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sábado, 29 de dezembro de 2018

NÃO ESPERE PIORAR



          As relações nos são necessárias. Precisamos do aconchego e dos desafios que elas representam. Somos carentes e diferentes, e isso nos traz grandes alegrias e dificuldades em quaisquer  relações:  com colegas, amigos, pais, filhos, parentes em geral, amantes e marido/mulher – essa, certamente, a mais difícil e desafiadora!
          A relação do casal se inicia no campo da fantasia, da paixão, do romantismo, das idealizações e longe da realidade do que cada um realmente é. Ignoramos as dificuldades e diversidades individuais; as características não vistas e quase sempre disfarçadas na tentativa de agradar e seduzir. Não atentamos para hábitos diferentes, famílias de origem diferentes, valores e crenças diferentes, comunicação diferente... E ainda acreditamos que devemos orientar o Outro, porque nos sentimos responsáveis  por sua felicidade!
           Mas tudo isso começa a aparecer na realidade das rotinas, na proximidade da convivência, nos novos desafios que a vida vai trazendo... Atenção! Cuidado, enquanto ainda há ternura! Porque, a princípio devagar, de forma sorrateira, num declive sutil e maldoso, sem que percebamos, surgem as decepções, as críticas e cobranças constantes, as mágoas, os melindres, o ressentimento... Em resposta, nos defendemos com as ironias e indiretas, depois com as agressões mais diretas.  E as manipulações e as mentiras começam a marcar a comunicação, num eterno revide a tanta frustração. Os filhos nos distraem por algum tempo, ocupam espaço amoroso, trazem projetos, mas requerem tempo e podem complicar ainda mais a relação. 
            Atenção! Não espere! Não deixe que piore ainda mais! Não fique esperando.... Não aceite que “com todos os casais é assim mesmo”, não se conforme com o pior, busque soluções para Você e, por tabela, para a relação. Se não mudar suas crenças sobre a relação (e só podemos mudar a nós mesmos), ela vai morrer em longa agonia. Torna-se “chata”, pesada, cinzenta como nossas vidas, cruzes que vamos carregar com raiva, ressentimento... Ou vamos enfim descartá-la e, inocentemente, recomeçar (da mesma forma!), com outros parceiros, esperando  resultados diferentes! Cegueira, tolice, insanidade!
            A saúde e a cura para qualquer relação estão no Respeito! Respeito a nós mesmos e respeito ao Outro. O Amor só pode existir, ou sobreviver, no espaço que o Respeito estabelece entre nós.  O Respeito honra os limites de quem somos. Ainda que nos amemos, somos diferentes!  Temos histórias, origens, sonhos, talentos diferentes que podem, e devem, ser uma possibilidade e uma  oportunidade para colorir nossas vidas individualmente e nossa relação. Amar não é misturar! Amar é compartilhar... como cada um puder!
            A saúde e a cura para qualquer relação se apoia, também, numa comunicação honesta e gentil do que penso, do que sinto, do que desejo... Ser assertivo sem ser agressivo! Comunicar sem gritar, sem cobrar, sem culpar, apenas dizendo do nosso momento. Reaprender a sorrir, elogiar, valorizar... (todo mundo gosta!) E ouvir, prestar atenção ao outro, às suas verdades, aos seus sentimentos, ao seu momento...
            Não espere piorar! Não desista porque já piorou muito! Desista, sim, de mudar o outro. A vida é agora, e uma relação amorosa é o que aquece e colore nossas vidas. Eu não posso mudar o Outro, mas se eu mudo em minhas relações, tudo muda para mim!

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