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terça-feira, 10 de setembro de 2019

SOBERBA INTELECTUAL



        Como crescemos e somos avaliados num mundo materialista, quantitativo, competitivo e tecnológico, buscamos, mais e mais, acumular conhecimentos e técnicas. Somos rotulados por graus, etiquetados como aprendizes, mestres, doutores nos vários setores de nossa vida (religiosa, acadêmica, profissional...) Isso influencia nossa personalidade, nossa vida social e reforça a hierarquia baseada não só no dinheiro, aparência, poder e status, mas também em títulos acadêmicos, técnicos, religiosos e intelectuais. Avaliamos pessoas e situações a partir de nossa “altura “ e, por tudo isso, desenvolvemos, muitas vezes, um orgulho, uma  Soberba Intelectual.
         No entanto, não somos seres apenas mentais. A extrema valorização, e sua busca constante, de nosso desenvolvimento mental/intelectual acarreta possíveis distorções em nossos outros níveis, principalmente no emocional, no caráter e em nossas relações.
        Comparações, competições desde a infância, escolas (e famílias) que apregoam e buscam formar vencedores baseadas no saber intelectual, acabam por massacrar-nos emocionalmente. Alimenta-se a soberba, a vaidade, a arrogância, em desequilíbrio com nossos aspectos afetivos e de valores éticos, determinando uma infantilidade emocional e uma subnutrição espiritual. Tudo isso esconde o grande medo de falhar, a necessidade constante de se superar, e aos outros, a angústia dessa eterna comparação onde não devo me deixar superar, a frieza e o distanciamento dos “menos dotados”... Tudo que a soberba traz.
         Esse mundo tão intelectualizado, asséptico e técnico, onde somos os melhores, não nos faz felizes em nossas relações afetivas com “seres humanos normais”. O orgulho nos mantém distanciados dos outros, afastados do que somos e podemos como seres, também, afetivos e espirituais. Ele nos blinda, isola e encarcera numa auto imagem incompleta e distorcida, nos mantendo no auto engano.
 Precisamos descer de nosso pedestal intelectual e chegar ao “espírito” do que sabemos. Precisamos humanizar e vivenciar o que aprendemos. Precisamos abrir espaços para sermos aprendizes na dimensão dos sentimentos e da espiritualidade. Precisamos observar, descobrir e valorizar os aspectos afetivos e a sabedoria dos mais simples...

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