Será que temos noção de quando (e quanto) acreditamos,
pensamos, sentimos e agimos com orgulho, vaidade, arrogância e Soberba? Nossa cultura competitiva ensinou-nos que
esses eram atributos de uma personalidade forte, que eram qualificações para
nosso ego, mesmo quando criticados pela ética e pelas religiões. Todo o tempo nós nos comparamos e competimos em busca de valorização, e isso alimenta
nossa soberba. Nossas relações, quaisquer relações, mesmo as mais íntimas e
amorosas, são marcadas pela “necessidade” que temos de resguardar e gritar
nosso valor. Temos muito medo de sermos “menos”
e entramos, então, no auto engano
de provarmos “ser mais”, demonstrarmos
“ser mais”. E assim, a soberba,
consciente ou inconsciente, verbalizada ou não, se instala, cada vez mais, em
nosso pensar, sentir e agir.
Estamos sempre olhando para o mundo, observando, nos comparando e acreditando, pensando,
sentindo que somos melhores... Sou mais jovem, sou mais forte, estou mais
conservado, sei mais, tenho razão, sou mais educado, de uma classe melhor, tenho
mais do que você (dinheiro, status, credibilidade, generosidade...) Estudei mais, tenho mais diplomas, cursos,
experiência, sei o que é melhor para vocês... Minhas orientações são melhores e
quem não as aceita está errado, não tem boas intenções ou os bons valores e
ideais que eu tenho... O que vem de você nem me atinge, porque estou tão
acima... Nem te ouço, porque você não tem nada a me acrescentar...
Nossa soberba nos leva a estar sempre analisando, julgando, reclamando,
criticando, sob uma ótica torta de Eu posso, você não pode! Eu sou ou estou melhor! Olho o outro como um adversário nessa disputa
de egos ou como um coitado, a quem me cabe cuidar ou salvar... Sinto-me, assim, generoso, como um herói, um
justiceiro, um paladino, em minha família e no mundo em geral! E acredito que luto e me sacrifico em defesa
dos outros, quando, na verdade, estou sendo soberbo, orgulhoso, vaidoso e
arrogante!
Com a mente fechada e condicionada, não passa pela nossa
cabeça que o outro também possa ter brilho, razão, talentos, valor... Que o outro tem o direito de fazer suas
escolhas e aprender com as consequências... Que todos temos um pedaço da
verdade... Que ninguém é coitado nem
herói...
A Soberba, irmã do orgulho, apoiada na vaidade, atuando pela
arrogância, consciente ou não, no
pensar e no agir, nos mantem cegos pelo auto engano, distanciados de nós mesmos
e dos outros, num eterno comparar e disputar.
A saída está na atenção com
nossas próprias crenças, pensamentos,
sentimentos e atitudes distorcidos pelo ego , na Aceitação, com Humildade e Simplicidade
do que somos e no Respeito ao que o Outro é.
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