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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

QUANDO A PAIXÃO NOS ARREBATA...



          Por que um simples gostar (ou não) se transforma numa paixão?  Por que aquela pessoa? O que ela personifica para mim naquele momento? Um ideal, uma fantasia, um sonho? O que me encanta, e que talvez eu não tenha? Ousadia, desenvoltura, beleza, força, inteligência, sucesso, generosidade, meiguice...?

O objeto de nossa paixão naquele momento parece vir de encontro  às nossas carências afetivas de nos sentir importantes para alguém tão especial, de ser importante! Parece vir ao encontro de nossos anseios delirantes de aventura, de justiça, de valorização, de liberdade... Quando encontramos esse alguém que “incorpora”  nosso herói guerreiro e justiceiro, ou injustiçado, perseguido, necessitado de nosso amor e apoio, esse alguém que alimenta nossas carências, sonhos e fantasias – Pronto, nos apaixonamos! E quanto mais perseguirem nossas paixões, mais nos apegamos a elas! 

A força desmedida e distorcida desse “amor” nos faz atropelar valores, crenças, responsabilidades, família... Dentro dessa nuvem delirante, perdemos o equilíbrio, o bom senso, a capacidade de “ver” e analisar pessoas e situações e poder fazer livremente nossas escolhas.

Só o tempo, que nos traz experiência com fatos e verdades, desenganos e desilusões, pode ir retirando aos poucos a “purpurina” das paixões, deixando-nos frente a frente com pessoas, simples pessoas, com acertos e desacertos, com heroísmos e covardias. Apenas pessoas! 

Nesse processo do desapaixonar, sofremos a perda das luzes e do calor delirante das paixões. Lutamos contra a verdade que se impõe, acusamos duramente os objetos de nossa paixão  (de heróis a anti heróis!), por não quererem (ou conseguirem) permanecer no pedestal em que os colocamos. Mas não adianta! Acordamos desse sonho, antes tão lindo!

Desapaixonamos. Agora, sim,  podemos iniciar o aprendizado de Amar essas ou outras pessoas. Pessoas, simples pessoas...

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