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terça-feira, 28 de julho de 2020

REAÇÕES



           Ainda temos muita dificuldade em AGIR; em simplesmente Agir. Nos movimentamos, mental, emocional e fisicamente quase sempre em Reação às provocações do mundo, ao que o mundo nos ensinou ou ao que o mundo espera de nós. Não Agimos, apenas, Reagimos.

            Trazemos em nós, muito forte e instigado pelo medo, o instinto de sobrevivência individual e grupal. Reagimos às ameaças do meio, da natureza, e às ameaças às nossas necessidades psicológicas de afirmação e valorização, dentro dos grupos onde vivemos. Assim, desde sempre, estabelecemos relações de luta, de dominação e poder uns com os outros. Ainda guiados pela força, pela mente, pelo ego, nos comparamos, nos selecionamos, nos discriminamos, em relação às nossas raças, religiões, ideologias... Qual a melhor, a mais bonita, mais forte, mais inteligente? Qual a mais certa, mais verdadeira, mais poderosa?

            Sob essa ótica, nesse desejo de sobrepujar e nos impor, nós dominamos ou somos dominados, em relações de abuso na Família, na Sociedade, entre Nações. Quem pode, domina, explora, abusa... Mas provoca sempre Reações de raiva, ódio, mágoa, desejo de vingança, revanchismo...  Tudo “justificado” pela provocação abusiva inicial. “Vítimas” tornam-se vingadores e tudo se repete numa cadeia sem fim de abusos e desamor.

            Como sair desse carrossel de egos e “justificativas” de ódio, que nos aprisiona numa vida tão feia, difícil, em eternas mágoas, desconfiança e raivas? Afinal. essas emoções nos envenenam e consomem, nos fazendo sempre sentir e reagir como injustiçados ou justiceiros!

            É importante entender que, ao reagirmos, perdemos o poder de pensarmos livremente, de analisarmos nossas emoções, de escolhermos com Liberdade e Justiça como agir.  Perante abusos e avanços de fora, precisamos estar centrados em nossos propósitos, orientados por nossos valores de Respeito, Verdade, Justiça (sem vingança), Cooperação (sem submissão)... Precisamos aprender a sermos Assertivos nas relações, Firmes e Honestos nas questões...

            Ao Agirmos dessa maneira, resguardamos nossa Liberdade de escolha, não nos violentamos e criamos condições mais sadias, respeitosas e confiáveis em nossas relações num mundo ainda tão reativo e desamoroso.

terça-feira, 21 de julho de 2020

REAFIRMANDO PROPÓSITOS



            Quando me sinto desanimada, irritada, magoada, exasperada com pessoas e situações, preciso me perguntar: ATÈ QUE PONTO ISSO É IMPORTANTE?

            Digo e repito para mim mesmo: Seja simples! MANTENHA-O SIMPLES! Não complique!
Não queira modificar pessoas e o mundo! Seja simples e QUE COMECE POR VOCÊ, porque é o que você pode!

            Siga com vagar, VÁ COM CALMA... Traga Ordem para seu caminhar. Lembre-se de observar PRIMEIRO AS PRIMEIRAS COISAS e a prioridade é sempre para aquela que você PODE no momento. 

            Não se perca em mil possibilidades e desejos. SOLTE-SE de expectativas e fantasias... Escolha com objetividade, com simplicidade. Mantenha a MENTE ABERTA, ESCUTE, PENSE, usando sua sensibilidade e inteligência para fazer as escolhas.

            Mantenha o foco no hoje, no agora, porque é onde a vida está acontecendo! Seja SIMPLES, não se atropele. Curta o que o momento oferece, SABOREIE o que ele traz de bom e ACEITE o que ele trouxer de doloroso como um fato necessário ao seu aprendizado. 

           Lembre-se de que os bons frutos dependem da paciência da espera e da perseverança de se caminhar UM DIA DE CADA VEZ, sem correr, sem cobranças, sem desânimo, com respeito ao que você é e ao que você pode,  SÓ POR HOJE.

         Assim, mantenha-se SIMPLES e apenas VIVA e DEIXE VIVER. Entregue-se, e também, entregue o mundo, a “seu dono”. ENTREGUE-SE A DEUS, relaxe, Ele está conosco! Estamos cuidados, amados e seguros... 

terça-feira, 14 de julho de 2020

“EU TE CONHEÇO ?” E VOCÊ, ME CONHECE ?



O que sabemos uns dos outros ? Conhecemos o que se fala, o que dizemos, o que demonstramos, o que aparentamos... Mas é tudo tão superficial!   Mesmo com as pessoas mais próximas, mais queridas, e conosco mesmos, trazemos mistérios insondáveis, cuidadosamente, escondidos uns dos outros! 

Por que nos escondemos tanto? Por que não revelamos nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossas emoções, nossos atos menos recomendáveis, menos aceitáveis para nós mesmos e para o mundo ? John Powell levantou toda essa questão no maravilhoso e singelo livro    “Por que tenho medo de lhe dizer quem sou?”  É isso, temos medo de não sermos aceitos, de não nos valorizarem, de não nos amarem se descobrirem que não somos heróis e perfeitos... 

Temos em nós um “GPS” sagrado, uma Consciência Divina, que nos aponta o Ideal de Perfeição e Amor, que   nossa realidade humana ainda não alcança... Então, fingimos todos o que ainda não somos, escondemos nossas fraquezas interiores, fingimos e julgamos uns aos outros... E nos distanciamos de nós mesmos...

Quero chegar mais perto, principalmente de quem amo! Quero que eles saibam, pelo menos um pouquinho de mim. Preciso dizer-lhes de mim, do que penso, do que sinto, de meus atos, sem julgamento, sem tentar me justificar, apenas dizendo de quem sou e como estou nesse momento. Quando me revelo, estou me desnudando, estou me oferecendo com minhas fraquezas, minhas fragilidades, minhas confusões... É um ato de Coragem e Amor, porque não sei se serei compreendida, aceita, valorizada e amada. Mas, é também um ato de Respeito a mim mesma e Respeito à nossa relação. Estou abrindo espaço para uma relação mais inteira, para um amor mais profundo.

Não posso obrigá-los a também se olharem, nem a se revelarem para mim! Vocês podem não querer se arriscar, podem não querer abrir mão de suas defesas... Mas preciso ouvi-los em palavras, gestos e mesmo nos silêncios, porque Ouvir é demonstrar que estou interessada, disponível para vocês, que quero estar mais próxima. 
             
Quero olhar com atenção para dentro de minhas emoções mais intensas, compartilhá-las com espontaneidade  em “desabafos etéreos” com meus amores que já se foram, e em partilhas sinceras com meus filhos... com meu companheiro, com meus queridos... Não quero passar por essa vida amando-os tanto, mas só na superfície, carregando “segredos de mim” que pesam e me afastam, com a triste sensação de que apesar de tanto nos amar, nós nos desfrutamos tão pouco.