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sábado, 26 de janeiro de 2019

DOENÇA E CURA III



        Nossa Humanidade está doente. Sempre esteve? Ou vivemos um momento delicado e doloroso de maior afloramento do mal, dos desequilíbrios e das mazelas humanas. Assistimos com horror nosso mundo!  É como se o mal crescesse e se disseminasse por toda parte, como uma infecção que se alastrasse ou um tumor que  cresceu demais e agora precisasse ser drenado, expurgado. Assustados, temos muito medo desse dreno que se faz necessário para que possamos evoluir  como pessoas, como nações, como espécie.

          Recursos nos são dados para as mudanças, mas pouco aproveitamos. Queremos a cura do mundo, esquecendo que fazemos parte dele, que precisamos nos curar. Revezes na vida acontecem, por uma Diretiva Maior ou por nossas escolhas, mas não entendemos que podem ser remédios para nossa cura, e nos revoltamos! Não entendemos a doença física como último estágio da necessidade de mudar. Não ouvimos nossas dores, também, como um alerta e um chamado.  Olhando para fora, para os outros, apenas julgamos as suas doenças físicas, suas doenças de comportamento, suas doenças da alma, acusando-os ou nos condoendo deles, mas de preferência de longe, nos resguardando em nossos “mundinhos” porque, quando chegamos bem perto da miséria física ou moral é terrível! Ela é suja, feia, cheira mal, e sentimos medo de nos contaminarmos física ou moralmente. Queremos ajudar de longe, queremos que alguém, ou Alguém, tome providências, queremos fugir da verdade de tanta miséria e dor em nosso mundo.  E nos revoltamos, choramos, até nos culpamos...   Talvez porque, na verdade, o Outro, qualquer outro, em qualquer lugar, serve de espelho para nossa própria humanidade com suas dores e agonias.

            Como tudo que vive, estamos todos em processo. A Cura está acontecendo também nesse processo, às vezes, muito doloroso e muito mais lento do que desejávamos. Parece que o mundo está parado ou até em retrocesso, mas, acredito, estamos a caminho do melhor.  A Cura de nossa Humanidade, segue em seu próprio tempo e depende do tempo de cada um de nós.  Não posso curar a doença  dos falsos, dos maus, os bandidos, os alienados, os drogados, os corruptos...Não posso curar a raiva dos injustiçados, a tristeza dos depressivos, a agonia dos desesperançados... Só posso observar e ir curando tudo isso que, em qualquer grau, existe em mim.  Somos convalescentes em graus diferentes, mas jamais terminais, sem solução.

            Precisamos de Sensibilidade Amorosa para acolher as mazelas dos Outros, de Humildade e Aceitação para enxergarmos as nossas próprias, de Paciência e Perseverança em nosso próprio “tratamento” e de Fé, a certeza, de que a Cura Maior nos aguarda.

sábado, 19 de janeiro de 2019

EM BUSCA DA ALEGRIA



       Como somos seres multidimensionais, temos necessidades em nossas várias dimensões. Estamos mais atentos e cônscios de nossas dimensões mais básicas e, em razão disso, procuramos alimentar nosso corpo físico, saciar nossa fome de desejos e  emoções e trazer cada vez mais informações para nossa mente racional.  Esquecemos, no entanto, de atender às nossas necessidades mais altas de seres espirituais ( Justiça, Beleza, Generosidade, Compaixão... Alegria) e, subnutridos nesse nível, não somos felizes!
        Essa Alegria é diferente de euforia, de risos e gargalhadas que acompanham nossos ganhos, nossas gozações, nossos aplausos e conquistas do ego. As alegrias do ego são efêmeras, vêm de fora, ficam sujeitas às oscilações e destemperos de nosso mundo e nos levam do riso ao choro...  Elas já não nos bastam e, nas correrias cotidianas, nas lutas do mundo buscando “felicidade”, perdemos a Alegria e acabamos ficando muito sérios, secos, amargos e  tristes!
         A Alegria que hoje busco, é mais sutil, embora não menos intensa. Ela é de outro nível, menos física e racional, mais espiritual. Ela  traz um sentimento de conforto, sereno, solto... Sentimento que alimenta nossa alma e que vem sempre acompanhado de ternura.  É um estado de gozo suave, leve, que nos acende e aquece o interior e faz a vida brilhar dentro de mim.
         Mas onde buscar essa outra Alegria? Como é um atributo e um alimento espiritual, precisa ser buscada nas coisas e momentos de Simplicidade, num curtir leve e gostoso, com um olhar deslumbrado e curioso de criança.  É parar para apreciar o vento nas árvores e no cabelo, para curtir a chuva leve e fria no rosto, saborear comidinhas gostosas, compartilhar casos engraçados (sem ironia ou deboche), se permitir conversas sem pressa, de coração aberto, olhando nos olhos do outro, acolhendo... É parar para ouvir e ver o mundo incrível e maravilhoso das crianças... É se permitir desfrutar  a companhia serena e amiga de animais...  Também nos trazem essa Alegria os abraços apertados, sem pressa de acabar...  E sair pela manhã cedinho, cumprimentando estranhos, desejando-lhes “bom dia”, sorrindo!     É parar para ouvir músicas leves e suaves e “Só notícias boas”...  É parar de remoer coisas ruins!  O mundo à nossa volta é infinito de possibilidades para me trazer Alegrias.
           Estou descobrindo como é difícil buscar essa Alegria terna e doce, engraçada e Cheia de Graça, num mundo onde me acostumei a brigar com o outro, a lutar pelo outro  e até a rir... do outro! Estou entendendo que a Alegria só acontece no Agora, nos momentos Simples à minha volta. Depende apenas de mim, de perseverar em manter-me com coração aberto, atenta ás coisas boas e simples da vida, antes que só me restem algumas lembranças de momentos já passados.

