O ódio é uma paixão! Como toda paixão se caracteriza por um
estado emocional desequilibrado, que foge ao nosso controle, à nossa
racionalidade.
Normalmente,
não “nasce á primeira vista”. Ele medra num terreno fertilizado por crenças,
conceitos, preconceitos, e é nutrido por nossas próprias dificuldades de
personalidade e caráter.
Começa muitas
vezes simples, como uma irritação ou raiva pela contrariedade de um desejo,
pela expressão de opiniões contrárias, pela negação de amor ou de valorização.
Nossas diferenças de personalidade irão deixar morrer essa raiva ou nutri-la,
deixá-la crescer até nos envolver completamente e transformar-se na paixão do
ódio.
Temos uma
carência exagerada de aceitação? A rejeição nos arrasa ? Não aceitamos mesmo as pequenas
frustrações e decepções? A lealdade à pessoas e crenças nos direcionam
apaixonadamente? A arrogância e vaidade
não nos admitem contrariedades ou voltar atrás ? ...
Deixando as
emoções correrem soltas, sem atenção, em nosso mundo interior, a raiva cresce e
é nutrida a cada instante por nossos
pensamentos/lembranças. Ela se robustece, transforma-se num ressentimento, que tenta esconder, disfarçar e justificar um
ódio já latente.
Ficamos,
assim, algemados a esses sentimentos negativos, que nos arrebatam para um mundo
interior escuro, feio, sangrento, sempre reativo, amargo, ácido e zangado, sem
compreensão, sem perdão. Ficamos algemados, aprisionados à pessoas e situações
dolorosas. Nosso olhar perde a capacidade de ver, escolher, analisar... Ficamos
envoltos numa neblina escura que exige sempre se justificar, relembrando
sempre, com mais raiva...