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sábado, 16 de fevereiro de 2019

A FERIDA QUE NÃO CURA



           No início o horror, a “punhalada”, a agressão que parece nos matar!  Doemos, sangramos, perdemos as forças, a vontade de viver, de continuar...  E agora? Só a dor, sem perspectivas de vida. Só um arrastar de dias, de horas, do tempo...  Às vezes nos  perguntamos: Por que? Mas em meio a tanta dor e estrago, isso  já nem faz tanta diferença ...
           Com o passar do tempo, a vida nos empurra e continuamos... Robôs sem alegria, marionetes do cotidiano, sem escolhas, continuando a caminhar...  E esse mesmo passar do tempo vai nos anestesiando e nos enchendo de culpa por continuar.  Aquela “punhalada” mortal até parece mentira, uma fantasia maligna. Enganosamente, tudo vai ficando distanciado... A ferida parece até quase cicatrizada!
            Mas não se engane, ela não está curada, jamais estará, definitivamente, fechada e curada!  Num momento, uma simples lembrança, um detalhe qualquer, pequenino, perdido no tempo... e tudo se abre, sangramos de novo, com a mesma força original.
            A ferida em nossa alma pela perda de alguém muito querido, especialmente de um jovem ou uma criança, de um filho ou um neto, é profunda demais para ter cura. Ela atravessa toda essa vida e até outras...   Foi marcada a ferro e fogo em nosso psiquismo consciente e inconsciente, está emaranhada e entranhada em nosso mundo interior.
           Quando olharmos para alguém marcado por essa perda, Atenção! Cuidado!  Esse alguém está trincado, rachado, como um cristal, que, a qualquer toque, sente seu coração despedaçar ! Tenha respeito e compaixão, ajude-o a caminhar.
           Só mesmo o desígnio de um Poder Maior de Sabedoria e Amor pôde decidir por um desafio desses em nosso caminho, garantindo-nos, certamente, a força para continuarmos e nos desejando  humildade para com ele escolhermos crescer.

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