Somos
caminhantes em eterno prosseguir, mas muitas vezes nos permitimos ser puxados
para atrás, dificultando, ou até mesmo impedindo, a nossa marcha, pelas amarras
do passado.
Em nossas relações afetivas de
Homem/Mulher tivemos expectativas, quase sempre idealizadas, sem respeitar a
realidade possível uns aos outros... E
sobrevieram decepções, cobranças, traições, agressões, manipulações, lutas...
Tudo isso desencadeou muita mágoa, muita frustração/raiva, revanchismo, culpa,
vergonha, marcando-nos a “ferro e fogo”. E tudo que se iniciou “por amor”,
transformou-se em muita dor.
Na verdade, isso aconteceu no passado.
Já passou... Mas, será que deixamos tudo isso ficar no passado? Em alguns relacionamentos os parceiros conseguem
superar dificuldades e fantasias, transformando a relação em parcerias mais
maduras e intensas. Outros, não! Sonhos
e fantasias se estilhaçam e as relações, simplesmente, se quebram e acabam! Os dois
aceitam o fim e, mesmo doídos e chamuscados, continuam sua caminhada, abertos a
novos relacionamentos.
Outros, ainda, até parecem, finalmente,
resolvidos. O casal se separa, se abandona, se divorcia, mas só na
superfície... Os sentimentos de mágoa, rancor e ódio, gerados por suas
expectativas frustradas no passado continuam vivos e os mantém na luta. É uma doentia
fixação que os aprisiona ao passado e nem mesmo novas relações afetivas
conseguem neutralizar. A capacidade de amar no presente fica negada ou
contaminada, enfraquecida, pela sombra amarga do passado. E essa sombra amarga,
marca e mancha, muitas vezes, as relações amorosas com os filhos, nutridos pelo
ódio dos pais e usados como instrumentos de trocas nas lutas eternas. Estão
algemados, prisioneiros desse passado, sempre retroalimentado.
A chave para nos libertar está numa
reflexão mais amadurecida desse passado. Em entender que numa relação não há
mocinhos e bandidos, mas pessoas reais (feias ou bonitas), diferentes das
nossas fantasias, carências e desejos. Poder ressignificar esse passado sob
esse olhar mais humanizado e generoso, com o Outro e conosco mesmos, nos
aquieta e consola. Aceitar e perdoar o casal que fomos, ou que conseguimos ser,
nos traz paz. Tudo já passou! Não
volta! Não podemos consertar, ser diferentes ou fazer diferente! A maturidade
advém desse novo olhar realista e sereno onde a dor pôde nos amaciar, servir de
lição e nos curar. E a libertação nos faz mais livres para amar...
Cada um aje de uma forma a separação,principalmente se for de muitas décadas. No início da separação existe o tempo do luto,o tempo de resignificar os acontecimentos,avaliar o desgaste e o próprio amor. E só com o tempo e atravéz do autoconhecimento e espiritualidade,pode-se se sentir liberta. Um novo amor pode sim aparecer mas o que mais importa foi enxergar o amor por mim mesma e me sentir mais feliz agora.
ResponderExcluirGratidão Tude! Vc nos faz refletir e ver que guardar mágoas e rancores só nos faz ficar no passado.
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