domingo, 13 de janeiro de 2019

MOMENTOS DE DEPRESSÃO



      O que os detona? Como é possível que nos tome de modo tão forte? Nós ríamos, nos ocupávamos e, num momento, perdemos o contato com a luz em nossa vida!
       Na verdade, muitas vezes estamos vivendo no limite. Limite físico, mental e emocional...  Nos obrigamos a tanto! Em nossa mente o jargão se repete, e se repete: “tenho que... tenho que...” Não importa se quero ou se posso, apenas preciso, apenas devo, apenas “tenho que”!   E o medo?  Medo de decepcionar, medo de magoar, medo de ser deixado e esquecido, medo de falhar!   Viver com medo tem um custo absurdo em nós. Nos mantém em alerta máximo todo o tempo, sob um stress contínuo, embora não percebamos isso.
      Parece que tudo se inicia com uma impaciência constante, mesmo que disfarçada. Barulhos, chamados, cobranças (mesmo pequenas) vão tornando-se insuportáveis. Estamos no limite, mas ainda não sabemos. Começamos a anestesiar momentos de emoção em família, porque já não aguentamos. Um fato, um pequeno fato, pode, então, fazer transbordar aquele oceano reprimido em nós.
        A dor se transforma em um horror...`Passamos a remoer pensamentos, emoções dolorosas, comportamentos chocantes, num replay adoecido, enlouquecido, que nos puxa para baixo, num voragem sem fim. Sabemos que precisamos reagir, sobreviver para viver, mas não conseguimos.  Só sentimos a dor que se repete, sem controle, dos pensamentos repetitivos...  Uma tristeza imensa nos toma. Tristeza pelo mundo, pelas dores do mundo, pelas perdas que ficaram nas lembranças, pelo passado... Tristezas! Tudo nos faz chorar.   Ao mesmo tempo, somos tomados, como algum tipo de defesa, por uma lassidão, um distanciamento da vida e de todos! Estamos sem controle!
         Sob uma agressão e pressão  tão intensa, pensamentos e emoções vão se esgotando...  Nosso corpo físico responde com dores, enjoos, um cansaço sem fim, sem vontade de acabar.  Nossa pressão interna caiu demais, estamos em depressão!  
         Mas somos seres portadores da Luz. Essa Luz Original vive em mim e mesmo nessa escuridão, ela sobrevive. Preciso de ajuda porque estou sem força. Tateando, levo meu pensamento cansado para a minha Fonte Original, e humildemente, peço-Lhe que me acolha, que acolha minha agonia e confusão . A força amorosa virá Dele, não duvido!
          Preciso fazer a minha parte, um instante de cada vez, como puder. Preciso prestar atenção ao Agora! Atenção ao que estiver fazendo, observando e sentindo Agora. Desligando, pacientemente, tranquilamente, cada pensamento recorrente do passado ou do futuro. Observar sem julgar o mundo, situações ou pessoas, inclusive a mim. Só observar, distraindo assim a mente da obsessão que a mantinha presa. E começar a agir aos poucos, só como puder.
          A princípio é muito difícil porque ninguém segura um trem disparado e desgovernado de uma só vez.  Ninguém levanta um corpo quase sem vida num repente. Mas com a doce força de Meu Poder Superior ao meu alcance, com a perseverança de minha Luz Interior vou caminhando e tentado me modificar, evitando novos apagões.