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sábado, 24 de novembro de 2018

O SABER E O VIVENCIAR



       Como seres racionais que somos, queremos tudo entender, explicar, saber! Mas, como sempre, e ainda, temos dificuldade de buscar e aceitar algo que vá além do racional. Antes, a princípio, apenas acatávamos uma religiosidade supersticiosa e assustadora que nos podava e rigidamente nos direcionava pelo medo do sobrenatural. Mais tarde, sacudimos esse jugo e nos atiramos a uma nova liberdade de questionar, descobrir...  Era uma nova abordagem, racional, científica, onde agora, orgulhosamente, podíamos explicar, quantificar, examinar, memorizar, para tudo Saber. O que não se enquadrava, o que não alcançávamos pela razão – nós descartávamos.   Continuamos, no entanto, presos às palavras inquestionáveis dos livros sagrados ou nas abordáveis,  igualmente inquestionáveis, da ciência. Era uma questão de fé em um Saber acatado ou entendido, religioso ou científico, mas, na verdade, pouco sentido ou vivenciado.
        Mas em assuntos que buscam uma dimensão espiritual não basta esse saber religioso ou cientifico que tanto louvamos, admiramos e ensinamos. Em níveis que passem pela emoção e sentimentos, buscando algo mais e maior para nutrir nossas vidas, não conta esse saber racional  que só atende às nossas mentes e ao nosso ego. Através apenas de um saber mental não poderemos chegar a experimentar o espiritual.  Precisamos vivenciar os valores que nos são ensinados pelas tradições religiosas, valores que nos foram passados através dos livros sagrados ou de quaisquer outras literaturas que busquem trazer o espiritual para nossas vidas.
         Preciso humanizar as orientações religiosas ou psicológicas, vivenciando-as em minha humanidade. Preciso buscar que elas deixem de ser apenas teorias e racionalizações para incorporá-las a mim, fazer com que elas sejam mais que apenas um Saber frio e inerte e possam se traduzir em um tipo de Sabedoria que me nutre e orienta.
          A busca de uma dimensão além da física/material e racional, a sintonia com um Poder Maior de Pura Sabedoria e Amor, não pode ser apenas explicada ou transmitida. \Ela precisa ser vivenciada através dos atributos desse Poder Maior – O Amor em suas tantas faces: aceitação, carinho, verdade, compaixão, cooperação, respeito, generosidade, gentileza, ternura...  Vivenciar como pudermos, quando pudermos, esses atributos sagrados, nos leva a sentir e “conhecer”  o puro deleite dessa sintonia. É um processo, uma experiência, um “aprendizado” diferente e intransferível!
           Somos seres espirituais! Precisamos seguir para além do material e do racional. Precisamos do exercício de Vivenciar esses valores e sentimentos, Precisamos ir além de um saber morto. Precisamos trazer o exercício dessa  espiritualidade para trazer finalidade, alegria e sabedoria às nossas vidas

