Esperar sem ocupar o corpo ou distrair a mente no momento
presente, é se deixar consumir por pura agonia.
Sentimo-nos acorrentados, hipnotizados, pela ideia de algo que ainda
está no futuro desconhecido. Agonia de algo que desejamos muito ou que tememos
muito, e que está no momento fora de nosso alcance, fora de nosso poder de
atuar.
Mesmo quando a espera é por algo muito bom e desejado,
ficamos em grande tensão: Será tudo, afinal, como ansiamos? Que agonia essa
alegria que ainda tarda! E o medo de nos frustrarmos, de que algo saia errado e
corte nosso sonho! A espera dos filhos, viagens ou férias programadas, ganhos
prometidos...
As esperas mais difíceis são as que nos ameaçam com perdas e
dores ou de posicionamentos e atitudes: Diagnósticos “ruins”, cirurgias graves,
dias marcados para despedidas, espera de decisões que independem de nossa
vontade, espera do dia de darmos nossas decisões, decisões dolorosas... Elas
marcam, também, nossa impotência ante o futuro, ante a vida ou a morte de quem
amamos.. A agonia da espera pela volta, ou não, de um filho “perdido na noite”,
pela volta de um companheiro que se afasta, pela volta de alguém amado
desaparecido...
Nossa mente viaja em círculos, nos aprisiona em
possibilidades que nos agoniam e não nos saciam. É tão agoniante que as “salas
de espera”, de qualquer tipo de espera, utilizam revistas, televisões... que
nos distraiam do stress dessa “espera”.
Esperar sem agonia demanda exercício de ocupar-se: ocupar a mente e o corpo com o momento presente. É o
exercício de ir desligando-se a cada instante da espera futura (boa ou má) até que
se torne presente. Só assim estaremos, então, mais tranquilos e serenos para desfrutar
o que a vida nos trouxer de bom ou prontos para encarar novos desafios.
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