Chegamos ao baile da Vida inocentes e
espontâneos, sem máscaras, livres em
nossas emoções e reações. Mas, cada vez mais cedo, fomos sendo “educados” e
preparados para as danças e contradanças de nosso mundo cruel e julgador. Aprendemos
que o mundo é um lugar perigoso, com disputas constantes por amor e
valorização. Nessas lutas, precisamos usar máscaras para nos esconder,
camuflar, despistar e fingir o que não somos! Ao longo do tempo vamos
aperfeiçoando nossas técnicas de utilizar as máscaras, várias máscaras, muitas
e diferentes máscaras, conforme o meio social e as situações. Sem sentir, vamos
nos tornando como animais que, pelo mimetismo, adquirem diferentes cores e
aspectos!
Nesse processo, disfarçados, perdemos,
em grande parte, o contacto com nossas verdadeiras emoções, conosco mesmos. Com
todos sob disfarces, nos relacionamos de modo superficial uns com os outros,
mesmo com aqueles que mais amamos. Dentro de nossos papéis ( c/amores, filhos,
familiares, etc) ficamos restritos às máscaras adequadas, querendo demonstrar o
melhor de nós em busca de aprovação, de amor e valorização. Mesmo com muito
amor, as máscaras empobrecem as verdadeiras emoções, manipulam, criam,
assustam, distorcem...
Como pais, usamos máscaras para mostrar
de quem sabe e manda, conforme nossas crenças familiares, sem revelar ou
escutar o que os filhos sentem. Sob nossas máscaras pouco ouvimos ou demonstramos
sentimentos, apenas recitamos nossos papéis. Como amantes, afivelamos nossas
máscaras, mostrando ao outro, muitas vezes, o que não somos ou só o que
acreditamos ser o desejo dele e apenas recebemos o que ele demonstra ser ou desejar
de nós E assim em muitas outras relações... Vivemos num mundo de faz de conta e
tanto sofremos com as desilusões, com o vazio nas relações, com o medo de descobrir
e viver as Verdades.
O maior perigo de tanto disfarce e
tanta fantasia é perdermos cada vez mais o contacto conosco mesmos, com a
realidade; é acreditarmos numa auto imagem distorcida (para mais ou para
menos).
Como tudo o que nos defende também nos
aprisiona, só as grandes dores são capazes de estilhaçar essas máscaras e nos
fazer buscar quem realmente somos sob esses disfarces. Só com coragem para nos
ver, amar e valorizar poderemos ir descobrindo quem somos sob tantos e variados
aspectos e poderemos, então, dançar cada vez mais livres e espontâneos nesse incrível
baile da vida!
A VERDADE NOS LIBERTARÁ .
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