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sexta-feira, 30 de março de 2018

O AMOR PERFEITO



       É o Amor de Deus! O Amor sempre presente, disponível, acolhedor.  Mesmo num mundo de coisas e formas concretas, esse amor, sem forma e imaterial, me envolve, me “ouve”, me sustenta, me apoia...
      Ele acolhe todos os meus medos, me embala, me acarinha. É um Amor que acolhe minha confusão, minhas virtudes, minhas mesquinharias. Ele não me julga, só me acolhe! Ele não teme por mim, porque Ele Sabe que é assim mesmo esse caminhar humano.
       Ele acolhe minha tristeza imensa porque Ele Sabe que o mundo que criamos é ainda imperfeito, torto, injusto, muito triste... Mas Ele Sabe que caminhamos, mesmo através dos descaminhos que nós mesmos criamos...
       Ele acolhe meu pranto como acolhe minhas alegrias, minhas conquistas, porque Ele Sabe que irei vencendo os desafios.
       Ele acolhe meu desespero pelas dores e tropeços daqueles que amo. Ele Sabe que eles também estão a caminho, me infunde paciência e me consola.   Ele acolhe, generoso e compassivo, minhas culpas e tristezas por um passado que já não posso consertar.
        Ele acolhe, paciente  e amoroso, as minhas súplicas por milagres que atendam ao que tanto desejo, mesmo quando Ele Sabe que aqueles milagres não devem acontecer nesse momento, por razões que ainda não consigo entender.  Mas que Ele Sabe.
        Esse é o Amor de meu Deus, que me envolve, que Está em mim, que é minha origem e minha destinação, que cada vez mais se revela e cresce em mim.  Se o busco – Ele está aqui! Se o chamo, eu O sinto presente... E quando isto acontece, eu me acalmo, me sinto confortada e fortalecida e então continuo...

sexta-feira, 23 de março de 2018

SOB PRESSÃO - MULHERES



        Todos nascemos com um script já escrito pela Família e pela Sociedade  dizendo  quais são nossos papéis e de como esperam que os desempenhemos.  Todos esperam o melhor de nós, por amor ou sem amor! Mas o que torna esses scripts tão pesados é o grau de perfeição idealizada e esperada  e a rigidez com que, individualmente, nós os acolhemos. Então, nascemos já sob o peso dessas expectativas e das pressões da Família e da Sociedade, mas sobre as mulheres cai o ônus maior por seus tantos, e tantas vezes conflitantes, papéis. Aprenderam e acreditam que só terão valor na medi da em que consigam desempenhar com perfeição sua “missão”. 

        Em família, espera-se que sejam filhas atentas e obedientes, generosas cuidadoras de seus pais, avós, irmãos e outros parentes, sempre que necessário. São mulheres, é isso que se espera delas!  Como mulher/mães, a entrega deve ser total aos cuidados pelos filhos. Acredita-se, e elas acreditam, que têm o poder e o dever de fazê-los “dar certo”, de modificá-los para seu bem, sempre que necessário e  ainda acreditam que são responsáveis por sua “felicidade”. Desenvolvem assim um amor possessivo, apegado, desesperado, ante todos os perigos de um mundo que dificulta de toda maneira a sua missão. E deverá ser um amor “incondicional e desinteressado”(sem esperar qualquer tipo de retorno!?)  Sua imagem para os filhos deve ser de pureza e perfeição!!

        Já como mulher/companheira/amante, acentua-se a dificuldade e o conflito com mais esse papel. Também acredita que para ser amada e ter valor, para não sofrer rejeição e abandono, precisa fazer o Homem feliz, atendendo às suas expectativas, mantendo seu interesse, dedicando-lhe seu tempo e atenção, compartilhando sua sexualidade tão humana, nem sempre tão pura!

        E, numa sociedade em processo de abertura, mas ainda bastante conservadora, patriarcal, ainda se espera  submissão a seus papéis tão conflitantes.  Lutando por direitos tanto tempo ignorados, tentando diminuir a opressão material, que mantem a submissão, a mulher busca a independência econômica, ainda que discriminada e menos valorizada em seu trabalho.  Mas ganha, em contra partida, a pressão de mais um papel – o de profissional! 

