Em nossas
relações no mundo, somos assediados ( e assediamos) todo o tempo com pedidos de
todo tipo. Precisamos muitas vezes dizer Não,
negar. E como isso nos parece difícil!
Quando digo
NÃO a qualquer pessoa tenho medo de não ser “legal”, de não ser bondoso, de não
ser amigo, participante, parceiro, salvador, ingrato... E eu queria tanto a
aprovação dos outros; queria a admiração e o reconhecimento de todos. Então,
como fica difícil dizer NÃO!
E dizer NÃO
a quem amamos? Enfrentar a frustração, a raiva,a mágoa, dos que nos são tão
queridos? Não importa a idade, negar qualquer coisa a quem amamos, nos faz
também defrontar com o medo da rejeição, da incompreensão... e culpa por suas expectativas, decepções e
dores! Mesmo quando os pedidos são
abusivos, insistentes, desrespeitosos, temos imensa dificuldade para negar.
“Quando digo não me sinto cupado!” Aprendemos
que “por amor” vale tudo, pode tudo, devemos tudo... Acreditamos que somos
responsáveis pelas alegrias e felicidade dos outros (pequenos ou adultos) e,
para tanto, devemos atender suas vontades, necessidades e até seus caprichos.
Quando,
finalmente, amadurecemos e entendemos que somos responsáveis, antes de mais
nada, por nós mesmos, começamos a vetar os abusos dos mal acostumados.
Entendemos, também, que não devemos ser cúmplices e eternas muletas das
inseguranças e acomodações dos outros. Precisamos “desplugar”, negar, para
deixá-los viver suas vidas, enfrentar e aprender com seus desafios e vazios,
resolver seus próprios impasses... Entendemos, mas ainda assim é tão difícil!
É difícil
porque está na contra mão do que aprendemos; porque não queremos assistir suas
dificuldades e dores para resolver suas questões e porque ainda precisamos que
precisem de nós para aquietar nossas próprias dependências, carências e
inseguranças! Por isso é tão difícil! E o
Outro, para piorar, pede, insiste e insiste, percebendo e pressentindo nossa dificuldade e fraqueza.
É uma luta,
mas é uma boa luta. Luta que, quando feita com honestidade, com assertividade,
com respeito a todos, sem culpa (quase!?) nos liberta uns dos outros, resguardando
e protegendo, no entanto, o respeito por nós mesmos e pelo Outro e o amor que
nos une.