Em nosso dia
a dia nas relações mais próximas, temos ocasião de nos irritarmos, nos
magoarmos, nos desiludirmos com as pessoas que amamos. Elas estão próximas
demais de nossas expectativas, de nosso amor apegado, de nossa falta de limites,
de toda essa grande confusão em nome do nosso amor.
Com os pais,
sentimo-nos ainda filhos “desmamados” cedo, ciumentos e sempre ainda carentes
de mais colo e cuidados. Temos dificuldade de vê-los como um homem e uma mulher
com uma história e limitações humanas.
Com nossos
filhos somos amorosos cuidadores, controladores, invasores de suas
personalidades únicas, em cumprimento de nossa “missão” de salvá-los do mundo!
Com nossos companheiros, com medo de perdê-los,
entramos numa disputa inconsciente para provar que somos melhores, merecemos
mais amor...
Com outros
familiares e amigos, também sob a sombra do amor, nos perdemos nas
expectativas, nas crenças de laços que nos “unem” e esquecemos a
individualidade de quem somos, da história que cada um está criando e vivendo
como quer ou como pode.
E então nos
desiludimos, nos magoamos. Sentimos nosso amor judiado, espezinhado... Revidamos
as grosserias e impaciências ou nos afastamos... Não perdoamos esses deslizes no amor, mesmo os
pequenos, que nos causam “pequenos pesares”, mas que vão ao longo dos dias,
cada vez mais, nos afastando e tirando a alegria de nosso amor.
O Perdão,
antes mesmo que cheque ao Outro, pede uma reflexão em mim: Olhando para minhas
próprias dificuldades humanas, criei expectativas irreais sobre o outro e sobre
nossa relação? Respeitei nossas diferenças individuais? Fui invasiva e
tentei controlar? Fui permissiva e não estabeleci os limites necessários
ao Amor entre nós?
Qualquer
perdão nasce do olhar verdadeiro e humanizado sobre nós mesmos e sobre os
outros. Ele nasce da aceitação do que fomos e de nossa boa vontade em
mudar para melhor amar, nos libertar e crescer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Se preferir, envie também e-mail para mariatude@gmail.com
Obrigada por sua participação.