“Ele estava triste, magoado, até revoltado, por tanta
ingratidão! Remoía mentalmente tudo que havia feito por eles: os sacrifícios, o
tempo de sua vida, o companheirismo e a amizade
junto a eles, as preocupações e as soluções que encontrava... Ele fora o arrimo e o ninho, o tanto e tudo que se lembrava, por pessoas
que nem eram “sua” responsabilidade! Agora, sofria num silêncio gritante tudo
que parecia ser esquecimento e ingratidão.”
Num mundo de trocas como vivemos, ficamos afiados nessa
contabilidade de dar e receber, seja no casamento ou entre irmãos, amigos...
até mesmo entre pais e filhos. Queremos ao fim saber: quem deu mais, ou menos?
O que eu merecia? Magoados, relembramos toda nossa história de sacrifícios e
pensamos “É só esse o troco?”
Julgamos o que não recebemos, sem, na verdade, saber o que se passa no Outro, o seu
momento, sua estória, sua sensibilidade, sua gratidão ,sua ingratidão...
Julgar o Outro será sempre uma fantasia
e uma injusta possibilidade.
Mas podemos descobrir agora o ganho da alegria de poder acolher, ajudar, se sacrificar pelos que amamos e até pelos que pouco conhecemos. A gostosura de Servir, de ajudar, de ser útil, gentil e carinhoso não tem preço para nós mesmos.
A doação do Amor não entra nessa contabilidade. Ela é de
outro nível ! Nós é que podemos ser gratos à Vida, que nos proporciona esta
oportunidade de Servir, de dar maior alegria e maior significado às nossas próprias Vidas.
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