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terça-feira, 14 de julho de 2020

“EU TE CONHEÇO ?” E VOCÊ, ME CONHECE ?



O que sabemos uns dos outros ? Conhecemos o que se fala, o que dizemos, o que demonstramos, o que aparentamos... Mas é tudo tão superficial!   Mesmo com as pessoas mais próximas, mais queridas, e conosco mesmos, trazemos mistérios insondáveis, cuidadosamente, escondidos uns dos outros! 

Por que nos escondemos tanto? Por que não revelamos nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossas emoções, nossos atos menos recomendáveis, menos aceitáveis para nós mesmos e para o mundo ? John Powell levantou toda essa questão no maravilhoso e singelo livro    “Por que tenho medo de lhe dizer quem sou?”  É isso, temos medo de não sermos aceitos, de não nos valorizarem, de não nos amarem se descobrirem que não somos heróis e perfeitos... 

Temos em nós um “GPS” sagrado, uma Consciência Divina, que nos aponta o Ideal de Perfeição e Amor, que   nossa realidade humana ainda não alcança... Então, fingimos todos o que ainda não somos, escondemos nossas fraquezas interiores, fingimos e julgamos uns aos outros... E nos distanciamos de nós mesmos...

Quero chegar mais perto, principalmente de quem amo! Quero que eles saibam, pelo menos um pouquinho de mim. Preciso dizer-lhes de mim, do que penso, do que sinto, de meus atos, sem julgamento, sem tentar me justificar, apenas dizendo de quem sou e como estou nesse momento. Quando me revelo, estou me desnudando, estou me oferecendo com minhas fraquezas, minhas fragilidades, minhas confusões... É um ato de Coragem e Amor, porque não sei se serei compreendida, aceita, valorizada e amada. Mas, é também um ato de Respeito a mim mesma e Respeito à nossa relação. Estou abrindo espaço para uma relação mais inteira, para um amor mais profundo.

Não posso obrigá-los a também se olharem, nem a se revelarem para mim! Vocês podem não querer se arriscar, podem não querer abrir mão de suas defesas... Mas preciso ouvi-los em palavras, gestos e mesmo nos silêncios, porque Ouvir é demonstrar que estou interessada, disponível para vocês, que quero estar mais próxima. 
             
Quero olhar com atenção para dentro de minhas emoções mais intensas, compartilhá-las com espontaneidade  em “desabafos etéreos” com meus amores que já se foram, e em partilhas sinceras com meus filhos... com meu companheiro, com meus queridos... Não quero passar por essa vida amando-os tanto, mas só na superfície, carregando “segredos de mim” que pesam e me afastam, com a triste sensação de que apesar de tanto nos amar, nós nos desfrutamos tão pouco.

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