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sábado, 20 de abril de 2019

PRECONCEITOS – VIA DE MÃO DUPLA



       Fomos “educados” para ver um mundo todo rotulado, “etiquetado”, onde os diferentes de nós são menos ou são mais. Estes são os nossos preconceitos, conceitos ou juízos que fazemos antes mesmos de experimentar o que nos ensinaram como “verdades”. Assim, todos temos preconceitos (crenças) que  influenciam nossos conceitos sobre tudo e todos.
        Quando acreditamos que somos melhores que os diferentes de nós em classe social (por dinheiro ou status), em cultura (histórica ou intelectual), em raça, em religião, nas relações de patrão/empregado, nas opções sexuais...., isso nos coloca em “campos contrários”! Olhamos com menosprezo, mesmo que educadamente disfarçado, seus gostos culinários, seus gastos, seu vestuário, sua música, suas crenças religiosas, seus rituais, sua escolaridade,... Ainda que sem ter “preconceitos”, nos damos socialmente, mas não gostamos de muita mistura com os “diferentes”, porque nos sentimos melhores e é mais cômodo ficarmos entre nossos iguais. Mesmo nas relações mais básicas de homem/mulher, na Família e na sociedade, os preconceitos sobre o lugar e o poder de cada um nos afasta e cria disputas. 
         Ninguém quer ser Menos! E quando nos sentimos “inferiorizados”, menosprezados, ficamos muito ressentidos e, de forma recíproca, criamos conceitos e preconceitos contra os que se acham melhores ou que de alguma forma nos submeteram.  Preconceitos são via de Mão Dupla! Tornamo-nos todos de alguma forma, em algum grau, preconceituosos com quem nos discrimina,, generalizando nossa rejeição uns com os outros.
        Quando nos sentimos superiores aos diferentes, nós alimentamos nosso orgulho, nossa vaidade... (mesmo quando disfarçados de solidários).Quando nos sentimos inferiores a outros grupos, nos sentimos vítimas, cheios de auto piedade, raiva, ressentimento, sentimentos de desforra, pensando muitas vezes em relação aos outros, quando “tropeçam”–“bem feito!”, eles mereceram porque se achavam melhores!
        É importante entender a origem de nossas conceitos e preconceitos para entender as reações, os sentimentos e atitudes hostis que geraram e os “justificaram”, para poder  aceitar  nossas diferenças e para lidarmos melhor conosco mesmos e uns com os outros. Prestando atenção aos nossos Sentimentos em nossas relações com outros pessoas e grupos, podemos identificar restos de preconceitos que nos foram passados e que absorvemos sem sentir.          
         Preciso ir demolindo essas barreiras em mim, porque só posso demolir as minhas! Às barreiras dos preconceitos criados e gerados nos outros, só posso oferecer minha boa vontade em acolher, aceitar diferenças e novidades que, afinal, trazem nuances variadas de cores ao nosso mundo.

