Somos seres
“escorregadios”. Temos dificuldade de encarar a realidade, a verdade sobre nós
mesmos, quando ela se apresenta em nossos pensamentos, emoções e atitudes
diferentes do que desejávamos ou acreditávamos ser o correto. Num diálogo
interior, ou não, tentamos nos livrar de toda “culpa”, criando Desculpas.
Desculpas
para explicar nossos porquês, desculpas para “justificar” o injustificável,
desculpas para acusar os outros, desculpas para não nos vermos.
Essas constantes
desculpas nos mantêm no autoengano, nos mantêm afastados do que somos, nos
mantêm no eterno papel de vítimas, nos tiram a responsabilidade sobre nós
mesmos, sobre nossa história, sobre as possibilidades de nosso caminhar.
Desculpas
traduzem medo de descobrir, de assumir quem somos, impossibilitando nossas
mudanças. Traduzem também o medo de nos responsabilizarmos por nossos papéis
dentro das relações. Elas nos mantêm acomodados para nada fazermos, para não
participarmos dos trabalhos e dores à nossa volta. Desculpas nos levam a
justificar agressões, revides, defesas, mentiras, manipulações... Elas encobrem
nosso orgulho, vaidade e arrogância de pessoas perfeitas, que não falham, que
nada têm a se modificar... Servem como
uma cortina de fumaça, uma neblina, que nos tolda a visão de nós mesmos e dos
fatos e nos fazem passar pela vida como cegos, tateando nas relações, nos protegendo,
e ao engano...
Muitas vezes
já conseguimos reconhecer nossos erros e nos dispusemos a pedir desculpas aos
outros. E como é difícil! Pedimos
desculpas meio às escondidas e, ainda assim, tentando, ao mesmo tempo, nos
explicar e justificar! Mas, com atenção
e perseverança, um dia de cada vez, conseguiremos coragem para sermos simples e
verdadeiros, podendo ir nos libertando dessas “defesas”.
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