Pesquisar este blog

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

IMPACIÊNCIA II


 

A impaciência se revela quando esquecemos que tudo na vida está em processo no tempo – um dia de cada vez, um dia após o outro... E as pessoas, tão diferentes umas das outras, também estão em processo!

A impaciência é filha de nossa ansiedade, da pressa, da negação do agora, da negação da realidade, do que É. Ela faz nascer (e se nutre) com as expectativas frustradas, com as fantasias e sonhos gorados, com os desafios inesperados e dolorosos...

Ela traz como consequência raiva, irritação, mágoa e envenena nosso modo de Ser e Estar. Irritados, zangados, estamos sempre a correr atrás de resultados e possibilidades prometidas e ansiadas. Insaciados , nada saboreamos, pois esperamos, impacientes o “prato” que ainda virá!

A Impaciência, além da agonia constante em nós, traz um grande impacto em nossas relações. Queremos pressa do Outro, ignorando suas possibilidades e seu modo de ser. Estando sempre ansiosos e irritados tendemos a descontar nos outros... Tornamo-nos mal humorados, indelicados, ríspidos, grosseiros, distantes, sem tempo para escuta, sem aceitação do outro... Impacientes, estamos sempre sem tempo para o amor.

A impaciência é, assim, um estado de desamor, conosco e com tudo e todos à nossa volta. É um estado constante de luta e não aceitação...

          Como lidar com a nossa impaciência e/ou com a dos outros? Como na música do Bob Dylan precisamos entender e aceitar que estamos todos e tudo, em processo no tempo. Precisamos estabelecer limites, com paciência e firmeza ao nosso pensar e agir conosco mesmos e com o mundo. E nesse mundo tão apressado e impaciente, sem compaixão, cabe a cada um de nós, a cada momento, relaxar e se disciplinar para viver e saborear o Agora ou viver solitários em nossa irritação e azedume!


quinta-feira, 18 de setembro de 2025

APENAS ME ABRACE

 


Quando...

  Eu chorar, me desesperar, me sentir vítima, presa da agonia e tristeza... Quando eu errar...  Não me julgue com impaciência ou dureza! Não tente me entender ou  fazer com que eu entenda os motivos de minha dor! Às vezes eu até entendo, mas nada disso abate a minha dor! Não discuta, não me compare, não me peça mais do que estou podendo ser ou fazer...

  Minha mente, que tudo sabe, até entende, me explica, mas não me nutre, não me consola! Essa minha dor, minha agonia, meu vazio... não querem explicação! Querem carinho em silêncio, precisam descer da mente e chegar ao meu coração – então, apenas me abrace!

  E me perdoem pelas tantas vezes que julguei, que quis orientar, que comparei dificuldades e dores, pelas vezes que tanto falei e “expliquei”...

  Quanta tolice, quanta insensibilidade! Sentimentos humanos em momentos de confrontos humanos só pedem Silêncio, Respeito e Amor! Por isso, esteja comigo e apenas me abrace !  


sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Carências III

 


Carências escondidas em nossa alma... Carências sussurradas, tímidas, não reconhecidas, não ouvidas, desprezadas e negadas com vergonha por nossa mente racional e orgulhosa...

         Carências sorrateiras, quase inconscientes, mas tão poderosas!. Elas vão nos impulsionando pelo Medo sempre presente e não reconhecido. Elas nos levam a percepções distorcidas, exaltadas, de pessoas e situações  e podem até nos atirar em paixões fulgurantes de amor e ódio

As carências podem se tornar muito perigosas em nossas relações quando encontramos as carências do outro. Elas então se potencializam e podem fazer nossos caminhos e amores se fundirem e confundirem. Elas então nos levam a tomar juntos caminhos errados e de delirante egoísmo. É um processo doentio onde nos sugamos em nome do amor.  E quando o tempo nos sacode para a realidade, quando as luzes das paixões se apagam ou perdem aquele brilho, nos vemos ainda mais carentes, zangados, desamados, magoados...

Mas é essa dor que poderá nos deixar entender e descobrir as carências escondidas em nossas histórias e em nossas relações. Só então começamos a “ver” que o medo da dor, do vazio, da rejeição, do abandono, é que nos fizeram fantasiar, nos apegar em demasia e buscar nos outros nossa nutrição afetiva.

No entanto, entendendo e aceitando nossas carências, vamos curando-as, num processo lento e amoroso, que nos tornam mais corajosos, generosos e fortes para nos perdoar (e aos outros) pela nossa humanidade ainda tão pequenina. É um aprendizado do Amor, libertado e libertador.  


sábado, 19 de julho de 2025

SAUDADES...

 


Momentos...

Momentos que nos abraçam, abafam, chicoteiam...Momentos detonados por gatilhos que parecem simples e inocentes, mas,...Um casaquinho surrado, uma poltrona antiga, uma fotografia amarelada... flashes do passado que brotam na memória... São momentos que nos arrastam num vórtice de dor, de alegria, de saudade...

Saudades de meus pais (meu chão), meus avós (minhas referências), de meu irmão menino, de minha tia sempre comigo... Saudades das brigas e “políticas” familiares, dos ciúmes, das preferências, que eu, tão menina, nem sempre alcançava bem! Saudade de seus cuidados, do seu abrigo! Saudades daqueles que mais me amaram nessa vida! Saudade de suas interdições, comandos, orientações, de minha rebeldia boba, de minhas raivas...

