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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Incompetência e Impotência



Fomos acostumados a ver nosso valor medido pelos outros e em função de nossa eficiência para atender às expectativas alheias, fossem elas reais ou irreais, possíveis ou impossíveis. Assim, recebemos “missões impossíveis” como “fazer felizes” pais, filhos, companheiros, etc., modificar os outros (para o próprio bem deles), jamais falharmos (ou nos sentiremos culpados), fazermos escolhas perfeitas que se revelem as mais certas no futuro, não termos dúvidas, só certezas, termos sempre razão... Nosso desempenho nessas missões consideradas normais é que mostrariam nossa competência na vida, se temos ou não valor!E acreditar nisso com maior ou menor intensidade (rigidez) é que determina o julgamento que também fazemos de nós mesmos!
Enquanto tudo vai bem, sem maiores desafios, expectativas ou cobranças podemos ir nos sentindo vencedores ou pelo menos com bom/razoável desempenho. Mas, quando as expectativas são muito altas, irreais, ideais, quando as cobranças são cada vez maiores e mais constantes (de nós mesmos e dos outros), elas detonam sentimentos intensos de culpa, vergonha, mágoa, raiva, ansiedade, ressentimento, desespero, desesperança... É muita dor!Sentimo-nos cada vez menores, falhos, fracassados, desvalorizados, humilhados, envergonhados, incompetentes, Esse sentimento de menos valia serve de alicerce para uma auto-estima baixa que se revela em comportamentos de vitimação, subserviência ou, ao contrário, de agressividade, mentiras, fantasias, desculpas. \É muita luta (interna e externa) e gera desgaste, depressão, isolamento, abandono... Tudo porque acreditamos poder o impossível!
Mas se pudermos abrir a mente, entendendo e reconhecendo simplesmente o real, o que podemos, tudo muda. Somos impotentes para modificar fatos irreversíveis da vida e também impotentes para modificar os outros, ainda que tenhamos mais experiência, instrução, poder material, mesmo que seja Por Amor.Se insistirmos na luta insana acabaremos por perder o controle de nossa própria vida. (1º Passo) É aceitar o que não podemos modificar. Todo nosso poder existe para ser usado conosco: poder de aceitar e nos adaptar aos fatos da vida, de fazermos escolhas que nos pareçam as melhores naquele momento, poder de nos modificarmos (no pensar e agir), de nos cuidarmos, de nos respeitarmos (estabelecendo nossos limites a cada momento), de nos valorizarmos, de irmos construindo uma auto-estima equilibrada...( “coragem para modificar o que posso).
Afinal descobrimos que não fomos incompetentes, apenas éramos impotentes para a missão impossível, suicida, de querer modificar os outros. Aprendendo a cuidar gentilmente de mim, retomando o controle do meu mundo interior, de minha vida, posso a cada dia rever minhas opções e relações entendendo que “aos outros só podemos amar”.

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