilhe idéias, mas aceite as diferenças e seja feliz!

segunda-feira, 16 de junho de 2014

QUEM CORRE NÃO SABOREIA


           Sinto-me, muitas vezes, arrastada por uma corrente desordenada que me envolve, me empurra, me cobra, me exige... e eu vou!

            Corremos para saber mais, ter mais, parecer mais, nos distrair mais, controlar mais, dar conta de coisas demais! Vivemos e fomos educados sob a crença de que “tempo é dinheiro” e o dinheiro é que compra coisas, estudos, títulos, “respeito”... valorização do mundo. Então, precisamos correr à frente e atrás desse tempo! Não podemos perder tempo! É correr, correr, correr...

            Mas, vou descobrindo por mim, em mim, que correr tanto cansa e quem cansa desanima, perde o foco, se desgasta, se esvazia de alegria e até do próprio sentido da corrida! Apenas corremos! Por que corro tanto? Para que? Para quem? O que busco tanto se, quanto mais corro, menos saboreio?

            Tenho observado que essa correria frenética libera adrenalina, dá um “up” químico, artificial, ao nosso caminhar. Faz-nos sentir ocupados, importantes, úteis e até imprescindíveis... Nossa vida parece plena de saberes e afazeres... mas vamos nos sentindo cada vez mais vazios das alegrias simples, de gozos internos, de descobertas gostosas, de tranqüilidade, de serenidade...

            Fomos convidados (ou convocados?) a essa passagem nesta vida.
E um banquete está servido! Mas corro tanto de um “prato” para outro, que nem os saboreio! Corro meus olhos por todos, avaliando, criticando, provando-os sem alegria, querendo modificá-los...
Não paro para saborear a roupa (corpo) adequada que recebi para aqui passar. Eu o forço, não o respeito, reclamo, quero sempre modificá-lo...
Não paro para saborear a natureza à minha volta. Não tenho tempo! E quando posso, tento modificá-la!
Não paro para saborear o que faço, o meu trabalho, qualquer trabalho... Não me dou tempo para observá-lo, curti-lo, desfrutar da alegria de fazê-lo bem feito. Virou obrigação e uma rotina enfadonha, apressada. Gostaria sempre de trocá-lo!
Não paro para saborear meus amores: amigos, companheiros, familiares... a doçura e curiosidade das crianças, a irreverência dos jovens, a sabedoria dos idosos... Sem perder tempo, falo muito, ouço pouco, quero orientá-los, quero modificá-los.
Não me permito desfrutar de momentos de puro ócio, de apenas parar...

            Buscando coisas, pessoas, informações, novidades... eu corro. Não aprendo, realmente, porque não tenho tempo para transformar tantos saberes em sabedoria! Sou e faço tantas coisas... Sinto-me num carro em alta velocidade, onde pouco vejo, pouco desfruto ou saboreio dessa incrível viajem! Corro insatisfeita, cansada, frustrada... e culpo “essa vida tão complicada”, mas só eu posso descomplicá-la! Preciso de coragem e perseverança para reduzir essa aceleração.

            Quero saborear cada “prato” que a vida me tem oferecido.
Os doces, gostosos, de puro deleite... e até os azedos e amargos que tanto podem me ensinar com seu sabores estranhos. Repito para mim:

Quando corro não saboreio a vida e tudo que ela tem a me oferecer.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

ESTABELECENDO LIMITES


           Por que tenho tanta dificuldade para estabelecer um limite respeitoso entre mim e as pessoas da minha vida? E a dificuldade aumenta ainda mais na medida em que mais significativas/importantes essas pessoas são para mim!

            Talvez porque me tenha sido ensinado, ou entendi assim, que “amar é misturar” - misturar nossas vidas, destinos, idéias, sonhos, sentimentos...
Que amar é tentar viver, por amor, a vida dos outros. Tentar livrá-los de erros, perdas, penas, descaminhos... Acreditava que precisava invadi-los, sem limites, para tentar protegê-los, para melhor cuidá-los... ou me sentiria culpada se falhasse! Também tinha medo de lhes negar qualquer coisa, de dizer não, de fazer respeitar meus limites, minhas possibilidades, meus gostos, - e assim lhes desagradar, decepcionar suas expectativas... E se não mais me valorizassem? E se me amassem menos? E se me preterissem? E se me abandonassem?...

            Hoje começo a entender que estabelecer um limite entre as pessoas, mesmo as mais queridas, é apenas respeitar sua alteridade, suas características diferentes de seres únicos que são, com destinos e possibilidades próprias. E para isso, começo a entender que cada um precisa ser respeitado em suas escolhas (mesmo as que não nos parecem boas) porque delas é que recolherão um aprendizado.
Não tenho o direito de impedir esse processo natural, que é o próprio sentido da vida, assim como, mesmo em nome do amor, não posso permitir que queiram dirigir meu caminhar e invadam o espaço que necessito para ser quem Sou.

