As relações nos são necessárias. Precisamos do aconchego e
dos desafios que elas representam. Somos carentes e diferentes, e isso nos traz
grandes alegrias e dificuldades em quaisquer
relações: com colegas, amigos,
pais, filhos, parentes em geral, amantes e marido/mulher – essa, certamente, a
mais difícil e desafiadora!
A relação do casal se inicia no campo da fantasia, da
paixão, do romantismo, das idealizações e longe da realidade do que cada um
realmente é. Ignoramos as dificuldades e diversidades individuais; as características
não vistas e quase sempre disfarçadas na tentativa de agradar e seduzir. Não
atentamos para hábitos diferentes, famílias de origem diferentes, valores e
crenças diferentes, comunicação diferente... E ainda acreditamos que devemos
orientar o Outro, porque nos sentimos responsáveis por sua felicidade!
Mas tudo isso começa a aparecer na realidade das rotinas, na
proximidade da convivência, nos novos desafios que a vida vai trazendo... Atenção! Cuidado, enquanto ainda há
ternura! Porque, a princípio devagar, de forma sorrateira, num declive
sutil e maldoso, sem que percebamos, surgem as decepções, as críticas e
cobranças constantes, as mágoas, os melindres, o ressentimento... Em resposta,
nos defendemos com as ironias e indiretas, depois com as agressões mais diretas. E as manipulações e as mentiras começam a
marcar a comunicação, num eterno revide a tanta frustração. Os filhos nos
distraem por algum tempo, ocupam espaço amoroso, trazem projetos, mas requerem
tempo e podem complicar ainda mais a relação.
Atenção! Não espere!
Não deixe que piore ainda mais! Não fique esperando.... Não aceite que “com
todos os casais é assim mesmo”, não se conforme com o pior, busque soluções
para Você e, por tabela, para a relação. Se não mudar suas crenças sobre a
relação (e só podemos mudar a nós mesmos), ela vai morrer em longa agonia.
Torna-se “chata”, pesada, cinzenta como nossas vidas, cruzes que vamos carregar
com raiva, ressentimento... Ou vamos enfim descartá-la e, inocentemente,
recomeçar (da mesma forma!), com outros parceiros, esperando resultados diferentes! Cegueira, tolice,
insanidade!
A saúde e a cura para qualquer relação estão no Respeito!
Respeito a nós mesmos e respeito ao Outro. O Amor só pode existir, ou
sobreviver, no espaço que o Respeito estabelece entre nós. O Respeito honra os limites de quem somos.
Ainda que nos amemos, somos diferentes!
Temos histórias, origens, sonhos, talentos diferentes que podem, e
devem, ser uma possibilidade e uma oportunidade
para colorir nossas vidas individualmente e nossa relação. Amar não é misturar!
Amar é compartilhar... como cada um puder!
A saúde e a cura para qualquer relação se apoia, também, numa
comunicação honesta e gentil do que penso, do que sinto, do que desejo... Ser
assertivo sem ser agressivo! Comunicar sem gritar, sem cobrar, sem culpar,
apenas dizendo do nosso momento. Reaprender a sorrir, elogiar, valorizar...
(todo mundo gosta!) E ouvir, prestar atenção ao outro, às suas verdades, aos seus
sentimentos, ao seu momento...
Não espere piorar!
Não desista porque já piorou muito! Desista, sim, de mudar o outro. A vida
é agora, e uma relação amorosa é o que aquece e colore nossas vidas. Eu não
posso mudar o Outro, mas se eu mudo em minhas relações, tudo muda para mim!
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