Surtos,
picos, excessos, descontrole... Quase
sempre inesperados, nos “dando rasteira”, assombrando, desconcertando... Surtos, algumas poucas vezes, positivos, são
construtivos, nos empurram e nos fazem desenvolver, avançar... Mas surtos doentios,
destrutivos, nos acometem quando nossa mente inferior se acopla e se deixa
“cavalgar” de forma doentia por nossas emoções mais primitivas de medo. Elas,
então, se retroalimentam: pensamento desgovernado, obcecado, gerando emoções
que alimentam e geram, compulsivamente, mais pensamentos insanos...
Quando surtados, perdemos o controle
de nossa mente racional. Ela foge com medo de um perigo, consciente ou
inconsciente, criado por ela mesma. Desconfiados e assustados, passamos a ver
em tudo sinais premonitórios de perigo. Ela nos faz prever e “viver” horríveis
ataques, fracassos, perdas, em nós mesmos e em nossas relações. Ameaças de traições,
abandonos, doenças, morte... A mente, então surtada, foge sem freio, sem ouvir
qualquer lógica e nos impulsiona para o ciúme, para a paranoia, para a falência
física e mental... Estamos em pânico! É o caos!
Estamos desconectados de nossa Mente
Superior, de nossa Luz, e vagamos, desesperados, num escuro sem fim, soturno, muito
ameaçador, com o medo infiltrado em nós. Tentamos, desesperadamente, reagir,
mas o fazemos de modo irracional e compulsivo, querendo nos defender e nos
livrar das terríveis ameaças criadas por nossa própria mente adoecida. Sem saída, correndo em círculos, queremos
sumir de nós mesmos, das situações, da vida! E nosso corpo, encharcado de
adrenalina, se une a essa agonia nos liberando agressividade e tentamos,
inutilmente, convencer os outros a entenderem ou a lutarem nossa luta! O Sistema todo está em “curto”, surtado, e
sofremos demais! Desesperados, tentamos distrair nossa mente ou anestesiá-la,
sem resultados duradouros.
Nossa Mente Racional Superior, mais livre, nos intui que
estamos desgovernados e precisando de uma Ajuda Maior para desarmar essa
corrente irracional que nos arrasta. Rendemo-nos à realidade de que, tão fragilizados
e confusos estamos, somente nos
entregando à proteção e à força de uma Luz Maior, poderemos relaxar e começar a vencer o surto
de pânico. Continuando, precisamos fazer a nossa parte e olhar dentro da nossa
agonia; precisamos falar, escrever, desenhar... e compartilhar esse medo, para,
cada vez mais, trazê-lo à luz, tirar-lhe poder.
Os surtos nos desmontam, dão uma rasteira em nosso orgulho, em
nossa vaidade, em nossa arrogância, em nossa prepotência... Mas, ao buscarmos
ajuda em Deus e em nossos semelhantes, compartilhando nossa humanidade,
iniciamos o aprendizado de nós mesmos e da Humildade.
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