            Entendi tudo isso! Já é um começo! Mas ainda tenho muita dificuldade de estabelecer alguns desses limites, em algumas de minhas relações! Ainda prevalecem alguns daqueles medos... Medo da reação zangada/agressiva dos “mal acostumados”, medo da insistência e manipulação dos invasivos, medo da dor do outro que, sem entender, talvez se sinta rejeitado...

            Preciso estar atenta e paciente comigo mesma e em minhas relações. Mudanças em crenças, pensamentos, sentimentos e atitudes são difíceis e vagarosas.  Preciso compartilhar essas dificuldades tão humanas, para “desencantá-las”, tirar-lhes poder, deixá-las sair... Preciso aprender (e exercitar) a me comunicar com honestidade. Preciso dizer de minhas necessidades e prioridades, preciso dar voz a mim e ouvir os outros, preciso dizer da importância para nossa relação de respeitarmos nossos limites. Preciso exercitar, um dia de cada vez, a cada momento, o auto-respeito e o respeito aos outros, estabelecendo e honrando os meus limites.

            O Respeito é a face primeira do Amor e é o alicerce para a construção do Auto Amor.


sexta-feira, 6 de junho de 2014

DA MENTE AO CORAÇÃO


          Parece tão perto, mas como é longo esse trajeto!
Quando procurei manter-me atenta a mim mesma, permitindo-me “auscultar” meus sentimentos, fui descobrindo raivas, mágoas, decepções, culpas, vergonhas... e quando fui confrontando alguns fatos e atitudes em minha vida de relação, acreditei serem as pessoas da minha vida as culpadas, as responsáveis, pelos meus sentimentos e atitudes, pelo que me fizeram ou pelo que eu esperara delas.

Hoje sei que sou a única responsável pelos meus pensamentos, pelas minhas expectativas e pelos meus sentimentos decorrentes! Consigo assim, cada vez mais, entender o que se passou em minha vida interior e nas minhas relações. (P8) Minha mente já entende que esses sentimentos tão doídos foram criados por mim mesma. Agora só falta me libertar desses sentimentos presentes e recorrentes. Mas, como? Como liberar-me deles? Como “desentocá-los” dos porões escondidos de mim?

Entendo que preciso trazê-los à luz, tirar-lhes o poder daquilo que é amordaçado, disfarçado, negado...  Já consigo “ver” alguns deles!  (4P) Já consigo falar deles com meu Deus Amoroso, mas essa fala honesta comigo mesma e com Deus ainda é escondidinha, é o nosso segredo...  Preciso ir além, compartilhá-los com Outros, assumir esses aspectos de minha humanidade, diluí-los à luz da honestidade (5P)... Preciso prosseguir do entendimento, da minha mente ao meu coração, que, com aceitação, com amor, tudo perdoa e dissolve, preparando-me para a mudança e a transformação.

Por que hesito ainda tanto? Por que ainda vejo tão pouco de mim e falo ainda menos? O que me impede de liberar sentimentos renitentes, enraizados, que só me atrasam o caminhar? O que me impede de aprofundar o 4º e 5º passos?

Acredito que são alguns “defeitos de caráter”, bem mais difíceis de ver, como orgulho e vaidade. Não quero me revelar tanto porque isso “machuca” a minha imagem, imagem criada por mim, para mim e para o mundo! Pressinto que meu ego ainda não está pronto para abrir mão dessa  imagem melhorada que criei para ter a aprovação do mundo, nos critérios do mundo. Ainda guardo o foco externo mais forte do que gostaria, ainda sou mais dependente dessa valorização externa do que acreditava! Ainda tenho medo de alguns julgamentos... Não quero revelar minhas escolhas tolas e arrogantes, quando me achava tão especial. E minhas expectativas irreais, porque acreditava que eu merecia mais! E minha raiva e vergonha de por não me tratarem como eu, orgulhosamente, achava  que deviam! Por eu não ser quem eu achava que era...

A caminhada com os Passos é isso! É o caminho do Ego, da mente, ao Coração. Auto descoberta, cada vez mais interior das dificuldades doídas que nos sinalizam zonas aprisionadas, clamando para serem reconhecidas, aceitas e aos poucos libertadas. Não é um trajeto doloroso, ainda que longo. É um trajeto para ser feito com honestidade para não nos perdermos em atalhos sem saída... É um trajeto para ser feito com curiosidade, aceitação, humildade, compaixão, ternura, paciência... com a alegria  de Ser e Estar cada vez mais leves...