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terça-feira, 5 de setembro de 2017

AGONIA E PAZ



     Existem momentos, que às vezes se prolongam demais, em que nos sentimos presos a lutas cansativas e desesperadas e nos debatemos em contínua agonia! Lutas interiores por questões fora de nós, questões onde somos impotentes, questões que envolvem  os outros e um mundo que nos parece tão errado!

      É quando não aceitamos o passar do tempo, que nos traz tantas limitações físicas e perdas “inaceitáveis”... É quando não aceitamos a desatenção, a indiferença, a insensibilidade, a falta de tempo, o abandono, o desamor daqueles que mais amamos... Ou quando  não aceitamos suas escolhas, quando elas  nos parecem tão diferentes e até perigosas, doentias...  E tão agoniados ficamos que não aceitamos nossa própria dificuldade de lidar com tão grande tumulto interior!

       É quando não aceitamos o tempo em que vivemos, tempo onde só é ressaltado o lado perverso e doentio do próprio Homem – maldades, espertezas, corrupções, agressões à Natureza da qual fazemos parte... Um tempo que faz apologia do feio, das disputas, do subjugar uns aos outros - na família, na sociedade, entre as nações... Um tempo que banaliza o mal, e assim, cada vez menos, ele nos causa impacto e incredulidade!

        Não podemos aceitar!  Lutamos, nos revoltamos com os “erros e errados”... e nos vemos prisioneiros de uma Agonia sem fim!  Idealizamos, queríamos tudo tão diferente! Mas, como fazer tudo e todos serem diferentes? Não conseguimos, por impotência ou incompetência? Como aceitar o inaceitável?

         É porque  Aceitar não é gostar! Aceitar é apenas não lutar contra a realidade, é respeitar o que é possível a cada um de nós e ao mundo, a cada dia... Aceitar é apenas reconhecer  que somos impotentes para modificar os Outros. Aceitar é respeitar outras impossibilidades, para resguardar nosso poder para nós mesmos, para as ações possíveis,para fazer o que realmente podemos...
          A aceitação, lúcida e verdadeira, de tudo aquilo que não podemos modificar, nos faz relaxar e traz tranquilidade. Mesmo com dor e tristeza, ela nos liberta das “missões impossíveis” de “salvar os outros e o planeta” e nos devolve a força para Cuidar de nós mesmos, nos transformar, e poder , com humildade e respeito, colaborar . Assim, vamos substituindo a raiva, a inconformação, a arrogância de tudo julgar, condenar e querer modificar, a depressão, a escuridão e a Agonia do des/espero,  por uma Paz Interior, com Simplicidade, e a Esperança  de sermos, nós mesmos, mais equilibrados e pacíficos num mundo que desejamos mais sadio e amoroso.

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