Nosso ego foi forjado na luta e para a luta. Criados assim, naturalmente, numa visão de força/ luta constante e de submissão dos mais fracos, nos comparamos sempre, querendo ser os vencedores, jamais os perdedores. Submetemos nosso valor ao aplauso dos outros e buscamos seguidamente esse aplauso, que nos faz sentir superiores e poderosos. Nosso orgulho, nossa arrogância, nossa vaidade e essa busca de valorização, assim se retroalimentam, criando um vórtice que nos atrai, e que a alguns, desequilibra e descontrola, na busca, cada vez maior, de Status e Poder.
Imersos nesse mundo, educados e condicionados por seus valores tão materialistas, buscamos superioridade em quaisquer grupos onde estejamos : Família, Escola, Igrejas, Esportes, Políticas, Ideologias, Nações... Em relações tão competitivas, quanto maior o status e poder - maior, melhor e mais seguros nos sentimos.! “Quem é o mais forte? Quem tem razão? Quem sabe mais? Quem pode mais? Quem é mais sucesso? Quem é mais importante? Quem ganha mais? Quem segue o deus melhor e mais poderoso? Quem tem mais? Quem é o campeão? Quem...” Por isso e para isso desejamos e precisamos tanto de Status e Poder!
Nesse mundo de Ter e Parecer, esse Poder parece nos ser garantido pelo Dinheiro e tudo que ele pode comprar e pelo Status, que afaga nossa vaidade e nos garante a inveja que os nossos saberes, a nossa capacidade de aparecer e parecer mais e melhor, despertam naqueles que estão “inferiores”. Comparações, competição constante, impiedade, ansiedade, medo, cansaço... Status e Poder não podem nos dar Felicidade, que é de outro nível, mas, enfim, alimentam e agradam demais ao nosso Ego tão materialista!
Hoje temos um discurso por igualdade, lutamos por um mundo sem discriminações de qualquer espécie. Na verdade, é apenas o início desse caminho. Nosso ego, em muitas questões, ainda se revela faminto de reconhecimento, de status e de poder; ainda supervaloriza e quer imitar modelos de “sucesso mundano”; ainda se sente muito amedrontado, apegado a supremacias e privilégios para abrir mão deles ou abrir mão de lutar por eles, ainda que os abusos e os excessos dos outros nos horrorizem!.
Só muito aos poucos, entendendo que a mudança desse modelo falido e atrasado depende da mudança interior em cada um de nós mesmos, poderemos ir reeducando nosso ego, num processo de contínua descoberta íntima. Só uma escuta honesta e cuidadosa de nossas motivações, sentimentos e atitudes, poderão ir trazendo-nos para nosso próprio valor e poder de seres únicos, sagrados, maravilhosos ... Só esse olhar interior, amoroso, cuidadoso e curioso, poderá, um dia de cada vez, nos libertar da agonia de mendigar e disputar Status e Poder no mundo.
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