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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

O AMOR NÃO DÓI


Amar não dói! Momentos em que somos invadidos pelo sentimento do amor são muito gostosos... Suaves ou intensos, alegres ou tristes, esses momentos nos tomam o Ser de forma integral. Somos então emoção pura.

Uma cena de singela beleza natural – a água alegre dos regatos, o mar, a brisa suave nas árvores, a beleza das pequeninas fogueiras, plantinhas brotando - a gentileza e fragilidade de uma criancinha ou um velhinho, a suavidade de uma flor, o olhar amigo, paciente e  fiel de um animalzinho, o abandono de uma pessoa no sono, a espontaneidade do riso solto das crianças,.. São momentos  no Agora, fugazes num mundo fugaz, momentos simples que desarmam o ego e somos invadidos por uma dimensão mais sutil e espiritual – a dimensão do Amor. E são instantes leves de puro gozo! O Amor não dói!

Mas a emoção maior que sentimos com os laços mais intensos gerados pelo sangue, pelo convívio, pelas grandes paixões (pais, filhos, amantes, familiares e especiais amigos) tendem a nos levar à dimensão do ego e a distorcer o Amor! Por medo de perder, esquecemos  a leveza do Amor e tentamos guardar, dominar, dirigir, controlar, transformar em Objeto aquilo que nos dava alegria e prazer...  A vida passa, o tempo tudo nos leva, sofremos e, sem perceber, passamos a acreditar que o amar é sofrer!

O Amor existe no Agora, nos momentos de alegria ao ajudar alguém, nos momentos de gratidão ao aceitar auxílio, na alegria de nossas descobertas, na generosidade de nossos perdões, nos momentos solidários, quando somos verdadeiros e justos... Nos momentos de carinho e ternura que desfrutamos em nossas  vidas.

Cuidado! Os momentos de Amor são momentos tão gostosos e intensos que insistimos em guardá-los no ego! Nem tente, porque o Amor é sutil e desaparece! Desfrute-o a cada instante. Aproveite! O Amor não dói! Ele é uma gostosura! Ele é a substância de Deus...


quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

PEQUENOS PERDÕES

 


           Em nosso dia a dia nas relações mais próximas, temos ocasião de nos irritarmos, nos magoarmos, nos desiludirmos com as pessoas que amamos. Elas estão próximas demais de nossas expectativas, de nosso amor apegado, de nossa falta de limites, de toda essa grande confusão em nome do nosso amor.

           Com os pais, sentimo-nos ainda filhos “desmamados” cedo, ciumentos e sempre ainda carentes de mais colo e cuidados. Temos dificuldade de vê-los como um homem e uma mulher com uma história e limitações humanas.

           Com nossos filhos somos amorosos cuidadores, controladores, invasores de suas personalidades únicas, em cumprimento de nossa “missão” de salvá-los do mundo!

           Com  nossos companheiros, com medo de perdê-los, entramos numa disputa inconsciente para provar que somos melhores, merecemos mais amor...

           Com outros familiares e amigos, também sob a sombra do amor, nos perdemos nas expectativas, nas crenças de laços que nos “unem” e esquecemos a individualidade de quem somos, da história que cada um está criando e vivendo como quer ou como pode.

            E então nos desiludimos, nos magoamos. Sentimos nosso amor judiado, espezinhado... Revidamos as grosserias e impaciências ou nos afastamos...  Não perdoamos esses deslizes no amor, mesmo os pequenos, que nos causam “pequenos pesares”, mas que vão ao longo dos dias, cada vez mais, nos afastando e tirando a alegria de nosso amor.

             O Perdão, antes mesmo que cheque ao Outro, pede uma reflexão em mim: Olhando para minhas próprias dificuldades humanas, criei expectativas irreais sobre o outro e sobre nossa relação? Respeitei nossas diferenças individuais? Fui invasiva e tentei controlar? Fui permissiva e não estabeleci os limites necessários ao Amor entre nós?

             Qualquer perdão nasce do olhar verdadeiro e humanizado sobre nós mesmos e sobre os outros. Ele nasce da aceitação do que fomos e de nossa boa vontade em mudar para melhor amar, nos libertar e crescer.