        Como atender a todos?  Como um equilibrista de vários pratos, corre todo o tempo de um papel para outro, agoniada, culpada, com medo de falhar e deixar cair algum deles...   Acreditando que precisa “dar conta” de tantos papéis com perfeição para se sentir amada e valorizada, o mundo interior das mulheres torna-se um caldeirão de emoções dolorosas e quase sempre reprimidas ou disfarçadas – medo, ansiedade, frustração, raiva, mágoa, humilhação, vergonha, culpa ...   Suas atitudes são de constante e frustrante tentativa de controle.  Falam demais, cobram demais, são cobradas demais, se justificam demais ou falam de menos, “engolindo” mágoas e lágrimas... Sob tanta pressão, algumas entram em depressão ou ficam agressivas e vivem  “à beira de um ataque de nervos”! 

        Não adianta se debater e lutar contra opressões de fora, enquanto a maior pressão que a mulher sofre ainda for a Pressão Interior! Enquanto acreditar que deve ser perfeita ou se submeter para ter amor e valor, será presa da agonia de se frustrar continuamente e acreditar que é menos ou de menor valia. Enquanto acreditar que seu principal papel é ser somente servidora e cuidadora de todos, sem aprender a cuidar de si mesma e respeitar os seus limites e enquanto se acomodar, sem ousar sempre mais para melhor se conhecer, ela será uma vítima ressentida e agressiva.

        Mulheres precisam parar de se anular ou de viver correndo, sob pressão. Precisam relaxar, soltarem-se, desligarem-se... e aprender a atender suas necessidades, a se colocar, dizer dos seus anseios, do que podem ou não ... Precisam aprender a estabelecer, respeitar e fazer respeitar seus próprios limites... Precisam aprender a amar sem medo e apego,  aprendendo a se amarem, para serem felizes, sem culpa.  Mulheres precisam poder Ser, naturalmente, o que foram escolhidas para Ser: generosas, doces, leves...  expressões especiais do Amor de Deus! 

sexta-feira, 16 de março de 2018

OMISSÃO II


          Em família ou noutros grupos, gastamos nossa energia e agressividade querendo modificar os outros ou o mundo com seus sistemas tortos e injustos. Descobrimo-nos impotentes para isso  e, herdeiros de uma cultura de povos submetidos e colonizados, acomodamo-nos passivos, “vitimas” irritadas e omissas, esperando que outros façam ou decidam em nossas vidas. Esquecemos que, embora fazendo parte de grupos humanos, como seres individuais temos o Poder e o dever de, com firmeza, respeito e honestidade,  compartilharmos ideias, opiniões e buscarmos fazer a “nossa parte”!

          Omissão é criticar em “OFF”, sem nos colocarmos em “ON”! É não nos colocarmos em defesa de crianças, idosos, vulneráveis...  É presenciarmos abusos, mentiras, manipulações... e fecharmos nossos olhos, mudos e distantes.  Em Família e noutros grupos queremos sempre, “por precaução”, que alguém tome uma atitude, que alguém brigue as nossas brigas, e para isso, manipulamos todos que pudermos com lamentos, acusações de sofrimento e indignação, sem assumirmos a nossa parte nas situações. Ainda não percebemos que podemos não aceitar provocações nem discussões, mas não podemos nos furtar à nossa verdade, quando necessário.

           Ao nos omitirmos queremos preservar nossa imagem de simpático e “boa praça”, alguém que não se intromete, que é “de paz”! Mas, na verdade, o que existe é a passividade, a preguiça, a indiferença, o medo de se expor e medo da responsabilidade, a cada vez maior desumanidade, o egoísmo...  Quando nos omitimos, não arriscamos ao erro, mas não acertamos, não criamos,  não colaboramos, não participamos... Tornamo-nos um peso morto onde vivemos.

            Em Família, Nas Igrejas, no Trabalho, na Cidadania, nas situações do dia a dia, preciso Ser quem, só por hoje, Eu Sou! Não devo me omitir!  Com coragem e honestidade, não devo me negar a mim mesmo e aos outros,  devo dizer o que penso para fazer, assim,  a minha parte!

