Antes eu era como uma simples folha ao léu, aos caprichos do
vento, que soprava inconstante à minha volta.
Ora me deliciava com as alegrias que ele me trazia, ora me assustava
quando ele me empurrava para mudanças no meu caminho, no meu destino... E eu, sem noção, sem “prestar atenção”, sem
observar de onde vinha, ou mesmo quem o soprava, sorria ou chorava,
inconsciente, inconsequente, ao sabor desse vento forasteiro!
Depois de muitas cirandas e rodopios, muito mais tarde, e um
pouco mais desperta, comecei a entender que alguns ventos nos chegam por
determinação de um Poder Superior pleno de Sabedoria e Amor e com eles somos,
então, convocados a crescer. Mas outros ventos são soprados e movimentados, não
pelos outros, como eu pensava, mas sim por nossas escolhas. Escolhas, ainda em
grande parte feitas de modo inconsciente, originadas das minhas crenças, dos
meus condicionamentos aprendidos, das minhas características pessoais, das
minhas “ necessidades” afetivas.
Chamada a me conhecer, cada vez com maior intimidade comigo
mesma, vou podendo observar e separar, nos fatos de minha história, aqueles que
foram minhas escolhas. Mergulho, cada
vez mais fundo reconhecendo motivações, atitudes, carências... Fui descobrindo as emoções poderosas que me dominaram ( medo,
raiva, vergonha, vaidade, soberba... ) Elas
desencadearam atitudes nocivas para mim, pela agoniada necessidade de amor e
valorização e foram muito destrutivas em
minhas relações mais queridas, por covardia, irresponsabilidade, culpas,
desculpas, revides...
Tão poderosa é a força dessas minhas questões íntimas que,
mesmo descobrindo-as, elas ainda me fazem, muitas vezes, repetir e repetir
atitudes com origem nesses meus medos, carências e dependências. Vou entendendo e corrigindo o racional, mas o
emocional é muito mais lento, persistente... Vou descobrindo o quanto “sentimento ilhado,
ignorado, amordaçado, volta a incomodar”, mesmo quando já lhe dei relativa
visibilidade e voz!
Às
vezes, isso me assusta, me irrita, me envergonha, me indigna... mas procuro
entender que somente com paciência e aceitação de mim mesma, me perdoando do
que ainda sou e do que fui no passado, sem desistir de me libertar e melhorar, poderei
me suprir do amor e da valorização que tanto buscava fora de mim, nutrindo
minha auto imagem, podendo então compartilhar o meu melhor . Afinal, estamos em
processo...
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