Todos os
disfarces têm o objetivo de nos defender do mundo... e até de nós mesmos.
Disfarçamos nossas dores negando-as, por medo de entrarmos em contato com elas
e doerem ainda mais! Disfarçamos,
também, por orgulho e vaidade, para que não pareçamos frágeis, falíveis,
derrotados, “coitados”... Disfarçamos pela vergonha de estarmos sofrendo, para
demonstrarmos que somos fortes, que não ligamos, que “não estamos nem aí!”
Algumas de nossas dores mais
sofridas são consequências de expectativas fantasiosas em nossas relações.
Esperamos do Outro o que ele não pode ou não quer dar. Sobrevêm, então,
desilusões, o desgaste dos sonhos, sustos, mágoa, tristeza, culpa, vergonha,
raiva, não conformação... Cada um dentro da relação sente a perda gradativa do
amor do outro, a rejeição, a desvalorização, a frieza, a distância, a
indiferença... A comunicação, sempre
manipulada, desonesta, a serviço do controle, do medo de perder, não consegue
nos aproximar. Ela só nos torna mais desconfiados, inseguros... Não aprendemos a escutar nossas emoções, não conseguimos
nos revelar, só aprendemos a disfarçar, a cobrar e a culpar... e isso só nos
afasta ainda mais! Sofridos e perdidos
na relação, começamos a ter atitudes de revide e “troco”: intolerância, implicância,
ironia, agressividade... Elas apenas
tentam encobrir nosso medo, insegurança, frustração, raiva... e isso também só
nos afasta ainda mais!
Sofridos e humilhados, amargos, mas ainda
juntos e apegados, muitas vezes acreditamos que só nos resta mascarar nossa
dor, fazendo graça, piadas, “brincadeiras”... Em tom de comédia, criticamos e
depreciamos, em público ou não, os defeitos e fragilidades um do outro. Como
palhaços que escondem as lágrimas sob a maquilagem, nós também somos os gaiatos
da festa dos outros e das nossas encenações particulares. Essas tolas e
patéticas máscaras de indiferença distraem todos, mas nos mantêm aprisionados
na dor, até que a relação se desfaça por completo, numa agonia triste e
prolongada!
Nada disso vale a pena! É preciso clarear
minhas relações afetivas, abandonando expectativas irreais e, principalmente,
abandonando disfarces de mim! Preciso
ser leal aos meus sentimentos, dando voz a eles, com honestidade, sem me
envergonhar dos meus enganos... Preciso perguntar para mim o que quero: Ironias
e “picuinhas” medíocres, que nos amesquinham, que servem para distrair, para
disfarçar e nos distanciam ou o Respeito Simples Honesto, sem disfarces, que
pode nos aproximar?
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