O que sabemos uns dos outros ? Conhecemos o que se fala, o
que dizemos, o que demonstramos, o que aparentamos... Mas é tudo tão
superficial! Mesmo com as pessoas mais
próximas, mais queridas, e conosco mesmos, trazemos mistérios insondáveis,
cuidadosamente, escondidos uns dos outros!
Por que nos escondemos tanto? Por que não revelamos nossos
pensamentos, nossos sentimentos, nossas emoções, nossos atos menos
recomendáveis, menos aceitáveis para nós mesmos e para o mundo ? John Powell
levantou toda essa questão no maravilhoso e singelo livro “Por que tenho medo de lhe dizer quem
sou?” É isso, temos medo de não sermos
aceitos, de não nos valorizarem, de não nos amarem se descobrirem que não somos
heróis e perfeitos...
Temos em nós um “GPS” sagrado, uma Consciência Divina, que
nos aponta o Ideal de Perfeição e Amor, que
nossa realidade humana ainda não alcança... Então, fingimos todos o que
ainda não somos, escondemos nossas fraquezas interiores, fingimos e julgamos
uns aos outros... E nos distanciamos de nós mesmos...
Quero chegar mais perto, principalmente de quem amo! Quero
que eles saibam, pelo menos um pouquinho de mim. Preciso dizer-lhes de mim, do
que penso, do que sinto, de meus atos, sem julgamento, sem tentar me
justificar, apenas dizendo de quem sou e como estou nesse momento. Quando me revelo,
estou me desnudando, estou me oferecendo com minhas fraquezas, minhas
fragilidades, minhas confusões... É um ato de Coragem e Amor, porque não sei se
serei compreendida, aceita, valorizada e amada. Mas, é também um ato de
Respeito a mim mesma e Respeito à nossa relação. Estou abrindo espaço para uma
relação mais inteira, para um amor mais profundo.
Não posso obrigá-los a também se olharem, nem a se revelarem
para mim! Vocês podem não querer se arriscar, podem não querer abrir mão de
suas defesas... Mas preciso ouvi-los em palavras, gestos e mesmo nos silêncios,
porque Ouvir é demonstrar que estou interessada, disponível para vocês,
que quero estar mais próxima.
Quero olhar com atenção para dentro de minhas emoções mais
intensas, compartilhá-las com espontaneidade em “desabafos etéreos” com meus amores que já
se foram, e em partilhas sinceras com meus filhos... com meu companheiro, com meus
queridos... Não quero passar por essa vida amando-os tanto, mas só na
superfície, carregando “segredos de mim” que pesam e me afastam, com a triste
sensação de que apesar de tanto nos amar, nós nos desfrutamos tão pouco.
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