A princípio,
ela era só uma filha e menina, crescendo em direção a seu destino de ser Mulher!
Não imaginava que esse desejo de amor e romance a levaria a um papel irreal, o
de ser a responsável pela felicidade daquele que a escolhera! Mas acreditou e
dedicou-se a esse papel com afinco, porque queria e “precisava” do amor e da
valorização daquele Homem! Depois, cumprindo uma destinação ainda maior, ela
tornou-se Mãe! Viu-se investida do papel principal na programação e evolução do
Ser Humano! Sentiu-se para isso arrastada por uma necessidade biológica,
instintiva, psicológica, espiritual...
E a menina simples, a mulher apaixonada,
entregou-se à “sua missão” e acreditou em tudo que lhe foi ensinado sobre esse
novo papel: Ela deveria ser o anjo protetor e salvador daquele filho que lhe
foi entregue para cuidar, orientar e modificar, se fosse preciso!. Em seu afã,
seu apego, seu amor, ela acreditou que poderia e deveria torná-lo perfeito,
fazê-lo feliz a qualquer preço, ante qualquer sacrifício!...
Mas, sob as vestes “sublimes”,
idealizadas e sofridas da Mãe, existe uma pessoa. A Mãe é gente! Uma
pessoa simples, já abafada por outros papéis e inseguranças, e agora, e para
sempre, uma pessoa sufocando o medo pela vida e pela felicidade do filho. Uma
pessoa assombrada pelo medo constante de falhar com ele. Uma pessoa massacrada
pelo anseio impossível, ao qual ela se impõe, de ser perfeita! Uma pessoa
fadada à dor de ver seu filho tão amado viver sujeito às dores da Vida! Uma
pessoa que se parte e reparte entre o riso e as lágrimas, entre alegrias, medos
e perdas! Uma pessoa que se multiplica em amor porque cada filho é sempre absolutamente único, como o somos para
Nosso Pai. Esse instinto que a leva a ser Mãe é tão poderoso que sente expandir
todo seu Ser só por vê-los, lembrá-los, amá-los e sua maior e eterna culpa é
não conseguir ser perfeita para eles!
Essa pessoa confusa, repuxada por tantos outros papéis e compromissos
e ainda querendo ser (e precisando ser) mulher, garantir ninho e o protetor
para seu filho, torna-se muitas vezes dolorosamente, triste, magoada, cansada e,
ainda, envergonhada por não dar conta de tudo. Precisamos acordar! MÃE TAMBÉM É
GENTE! Precisa acreditar que, até para ser um referencial melhor e poder amar
melhor, ela precisa saber que sua maior responsabilidade é consigo mesma!
Precisa se liberar de crenças orgulhosas e irreais sobre sua “missão impossível”,
precisa aceitar com humildade que os filhos passam por suas vidas, e elas pelas
deles, para aprender a amar com simplicidade, cada vez com menos apego (como é
difícil!), com respeito pelas possibilidades de cada um. Precisam, com firmeza
e paciência, não aceitar culpas nem
cobranças, delas mesmas e nem do mundo.
Mãe também é gente! Sua missão natural, e possível, é ser o
instrumento amoroso, que uma Sabedoria Maior usou para trazer cada um de nós a
essa experiência no mundo. É acolhê-los, amá-los, orientá-los, quando pequenos (ou
quando solicitarem), e libertá-los na vida adulta ou quando se forem, atendendo
a um Chamado Maior... É aceitá-los e amá-los mesmo sabendo quanta alegria e dor
essa parceria lhes trará. E porque Mãe é Gente, ela precisa aprender
a ser leve e feliz...
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