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terça-feira, 27 de junho de 2023

PERDOANDO A NÓS MESMOS

 


          O  Auto perdão.

A princípio, passamos pela vida, “inocentes”, sem muito pensar, buscando nossas alegrias e prazeres, atropelando muitas vezes os outros.

Mas o tempo não corre em vão e com ele, sobrevêm as perdas, as dores, os fracassos, os revezes da vida! Vamos sendo despertados em nossa sensibilidade, confrontados com nossos atos e vem o arrependimento das dores e prejuízos que causamos. De forma racional, entendemos nossos erros, nossa humanidade ainda tão falha e até as falhas alheias. Procuramos então nos modificar e perdoar...

Mas o perdão a nós mesmos é mais complexo, porque somos invadidos emocionalmente pela consciência da dor que causamos. Nos vemos ainda muito presos ao passado, que não tem volta, que não tem prazo para expirar. Ficamos presos às lembranças do que fizemos, do nosso egoísmo, de nossa irresponsabilidade, de nossas falhas movidas por defeitos como egoísmo, soberba, vaidade, cobiça, luxúria, inveja... Lembranças das dores e prejuízos a longo prazo causadas, principalmente, àqueles que mais amamos  Esse é um fantasma que tem o poder de nos assombrar... Não podemos ficar olhando para trás indefinidamente, porque se ficarmos remoendo o passado, ficaremos presos à dor, num processo doentio e obsessivo de auto punição que nos paralisa e não nos permite caminhar.

Nesses momentos é preciso relembrar que no passado todos fizemos o que pudemos ou soubemos (certo e errado)!  Se for preciso, sentar, chorar, enxugar as lágrimas, nos perdoar com o propósito de mudar e seguir em frente...


terça-feira, 20 de junho de 2023

A MISSÃO

 


         Qual é a nossa missão? E as dos outros? Quando nascemos recebemos crenças que nos são trazidas pela nossa família, pelas religiões e por outros grupos a que pertencermos. Essas crenças nos dizem quais são nossas obrigações e missões com o mundo.

Certamente as mais fortes são as de cuidarmos daqueles que nos cuidaram, daqueles que trouxemos ao mundo, daqueles que mais amamos.  Mas “cuidar” significava amar, salvar, resgatar, orientar e Modificar o outro, para seu próprio bem. Contudo, por mais que muito amemos, isto se revelou uma Missão Impossível! Cada um de nós traz uma Liberdade Sagrada para escolher, errar, sofrer, acertar, evoluir...E nós não temos poder para nisso interferir!

Uma crença é o chão no qual vivemos e atuamos. Quanto mais rígidos e fechados formos em nossas crenças, mais insistiremos nessa missão impossível, mesmo que nos percamos buscando uma saída. Muito sofreremos, perdidos, impotentes, desesperados, envergonhados... até nos darmos por vencidos e nos rendermos a essa realidade, tão contrária ao nosso desejo e à nossa luta!

Por conta da imensa dor em nossas tentativas, precisamos nos reunir em outros Grupos, com novas crenças, mais reais, e ouvir uma nova versão sobre essa realidade-- quem sou eu e quem é o outro.

 Precisamos ter um novo olhar sobre o que realmente posso e sobre Minha Verdadeira Missão nessa vida-- Cuidar de mim, conhecer minhas dificuldades, meus defeitos de caráter, meus talentos, minhas possibilidades para me libertar, para crescer... e então amar os outros com Liberdade e Respeito por suas próprias missões.

Essa é a Possível e Principal Missão da qual não podemos fugir. Aos outros, podemos amar e com eles compartilhar nossas descobertas.




terça-feira, 13 de junho de 2023

DELIMITANDO ESPAÇOS E ATITUDES

 


          Fomos criados para viver em grupos. Precisamos dos grupos para sobreviver e aprender a ser/estar/evoluir...Esse é um desafio que todas as espécies enfrentam: indivíduos únicos, diferentes em suas potencialidades, em papéis temporariamente diferentes, que necessitam dessas diferenças para evoluir naquilo que têm igual – em nós, nossa humanidade!

Como seres “mais evoluídos do que plantas e animais”, precisamos de uma organização mínima para delimitar o espaço físico, psicológico/emocional que cada um requer para desabrochar. Nossa dimensão emocional, que ama e se apega de modo mais duradouro na infância humana, atrapalha todo o processo de desapego, mantendo-nos agarrados e misturados uns aos outros até quase à idade adulta (ou depois), impedindo o crescimento de todos, criando confusão de papéis, invasão mútua de espaços, criando vítimas e abusadores, tímidos/inseguros e prepotentes ... transformando todo apego amoroso em raiva, mágoa, ressentimento, fuga...e culpa. Também sob o império de outras paixões, toda essa anarquia emocional e grupal se repete, com o mesmo desenrolar, com a mesma dor.

         Delimitar espaços e atitudes é criar Ordem! Na infância é preciso ensinar e orientar o que é o Respeito. Mais tarde, é responsabilidade de cada um demonstrar qual é o Seu espaço e que atitudes serão aceitas nele, sem críticas ou discussões. Também é Sua responsabilidade não invadir o espaço dos outros com críticas, palpites, facilitações, cobranças...

Com Coragem, Honestidade, Gentileza, Firmeza comunique onde está sua cerca! Cuide dela com Respeito para que não precise se tornar uma muralha, que  nos afasta uns dos outros.


terça-feira, 6 de junho de 2023

A CRÍTICA E O ELOGIO II

 


          Porque somos tão críticos? Olhamos sempre o que nos parece errado e criticamos... dizendo ou pensando. Fomos educados sob as críticas dos pais, da família, da escola...  Acreditavam que, por amor, deveriam nos orientar, criticando, quanto aos erros, nossos e do mundo. E passamos a incorporar esse olhar crítico para tudo e todos, perdendo muitas vezes a beleza que também existe em tudo e todos.

Nosso olhar critico torna-se seco, intransigente, insensível ao humano em cada um de nós e até com toda a natureza. Achamo-nos “donos da verdade”, soberbos, arrogantes, mesmo sem verbalizar a crítica! Olhando os “erros” alheios, deixamos de perceber o quanto de inveja, raiva, competição... existe em nós.

Quando criticamos ou aconselhamos, sem que fosse solicitada nossa opinião, estamos sendo invasivos, agressivos, humilhantes, destrutivos e insensíveis – desmontando ideias, sonhos, projetos, valor pessoal...

Mesmo com as pessoas que mais amamos, nossas críticas muitas vezes ajudaram a formar uma autoestima baixa, uma autoimagem pobre, insegura ou rebelde. Não existe crítica construtiva! A crítica é diferente de uma opinião pessoal, quando solicitada e mesmo então, deve ser honesta e cuidadosa. Não carreguemos o peso de julgamentos duros, preconceituosos, tendenciosos com esse olhar tão pesado do crítico em nós.

E os elogios? Porque ainda temos tanta dificuldade em espalhar elogios à nossa volta? O que fica, ou ficou, dos momentos doces da infância com os filhos? A alegria gostosa de seu confiante  olhar ao receber um elogio, a força que os fez sentir motivados e incentivados, valorizados? E em nossas outras relações ? O Elogio ao companheiro, aos amigos, às pessoas em geral, funciona como uma bandeira branca amorosa, desmontando competições, com a descoberta e o reconhecimento do valor de cada um!  

O elogio verdadeiro, que demonstra admiração, é um aval para sonhos, possibilidades maiores... Ele aquece nossas almas de ternura, gentileza, incentivo, alegria! Ele nos faz sorrir pelo sorriso que levamos uns aos outros!