Como somos seres multidimensionais, temos necessidades em
nossas várias dimensões. Estamos mais atentos e cônscios de nossas dimensões
mais básicas e, em razão disso, procuramos alimentar nosso corpo físico, saciar
nossa fome de desejos e emoções e trazer
cada vez mais informações para nossa mente racional. Esquecemos, no entanto, de atender às nossas
necessidades mais altas de seres espirituais ( Justiça, Beleza, Generosidade, Compaixão...
Alegria) e, subnutridos nesse nível,
não somos felizes!
Essa Alegria é diferente de euforia, de risos e gargalhadas
que acompanham nossos ganhos, nossas gozações, nossos aplausos e conquistas do
ego. As alegrias do ego são efêmeras, vêm de fora, ficam sujeitas às oscilações
e destemperos de nosso mundo e nos levam do riso ao choro... Elas já não nos bastam e, nas correrias
cotidianas, nas lutas do mundo buscando “felicidade”, perdemos a Alegria e acabamos
ficando muito sérios, secos, amargos e tristes!
A Alegria que hoje busco, é mais sutil, embora não menos
intensa. Ela é de outro nível, menos física e racional, mais espiritual. Ela traz um sentimento de conforto, sereno,
solto... Sentimento que alimenta nossa alma e que vem sempre acompanhado de
ternura. É um estado de gozo suave,
leve, que nos acende e aquece o interior e faz a vida brilhar dentro de mim.
Mas onde buscar essa outra Alegria? Como é um atributo e um
alimento espiritual, precisa ser buscada nas coisas e momentos de Simplicidade,
num curtir leve e gostoso, com um olhar deslumbrado e curioso de criança. É parar para apreciar o vento nas árvores e no
cabelo, para curtir a chuva leve e fria no rosto, saborear comidinhas gostosas,
compartilhar casos engraçados (sem ironia ou deboche), se permitir conversas
sem pressa, de coração aberto, olhando nos olhos do outro, acolhendo... É parar
para ouvir e ver o mundo incrível e maravilhoso das crianças... É se permitir desfrutar a companhia serena e amiga de animais... Também nos trazem essa Alegria os abraços
apertados, sem pressa de acabar... E
sair pela manhã cedinho, cumprimentando estranhos, desejando-lhes “bom dia”, sorrindo! É parar para ouvir músicas leves e suaves
e “Só notícias boas”... É parar de
remoer coisas ruins! O mundo à nossa
volta é infinito de possibilidades para me trazer Alegrias.
Estou
descobrindo como é difícil buscar essa Alegria
terna e doce, engraçada e Cheia de Graça, num mundo onde me acostumei a
brigar com o outro, a lutar pelo outro e
até a rir... do outro! Estou entendendo que a Alegria só acontece no Agora, nos momentos Simples à minha volta. Depende apenas
de mim, de perseverar em manter-me com coração
aberto, atenta ás coisas boas e simples da vida, antes que só me restem
algumas lembranças de momentos já passados.
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