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terça-feira, 19 de maio de 2020

A AGONIA DA DISTÂNCIA




       É maravilhoso amar, mas, daqui onde estamos, temos também uma necessidade imensa, intensa, de tocar quem amamos. Temos necessidade de nos sentir próximos de quem amamos, de nos sentir juntos. Mesmo quando afastados por ideias, por questões e situações, queremos estar, fisicamente, próximos. Parece-nos, assim, uma promessa, uma possibilidade, de estar cada vez mais juntos.

       Cartas, Emails, Retratos, vídeos, grupos virtuais, não conseguem substituir a proximidade de um olhar direto, olhos nos olhos. Não conseguem trazer o calor de um toque de mão, de um roçar carinhoso no rosto, nos cabelos, de um abraço, suave ou forte, breve ou demorado, apertado...
Um toque físico traz, por si só, uma sensação de proximidade, de intimidade. É um convite para chegar, uma promessa de aceitação, até mesmo entre estranhos ... 

No momento, somos orientados e cobrados a mantermos distância uns dos outros por conta de uma dolorosa circunstância! Somos levados a vivenciar esse “frio” afetivo, que tanto nos agonia e confunde. Não poder tocar, abraçar e beijar crianças, não poder sentir fisicamente o encanto quase sagrado que elas ainda trazem da Origem. não poder comunicar todo o amor que elas nos infundem. Da mesma forma, não poder tocar e abraçar os filhos maiores, os pais cansados e tão carentes, os companheiros distanciados...  É uma agonia! Como parece distante e quase irreal a possibilidade de amar com espontaneidade, de amar sem medo! 

Tudo isto nos faz entender melhor a agonia da morte física de quem amamos, quando ficamos sem notícias, sem poder ver, falar, ouvir, tocar, abraçar... para “sempre”, até que possamos nos rever noutra realidade.

Somos “bichos de pelo”; nossa pele precisa sentir e realizar o Amor, também, através do toque. Um dia tudo isso vai passar! Até lá, poderemos ir nos conectando, sentindo e cuidando melhor de nosso próprio “pelo”, nos fazendo carinho, entendendo melhor nossas carências e até as dos outros.


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