Eu dormia e de nada sabia! Eu dormia e, como uma criancinha, a princípio, era feliz! Embalada pelas mesmas canções, pelos mesmos afagos, me entregava, acreditava e era feliz... Mas a Vida nos quer despertos, coerente com seu propósito de nos fazer aprender, crescer, evoluir, se libertar... Somos sacudidos todo o tempo, levemente ou em grandes trancos, na intenção de nos despertar. Mas resistimos, como resistimos!... Resistimos a canções ou palavras diferentes que ameaçassem aquele sono que nos embalava. Não ouvíamos, não víamos, não reconhecíamos, não percebíamos, negávamos... Negávamos as mudanças, as novas realidades com que se nos defrontávamos!
Negávamos o fim das ilusões nas paixões, nos
amores, nas relações... Negávamos os filhos que cresciam e se afastavam, com
seus próprios caminhos, deixando-nos em papéis já vencidos... Negávamos as transformações e desgastes que o
passar do tempo ia deixando em nosso corpo... Negávamos que os homens/heróis são falhos, bem como suas
ideias e atitudes... Negávamos o preço mortal que a ânsia sem freio por prazeres
estava nos cobrando... Negamos e
negamos... pelo tempo da resistência, do orgulho e teimosia de cada um, porque
o tempo de cada Homem é único!
Finalmente,
é tempo de, aos poucos, inseguros, desconfiados, começar a despertar. Mas, como
dói o “dar-se conta” do fim de ilusões e estarmos conscientes para assumir a
responsabilidade pelos novos rumos da própria vida! Como dói perder “heróis”,
encarar pessoas e aprender a amá-las, acordados. Como dói entender que eu sou,
também, essa pessoa! E como dói querer despertar quem amamos e esbarrar com o
sono ainda tão resistente dos conduzidos e “encantados”!. Então, precisamos
lembrar de nossa própria história e de como resistimos a tantas coisas. Afinal,
o tempo do Homem é único. O de Deus é que é eterno, em sua eterna espera por
nós!
Liberdade e consciência
desperta caminham juntas e têm um preço a pagar. Mas vale a pena! Como é incrível estar finalmente consciente
das potencialidades e possibilidades de ser quem Eu Sou.