Vivemos na
aparente superfície de nós mesmos e distraídos pela aparente superfície dos
outros à nossa volta. Assim, somos enganados e enganamos a nós mesmos e uns aos
outros. Antenados com tudo que nos ensinaram, querendo atender às expectativas
do mundo para sermos valorizados e amados, fomos criando e moldando uma imagem irreal
do que somos, ou do que deveríamos ser, ou do que queríamos ser, ou do que
“vendemos” ao mundo. Criamos uma concepção e uma imagem de alguém que não somos
nós!
Vamos nos enganando, sem realmente
saber um mínimo de quem somos. O que, realmente, queremos? O que, realmente,
sentimos? Ao agir, ou reagir, o que realmente nos move?
“Até que ponto sou bom, generoso e
solidário, ou isso alimenta minha superioridade, vaidade e “orgulho cristão”? Preciso me mostrar, e acreditar, ser pacífico
ou isso esconde medo de enfrentar questões de assertividade e limites? Sou
desafiador e agressivo ou é assim que escondo minhas inseguranças e fraquezas?
Sou defensor da verdade total, ou a uso para intimidar os outros? Sou crítico
em tempo integral, superior a tudo e todos, ou ajo assim para me sentir mais
confiante, livre talvez de ser eu mesmo criticado? Sou tímido, “humilde” e sem talentos ou me
escondo nessa “zona de conforto” para não ser questionado e desafiado? E tantas outras questões...”
Na verdade, somos mocinhos e somos
bandidos! Somos Sombra e Luz! Precisamos
de um olhar e uma escuta interior, atentos e contínuos, para conhecer nossa
sombra, nossos verdadeiros motivos, para que não nos enganemos, não nos confundamos
e não nos percamos na caminhada. Quanto mais luz trouxermos para nosso
interior, mais Luz irá clareando e anulando os escondidos de nossa sombra.