A impaciência se revela quando esquecemos que tudo na vida
está em processo no tempo – um dia de cada vez, um dia após o outro... E as
pessoas, tão diferentes umas das outras, também estão em processo!
A impaciência é filha de nossa ansiedade, da pressa, da
negação do agora, da negação da realidade, do que É. Ela faz nascer (e se nutre)
com as expectativas frustradas, com as fantasias e sonhos gorados, com os
desafios inesperados e dolorosos...
Ela traz como consequência raiva, irritação, mágoa e envenena
nosso modo de Ser e Estar. Irritados, zangados, estamos sempre a correr atrás
de resultados e possibilidades prometidas e ansiadas. Insaciados , nada saboreamos,
pois esperamos, impacientes o “prato” que ainda virá!
A Impaciência, além da agonia constante em nós, traz um
grande impacto em nossas relações. Queremos pressa do Outro, ignorando suas
possibilidades e seu modo de ser. Estando sempre ansiosos e irritados tendemos
a descontar nos outros... Tornamo-nos mal humorados, indelicados, ríspidos, grosseiros,
distantes, sem tempo para escuta, sem aceitação do outro... Impacientes,
estamos sempre sem tempo para o amor.
A impaciência é, assim, um estado de desamor, conosco e com
tudo e todos à nossa volta. É um estado constante de luta e não aceitação...
Como
lidar com a nossa impaciência e/ou com a dos outros? Como na música do Bob
Dylan precisamos entender e aceitar que estamos todos e tudo, em processo no
tempo. Precisamos estabelecer limites, com paciência e firmeza ao nosso pensar
e agir conosco mesmos e com o mundo. E nesse mundo tão apressado e impaciente,
sem compaixão, cabe a cada um de nós, a cada momento, relaxar e se disciplinar
para viver e saborear o Agora ou viver solitários em nossa irritação e azedume!






