Pesquisar este blog

quarta-feira, 5 de junho de 2019

HOSTILIDADE III



          É um “estado de guerra” que desenvolvemos em nossas relações (quaisquer relações). É uma guerra surda, aparentemente não declarada, que se baseia na não aceitação de pessoas e circunstâncias. É terrivelmente desgastante na medida em que se perpetua, não nos dando oportunidade de relaxar, depor “armas” e usufruir o que de bom poderia existir entre nós.

         Em Família, é a resposta que se dá às crenças preestabelecidas de que deveríamos atender às expectativas uns dos outros. Quando isso não acontece, nos decepcionamos, nos sentimos atraiçoados, cobramos e cobramos, nos magoamos, nos ressentimos... e, finalmente, nos tornamos hostis.

         O ressentimento surdo, sem que nós percebamos, vai, no dia a dia, enfraquecendo e matando a gostosa afetividade que nos unia. Ressentidos, vemos no outro, antes tão querido, um adversário, em contínua luta surda. São indiretas, “gelo”, contestação constante do que se fala ou faz, ironia, sarcasmo, grosserias gratuitas, indiferença, demonstrações claras, ou disfarçadas, de desamor e ciúme...Ficamos inconformados pela perda do amor idealizado.

            E a Hostilidade como resposta nos afasta a cada momento. A relação antes amorosa, não resistiu à realidade do que somos e podemos, e perdeu-se nessa “guerra fria” de inconformações, nesse “campo minado” em que se tornou a relação. Não há mais graça, espontaneidade, alegria, frescor... Há apenas uma expectativa rancorosa de mais hostilidade, que nos mantem em constante defensiva.   Sem entender como chegamos a isso, mas querendo superar e transformar essa agonia, optamos por, ainda e indefinidamente, culpar o Outro e continuar remoendo as expectativas frustradas, as lembranças dolorosas... E reforçamos a hostilidade!

         Só podemos mudar a nós mesmos!  Podemos procurar e rever nossas crenças e expectativas, aceitar as diferenças,   desistir das brigas surdas, depor armas, abandonar orgulhos feridos ... resguardando apenas, e sempre, nossos espaços e limites individuais com simplicidade e firmeza, deixando claro que não desejamos mais essa relação de lutas.  É muito difícil sair da briga quando ainda existem cobranças doídas e ressentimentos, quando ainda existem tantas provocações daqueles que ainda não desistiram da luta e se mantêm defensivos.
         Mas, sou responsável, apenas, pelo meu papel na relação. Se quero viver com paz e afetividade preciso reaprender a Ser e a   Estar.  Preciso de  Mansidão com Honestidade, Paciência e Firmeza. Acredito que vale a pena ir tentando...

Um comentário:

Se preferir, envie também e-mail para mariatude@gmail.com

Obrigada por sua participação.