sábado, 13 de abril de 2019

NOSSAS DORES



          Relembrando... Somos seres multidimensionais, ou seja, existimos em várias dimensões: física, emocional, racional/mental, espiritual... Elas todas interagem e influenciam umas às outras Como vivemos em uma dimensão material, é a dimensão física que mais desperta nossa atenção. Nosso corpo físico é afetado por nossa emoções e elas respondem aos nossos conceitos e aos julgamentos da mente racional. Esta, por sua vez, precisa ser nutrida pelos valores de nossa dimensão espiritual, porque, mesmo estando nessa “aventura material”, somos Seres Espirituais. Assim funcionamos.
           Em estado de perfeito equilíbrio, o que não é nosso caso, deveríamos estar desfrutando de Saúde: serenidade e bem estar. Como isso não acontece, sentimos Dor, desconforto... Nossas dores, então, nos auxiliam a determinar nossos desequilíbrios. Elas funcionam como alarmes, para que prestemos atenção em nós. Elas se traduzem em sintomas físicos, emocionais, mentais, espirituais... São importantes instrumentos, sinalizadores de desequilíbrios e não devem ser simplesmente desligadas por produtos químicos e anestesias do mundo exterior.
            Existem as dores básicas, primárias, que sentimos no corpo físico. Elas derivam de desatenção, dos riscos e irresponsabilidades com nossos limites e cuidados físicos. Apontam e acompanham doenças que “baixam” de outras dimensões (emocional, mental, espiritual)...
            Nosso corpo emocional “grita” de dor pelas perdas afetivas, pela mágoa, frustração, ressentimento, decepção, ciúme, raiva... pelos sentimentos não assumidos ou verbalizados. Elas também “baixam” de nossas crenças irreais de poder, dominação, disputas eternas e submissão por valorização e amor
            As dores do nível mental/racional nascem do conflito entre nossas idealizações e conceitos aprendidos e a realidade possível do mundo e de nossas relações. Ficamos aprisionados às “necessidades” ideais de aprovação e poder, que tanto defendemos. Lutamos por elas, entramos em luta com as “necessidades” dos outros, sofremos, culpamos tudo e todos, nos anestesiamos...  Na verdade, todas as essas nossas dores são desencadeadas e mantidas por essa prisão às “verdades” do ego.
            Não podemos tentar fugir de nossas doenças e das dores, indefinidamente, apenas com anestesias e remédios materiais. Precisamos olhar suas causas de frente, com atenção, curiosidade e Verdade, para irmos nos libertando , nos auto responsabilizando pelas mudanças necessárias e nos curando.
            E as dores da Alma? Elas resultam da desconexão com nossa dimensão espiritual, a única que pode reeducar e curar nossos níveis  mental/emocional/físico, nutrindo-nos com os valores necessários ao Ser Espiritual que somos. Essa desconexão nos deixa à mercê do ego e num terrível vazio de propósito, de um sentido melhor para a vida, com amor, alegria, serenidade... .
            Só uma busca constante, através da oração e da meditação, de nossa conexão com o Sagrado que nos habita, com o Amor de um Poder Maior, poderá nutrir nossa dimensão espiritual  com a Compaixão, com Justiça, com Cooperação, com Verdade...   Essa nutrição, então, “descerá” como cascata pelas nossas outras dimensões, amenizando nossas dores, produzindo nossa verdadeira cura. 

sábado, 6 de abril de 2019

A AGONIA DA ESPERA



       Esperar sem ocupar o corpo ou distrair a mente no momento presente, é se deixar consumir por pura agonia.  Sentimo-nos acorrentados, hipnotizados, pela ideia de algo que ainda está no futuro desconhecido. Agonia de algo que desejamos muito ou que tememos muito, e que está no momento fora de nosso alcance, fora de nosso poder de atuar.
       Mesmo quando a espera é por algo muito bom e desejado, ficamos em grande tensão: Será tudo, afinal, como ansiamos? Que agonia essa alegria que ainda tarda! E o medo de nos frustrarmos, de que algo saia errado e corte nosso sonho! A espera dos filhos, viagens ou férias programadas, ganhos prometidos...
       As esperas mais difíceis são as que nos ameaçam com perdas e dores ou de posicionamentos e atitudes: Diagnósticos “ruins”, cirurgias graves, dias marcados para despedidas, espera de decisões que independem de nossa vontade, espera do dia de darmos nossas decisões, decisões dolorosas... Elas marcam, também, nossa impotência ante o futuro, ante a vida ou a morte de quem amamos.. A agonia da espera pela volta, ou não, de um filho “perdido na noite”, pela volta de um companheiro que se afasta, pela volta de alguém amado desaparecido...
        Nossa mente viaja em círculos, nos aprisiona em possibilidades que nos agoniam e não nos saciam. É tão agoniante que as “salas de espera”, de qualquer tipo de espera, utilizam revistas, televisões... que nos distraiam do stress dessa “espera”.
        Esperar sem agonia demanda exercício de ocupar-se: ocupar a mente e o corpo com o momento presente. É o exercício de ir desligando-se a cada instante da espera futura (boa ou má) até que se torne presente. Só assim estaremos, então, mais tranquilos e serenos para desfrutar o que a vida nos trouxer de bom ou prontos para encarar novos desafios.