Existimos em várias dimensões. A dimensão física, a dimensão
emocional. a dimensão mental e outras ainda mais sutis... Em nossa evolução,
percebemos o físico (mais concreto) e logo adiante, nossas emoções. Elas são
comandadas a princípio pelo medo, que nos garantia sobrevivência. A emoção do medo fica marcada em nosso corpo
emocional e é reforçada, sempre, por nossa mente racional, nosso corpo mental,
que grita “Cuidado!’. Forma-se uma dupla
de atuação perversa, que nos mantem sempre alerta e em Dor.
Nossas experiências difíceis ou dolorosas ficam impressas
nesse corpo emocional, na memória desse corpo (dimensão). Ele se torna nosso
Corpo de Dor! Todas nossas dores ficam ali guardadas através do tempo, da vida,
aumentadas por novas experiências dolorosas.
Nossa dimensão mental, adestrada em nos “cuidar e salvar”,
alimenta sem parar nosso medo e outras emoções desencadeadas por ele (raiva,
mágoa, ciúme, frustração, desespero...) Juntas, elas elaboram o nosso Ego,
especializado em lutar, brigar, disputar... Juntas, elas robustecem nosso corpo
de Dor, retroalimentando-o com pensamentos medrosos, agoniados, destrutivos,
negativos... E ficamos presos, viciados nesse jogo de pensamentos e emoções,
sem escolha, repetindo crenças e preconceitos e padrões culturais de lutas/comparações
que nos foram ensinados. Presos ao Passado ou ao Futuro, que eterniza o medo, a
insegurança, mantendo esse círculo vicioso e perverso da dor...
A Liberdade só poderá vir de nossa interferência em nossos pensamentos!
Desligando-os e substituindo-os por outros de nossa livre escolha, parando de retroalimentar
nossa mente egóica e livrando-nos, assim, de novas dores e de reviver as
antigas... Desligando-nos desse pensar doentio, tiramos a força e o poder do
Ego em nós, reeducando-o para não realimentar mais dor. Precisamos redirecionar
nossos pensamentos, a cada momento, para o que acontece Aqui/Agora e para níveis
mais altos, para valores de alegria, beleza, generosidade, justiça, serviço, ...
E a Dor antiga? Ela está guardada em nossa dimensão
emocional! Não podemos simplesmente deletá-la, esquecê-la...Sempre que eu reviver,
com pensamentos/lembranças, a dor passada, ela cria força e vida. Daí a importância de não viver ou reviver o
passado doloroso como vítima impotente dele. Mas posso olhar, eventualmente,
para essa dor antiga de frente, em catarse ou compartilhando-a como terapia, deixando-a perder um pouco de força, embora
saiba que ela permanece escondida e “esquecida” em nosso “corpo de dor”...
Resta-nos a Liberdade de pensar, sentir e viver a vida no
Aqui e Agora, com doces e gentis escolhas, com “tolerância zero” para pensamentos
que nos tragam mais lutas e dor! A
escolha é nossa! A responsabilidade com nosso mundo interior é nossa!