Um dia cheguei num grupo e me questionei:
Será que essas pessoas têm o que me ‘’ensinar’’?.
Ás vezes me parecem tão simples, pouco estudadas, ou, ao contrário, tão arrogantes, donas da verdade... A mim, parece sempre que meu caso é diferente, nada nem ninguém pode acrescentar algo a essa história que já conheço e repito, repito, repito...
Quando essa é a minha disposição, se é como me sinto ao escutar os outros, na verdade nada escuto e nada posso aprender. A escuta requer uma abertura de mente, um criar espaços dentro de mim para que algo de novo possa ser acolhido e refletido.
Escutar é um exercício de humildade. Pressupõe que talvez eu não saiba tudo, talvez o outro tenha alguma coisa que me esclarecer. O lema sugere que eu busque calar essas vozes gritadas, repetitivas, angustiadas que me dominam a mente e estabeleça então um silêncio interior para que outras vozes possam ser ouvidas. Escutar, ouvir, refletir sem polemizar, sem brigar, sem competir.
Aprender é um processo interior , mas que acontece na ‘’escuta’’, na troca com o exterior. Ouvindo meus companheiros vou redescobrindo-me, aprendendo sobre mim mesmo, meus desejos escondidos, meus sentimentos, minhas intenções; descubro novos enfoques, novas abordagens de velhos problemas e a importância de escutar minhas ‘’outras vozes internas que precisam me dizer o que quero, o que posso, o que sinto. Sou responsável por criar esta disponibilidade interna para o Outro e para mim, para o que possa estar sendo trazido de novo a mim. Aprendo enfim a importância de cuidar de mim para amar mais respeitosamente os outros. Escutando vou descobrindo novas formas de utilizar o Programa, a literatura, as experiências dos outros e minhas próprias descobertas. Entendo que jamais saberemos tanto que torne desnecessário escutar para aprender mais.
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