Com o passar do tempo, vamos acreditando que temos “missões”
a cumprir. Na adolescência, vamos desbravar e consertar o mundo... Na idade
adulta vamos constituir família, criar filhos, trabalhar, construir no
mundo... Nosso foco está lá fora... Alguns
têm como meta principal crescer profissionalmente em busca de valores
mais materiais como dinheiro, status, sucesso... Mais velhos, entendemos que não iremos
“salvar” o mundo, mas continuamos com o foco fora, querendo agora salvar,
modificar e direcionar as pessoas, principalmente as mais próximas, as que mais
amamos. Empenhamos toda nossa energia, em dias e pensamentos, para desempenhar
com afinco essas nossas “missões” .
Quando nossas missões estarão finalmente cumpridas? Quando nos aposentarmos? Quando ficarmos ricos
ou nos tornarmos importantes? Quando os filhos crescerem e saírem de casa? Quando
os amores se forem? E depois? Quando
uma “missão” se encerra, nossa vida também se encerra? Na
verdade estamos apenas ultrapassando etapas às quais nos obrigamos ou escolhemos. Precisamos, então, mudar o “curso” de nossa
vida, adaptá-lo e continuar...
O trabalho profissional vai diminuindo, porque nosso corpo
vai, aos poucos, se esgotando e a corrida pelo ouro e sucesso vai revelando-se
cansativa e vazia... Para os filhos adultos
seremos sempre pais amorosos, mas agora apenas “órgãos consultivos” ( e só quando
consultados), um porto seguro e disponível em emergências (afetivas ou não),
eternos amigos e companheiros... Com amantes e companheiros, a paixão, o afã de
possuir e dirigir o outro, desengana-se, e sem abandonar a missão de ser
companheiro, vamos transformando-a em respeito amoroso pela individualidade do
outro, aos poucos conhecida e reconhecida...
Essas etapas, quando as reconhecemos como “missões
cumpridas” no mundo, trazem um toque meio amargo e nostálgico às nossas vidas,
mas também nos dão a oportunidade nos tornarmos mais flexíveis para mudar e, principalmente,
nos sinalizam com a necessidade de mudarmos o foco de nossa atenção para,
finalmente, cuidarmos de nossa verdadeira
“Missão”: Descobrir , conhecer,
reconhecer, quem somos: as nossas
possibilidades, nossos talentos, esquecidos ou ignorados, que precisam ser
aprimorados e as nossas emoções escondidas, nossos traços
defeituosos de caráter, que tanto nos atrasam e tanto precisam ser
reconhecidos, para serem transformados...
Essa
é a nossa principal Missão de seres em evolução e transformação. É a Missão
mais importante! É aquela que, afinal, jamais se esgota, se encerra! Ela é
eterna como nós, aqui e em qualquer tempo ou dimensão.
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