sábado, 10 de março de 2018

ESCAPISMO




        Dores são sinalizações de que algo em nós precisa de atenção e correção. Mas nossa primeira reação, instintiva, é tentar fugir, escapar. Tentamos sempre escapar das dores, de quaisquer dores: dores físicas, dores afetivas e psicológicas, que nos atingem através de situações  produzidas por perdas ou impasses.  Queremos soluções práticas, rápidas, que as anestesiem ou nos distraiam delas. E, apesar de sermos seres racionais, nossa reação seguinte é justificarmos nossa necessidade de escapar e providenciarmos os remédios que nos facilitem a fuga.
         Para dores físicas, remédios de farmácia, dos mais leves aos mais fortes.  Para dores insistentes, não localizadas no corpo, que acompanham nossa insatisfação afetiva e psicológica, buscamos escapar através da busca exagerada de compensações e prazeres que o mundo nos oferece: dinheiro, poder, status... Eles nos envaidecem e disfarçam a dor de uma auto estima baixa e a necessidade de valorização externa...  Tentamos escapar também na busca exagerada no comer, no beber, no sexo, no gastar, no viajar, no trabalho, na religião, no torcer, no lutar...  E para as dores insistentes e gritantes, para as quais não vemos saída, busca-se o uso e abuso, contínuo e exagerado, de poderosos químicos, desde os mais receitados, aos mais “aceitos socialmente” até aos mais patológicos e por isso criminalizados. E todos esses  “remédios” se transformam em necessidades, que nos aprisionam em nossa fuga, que nos tiram a capacidade de escolher e criar novas possibilidades para nossas vidas.  Assustados, tudo vale para escaparmos da Dor, e do vazio, anestesiando-a ou ofuscando-a. em prazer. Somos pessoas em fuga! A vida assim está tornando–se uma “grande escapada”!.
           E agora? Preciso simplesmente parar de tentar escapar tanto para o mundo, dando as costas para mim mesmo, negando-me a olhar de frente para mim, para meus vazios, meus medos e para a origem de meus impasses interiores. Quero olhar de frente, também, para minhas possibilidades, minha coragem, a minha força, num mundo de atrativos e desafios, mundo onde eu possa chorar, sorrir, crescer e curtir,  descobrindo a gostosura de ser eu mesmo.

sábado, 3 de março de 2018

ESCOLHENDO O QUE PENSAR




       Percebo claramente minhas emoções de raiva, mágoa, vergonha, culpa...  Entretanto, custei mais a perceber que essas emoções derivam do modo como “julgo” as situações. Esse “julgamento” se faz influenciado por minhas experiências anteriores, por meus desejos, minhas carências, por minhas crenças aprendidas... e, então,  se transforma em Pensamentos, positivos ou negativos. Somos seres de energia e a energia criada por essas formas de pensamentos, gera, por sua vez, poderosas energias em nosso corpo emocional e se “derramam” em nosso corpo físico, favorecendo doenças, ou curas. Não entendendo como funciono, posso  tornar-me vítima indefesa de meus próprios pensamentos!

        Hoje procuro analisar meus “julgamentos” antes que se transformem em pensamentos, ou os reforcem.  Estou tendo expectativas baseadas em crenças equivocadas, fora das possibilidades minhas, ou dos outros? Entendo que esse pensar idealizado por meus sonhos me levará a desilusões e sofrimento? Estou aprendendo a cada nova experiência? Já posso escolher meus pensamentos de modo mais consciente? O que penso é viável, ou não? Entendo quando estou buscando riscos afetivos? Ainda prefiro acreditar sempre igual, esperando o impossível ou o improvável do Outro, ou da vida? Prefiro ficar remoendo esses pensamentos acompanhados das emoções dolorosas e negativas que eles detonam em mim? – mágoa, raiva, vergonha, culpa...    Prefiro pensar e repensar assim, até criar e exalar “formas mentais”  e emoções, cada vez mais densas, que acabam por atacar e por adoecer meu corpo físico? Entendo que sou responsável pela doença ou sanidade que crio para mim, em todas as minhas dimensões?

        Se tenho tanto poder mental, porque não utilizá-lo de forma positiva, libertadora? Por que não pensar de forma realista, criativa,  Melhor acertar o “norte” de minhas crenças e mudar o rumo de meus pensamentos em busca da boa terra da tranquilidade.  Sou o senhor de meu mundo interior, pelo menos de meu mundo interior “consciente”. Quero estar bem! Preciso desligar-me de pensamentos sombrios e dolorosos ou me desligar da paralisia do medo com pensamentos em um futuro hipotético e sombrio. Preciso  me desligar do que me faz mal, dos meus maus hábitos de pensar  e desviá-los para ideias leves, ternas, gostosas, criativas, generosas... 

        Esse é um trabalho, insistente, paciente e amoroso comigo mesmo. Uma forma usar meu poder e liberdade ao escolher pensar o que é melhor para mim, o que me traz alegria, felicidade, sanidade.