Tristeza imensa, hoje,   por tudo que não conheci de vocês, debaixo de nossos papéis e na correria do tempo.  

Agora, quanto mais lembro e choro, mais entendo um pouco de cada um e amadureço nessas lembranças. São momentos de saudade, da meninice e juventude de minha vida, que apenas começava...


sábado, 28 de junho de 2025

O ORGULHO E A HUMILDADE

 


Em nosso mundo tão controverso aprendemos a ter orgulho de  nossos feitos e a menosprezar a humildade! Nem reparamos como são diferentes e diferentes o que nos causam !

         Gostamos dos aplausos que reforçam nosso ego e nutrem  nosso orgulho Gostamos de poder mais, de ter mais, de saber mais, de sermos mais “generosos”, mais fortes, superiores, o que doa e dá as cartas... Mas, orgulhosos, escondemos nossos medos, vivemos uma vida de engano... Precisamos sempre complicar, nos comparar, competir, lutar,  para nos sentirmos mais seguros, escondendo nossa insegurança. Isso nos leva à arrogância, à impiedade com os perdedores, à raiva nas disputas, à inveja de qualquer “adversário”...  São esses  os caminhos do ego! São caminhos disfarçados de nós mesmos, ensinados desde sempre para se sobreviver.

         Agora, chega o tempo de seguirmos adiante, rumo à dimensão espiritual para um viver melhor, mais leve, mais simples, menos brutal, menos mesquinho... Podemos aprender e praticar a Humildade! Aos poucos, vamos descobrindo a gostosura do cooperar e compartilhar, de nos sentirmos iguais participando, não mais sozinhos ou em luta. Podemos aprender a receber, a aceitar, da vida, das pessoas( de quaisquer pessoas, inclusive daquelas a quem sempre fomos “o doador”), a receber o que podem ou têm a oferecer... A Humildade nos iguala dentro de nós e nos faz sentir o sabor verdadeiro da gratidão.

O orgulho e a humildade são escolhas por caminhos interiores. São caminhos a desbravar nas possibilidades de cada um, a cada momento. Um é do ego e o outro nos   leva à liberdade, ao espírito. Um nos trouxe a esse mundo materialista e aguerrido e o outro nos oferece simplicidade e paz.                                                                                                                                                                                                                          


terça-feira, 20 de maio de 2025

MENOSPREZO

 


          Escondemos nossos medos atrás da máscara do orgulho, num terrível autoengano, que nos faz acreditar sermos melhores porque possuímos mais coisas e sabemos mais, temos mais conhecimentos... Assim, analisamos, julgamos e classificamos as situações e pessoas através dessa máscara distorcida. Só os “melhores ”e os que pensam como nós merecem nossa maior atenção! O resto, menosprezamos!

O menosprezo é então um subproduto do orgulho e da soberba. Olhamos o outro, mesmo que com amor, como alguém “menos”, um “pobre coitado”. Julgamos sempre, mesmo quando sem dizer, ironizamos suas opiniões, desvalorizamos suas atitudes, suas ideias, seus talentos, suas dores escondidas...

         Praticamos um esse tipo de bulling mental (ou não) no trabalho, na escola, em quaisquer grupos e na Família! Do alto de nossa soberba, simplesmente não vemos realmente o Outro. Já o julgamos e condenamos! É um ser humano perdedor, diferente, pobre (ou não), feio (ou não), esquisito...  Em contrapartida, o menosprezado se defende fingindo indiferença ou tornando -se agressivo ou depressivo ou se isolando para se preservar.

Há muito medo, engano, dor... nesse jogo tão cruel. Prendemo-nos, e ao Outro, nessa visão distorcida, que nos aprisiona, nos distancia e nos impede de usufruirmos as possibilidades melhores e mais ricas em relações mais igualitárias e mais verdadeiras.

O orgulho/a soberba é sutil e maléfica. Ela se esconde dentro de nós sem que percebamos...Como está meu olhar para o Outro/s?


sábado, 26 de abril de 2025

OS CHAMADOS...

 


Muitos são os chamados a nos despertar. Mas, como temos dificuldade de atender, de escutar, de atentar! Ainda temos sono, queremos fugir, não queremos acordar das ilusões, da espera da “felicidade... Não acreditamos que um outro modo melhor nos espera, que seremos mais livres... Estamos tão entorpecidos pelo mundo das lutas, do desamor, das disputas, que achamos mais fácil, mais prático, mais seguro, apenas nos entorpecer, fugir da realidade... Mas o corpo não aguenta muito tempo! E sobrevêm as doenças, o colapso desse dormir forçado!

Essas crises físicas, as doenças, são novos chamados! Deus não desiste de nós! Despertar para a realidade das nossas dificuldades, de nossos medos, que encobrimos com nossas mentiras, dos deboches e vergonhas, com que a insensibilidade do mundo nos agrediu, das injustas comparações onde fomos tantas vezes derrotados, num mundo que tanto valoriza os falsos “vencedores”, esse despertar é mais um chamado  de Deus.

        Chamados doem quando ainda queremos continuar no sono dos “inocentes” ou das anestesias químicas. Mas, ao resistirmos, apenas prolongamos as lutas, as dores...,

        Precisamos caminhar! Com Fé num Poder Maior de Puro Amor, que nos aguarda sempre, que nos dá força e orientação; com Paciência; com a certeza de que vamos vencer a luta para nos libertar e sermos realmente livres e felizes ; com  Aceitação do processo da vida...Estes são ingredientes para nossa caminhada libertadora.