sábado, 17 de novembro de 2018

CAMINHANTES NO TEMPO


          Somos caminhantes no tempo, através de muitos “despertares”, desde nossa origem  pela vontade de um Poder Superior, de uma Energia e de uma Sabedoria Maior. E no tempo, caminhamos por muitos reinos da natureza... Despertamos instintos, avançamos como seres racionais e agora estamos despertando para nossa capacidade de buscar entender algo mais desse nosso Caminho – seus porquês, sua origem, sua destinação...
          Carregando ainda o peso de nossos Instintos primários para sobrevivência (alimento, sexo, força/poder), conseguimos desenvolver técnicas cada vez mais sofisticadas para satisfação de nosso prazer, supremacia, conforto e praticidade, através de nosso poder mental/racional. Desenvolvemos, aos poucos, um ego competitivo e agressivo em defesa de nossos apegos, de nosso valor e poder em nossos grupos humanos. Competimos tanto, lutamos sempre... mas não estamos felizes! 
           Nossa mente racional egoica criou um mundo de tanta dor que, finalmente, essa mesma dor, tornou-se a força que nos alavancou para quebrar  essa prisão e nos faz entender que precisamos continuar nossa caminhada em busca de um novo patamar, do despertar de uma nova dimensão.   Estamos, assim, empurrados para esse novo despertar, Espiritual, numa dimensão, ainda, tão desconhecida e esquecida. Mas, afinal, somos seres espirituais, viajantes no tempo, em busca de nossa Destinação!  Sentimos que precisamos continuar  e ir “para Casa”!
            O movimento dos Anônimos e várias vertentes religiosas e espiritualistas, nascidos dessa dor maior que nos empurra e depura, compartilham, generosamente, conosco o “mapa” do caminho para esse novo e difícil desafio:  o de buscar ir além do ego e suas lutas eternas pelo poder para, então, usufruir  em nossa vida o Amor em suas infinitas faces: aceitação, respeito, humildade, ternura, compaixão, verdade, gentileza, simplicidade, solidariedade...  A dificuldade desse  caminho é que ele não está lá fora, no mundo, para onde estamos habituados a olhar!  Precisamos mudar o foco de nossa atenção, porque esse labirinto confuso de nossos instintos, emoções, crenças e pensamentos está em nosso Mundo Interior . Precisamos conhecê-lo, aceitá-lo para nos transformarmos, nos libertarmos  e seguir...
             No entanto, fracos e confusos, precisamos nos nutrir na força amorosa de Deus, nossa Origem e eterno Apoio. Essa Força Maior nós multiplicamos ao compartilhar com companheiros em busca do mesmo caminho. Trocamos força, esperança, descobertas... Nosso mundo interior vai tornando-se mais claro, nossos  impasses se resolvendo... É um processo lento, mas libertador e que nos leva sempre adiante na busca da tal felicidade.  A Semente de Luz que nos deu origem, assim nutrida, vai se expandindo e, sem notar, estamos adentrando num outro nível de nossa humanidade – nossa Dimensão Espiritual. Através desse Novo Despertar, seguimos   buscando sempre a sintonia com a Luz de nossa Origem.
              Somos caminhantes nesse tempo sagrado e infinito.

sábado, 10 de novembro de 2018

MISSÕES




             Com o passar do tempo, vamos acreditando que temos “missões” a cumprir. Na adolescência, vamos desbravar e consertar o mundo... Na idade adulta vamos constituir família, criar filhos, trabalhar, construir no mundo...  Nosso foco está lá fora...  Alguns  têm como meta principal crescer profissionalmente em busca de valores mais materiais como dinheiro, status, sucesso...  Mais velhos, entendemos que não iremos “salvar” o mundo, mas continuamos com o foco fora, querendo agora salvar, modificar e direcionar as pessoas, principalmente as mais próximas, as que mais amamos. Empenhamos toda nossa energia, em dias e pensamentos, para desempenhar com afinco  essas nossas  “missões” .

              Quando nossas missões estarão finalmente cumpridas?  Quando nos aposentarmos? Quando ficarmos ricos ou nos tornarmos importantes? Quando os filhos crescerem e saírem de casa? Quando os amores se forem? E depois? Quando uma “missão” se encerra, nossa vida também se encerra?   Na verdade estamos apenas ultrapassando etapas às quais nos obrigamos ou escolhemos.  Precisamos, então, mudar o “curso” de nossa vida, adaptá-lo e continuar...

               O trabalho profissional vai diminuindo, porque nosso corpo vai, aos poucos, se esgotando e a corrida pelo ouro e sucesso vai revelando-se cansativa e vazia...  Para os filhos adultos seremos sempre pais amorosos, mas agora apenas “órgãos consultivos” ( e só quando consultados), um porto seguro e disponível em emergências (afetivas ou não), eternos amigos e companheiros... Com amantes e companheiros, a paixão, o afã de possuir e dirigir o outro, desengana-se, e sem abandonar a missão de ser companheiro, vamos transformando-a em respeito amoroso pela individualidade do outro, aos poucos conhecida e reconhecida...

                Essas etapas, quando as reconhecemos como “missões cumpridas” no mundo, trazem um toque meio amargo e nostálgico às nossas vidas, mas também nos dão a oportunidade nos tornarmos mais flexíveis para mudar e, principalmente, nos sinalizam com a necessidade de mudarmos o foco de nossa atenção para, finalmente, cuidarmos de nossa verdadeira “Missão”:  Descobrir , conhecer, reconhecer, quem somos:  as nossas possibilidades, nossos talentos, esquecidos ou ignorados, que precisam ser aprimorados   e as  nossas emoções escondidas, nossos traços defeituosos de caráter, que tanto nos atrasam e tanto precisam ser reconhecidos, para serem transformados...
                Essa é a nossa principal Missão de seres em evolução e transformação. É a Missão mais importante! É aquela que, afinal, jamais se esgota, se encerra! Ela é eterna como nós, aqui e em qualquer tempo ou dimensão.