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terça-feira, 24 de novembro de 2020

A VOZ DA CONSCIÊNCIA

  

        É a voz que nos acompanha sempre. Não é a voz de nossa consciência mental, nossa inteligência racional, nem a voz gritada de nossa consciência emocional. É a voz de nossa Consciência Maior, é o sussurro de Deus em nós, nos apontando caminhos e alertando para os descaminhos...

         Desde que nascemos, esse murmúrio em surdina se faz ouvir, orientando-nos. Ela comanda nossas intuições, mas, com o tempo, deixamos de ouvi-la e segui-la em meio à gritaria do mundo à nossa volta, que nos “educa”, condicionando ideias e crenças, ensinando-nos a lutar, julgar, comprar, disputar...

         Ela, no entanto, continua a se fazer em nós, atuando mesmo em Off, acompanhando-nos... Cercados pelas “verdades” do mundo, querendo sempre fazer do “nosso jeito”, atender aos desejos do nosso ego, discutimos com Ela, explicando e justificando nossa “desobediência” ao que nos está sendo intuído. Ficamos impacientes pela sua insistência surda e generosa, pela firmeza de seus valores espirituais de Verdade, Justiça e Amor e tentamos  desligá-la...

         Aprendemos a abafar a Voz de Deus em nós, porque ela parece atrapalhar ou se contrapor às nossas paixões do ego, às nossas mesquinharias egoístas, aos nossos excessos, quando sinaliza que estamos entrando em atalhos perigosos e descaminhos. É impressionante como essa Voz não desiste e funciona como um suave “apito” de alerta dentro de nós...

         Para onde formos, em qualquer tempo, em meio a “sucessos” mundanos, Ela se mantém firme e serena em nós, apontando-nos o melhor. Ela nos consola, nos aplaude quando nos arrependemos e ensina o perdão. Somos portadores de uma  Luz  Maior e Sua Voz faz parte de nós, ressoa para sempre em nós. Só precisamos ouvi-La!

 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

O POTENCIAL DAS SEMENTES

 


           A natureza nos oferece exemplos das constantes transformações em nosso Universo, onde tudo vibra, tudo é movimento, tudo é expansão em seu potencial para a Luz... Mesmo quando a Luz está escondida e tudo parece imóvel e sem vida!  Nesse contexto, como tudo e todos, temos uma origem sagrada, somos sementes dessa Luz e carregamos um potencial de infinitas possibilidades, mesmo quando ainda não percebemos.

         Assim como a pequenina semente de uma árvore traz em si o potencial de uma árvore adulta, também, cada um de nós, carrega o potencial de um Anjo. Como elas, não germinamos todas ao mesmo tempo e nem por igual, mas a Natureza não desiste de suas sementes, jamais. Ela espera por aquelas que parecem nunca germinar porque sabe que, sob as tempestades a que a Vida as submete e arrasta, nas enchentes, no fogo, no frio, no sol, revolvendo o solo onde elas procuram se agarrar, num dia, num tempo, elas encontrarão solo mais fértil, romperão o lacre que as mantêm defendidas, encapsuladas, aprisionadas e iniciarão então a caminhada em direção à Luz Maior, sua natural destinação.

         E continuando, como as plantinhas, pequenas folhas vão rompendo as dificuldades, se encorpando e fortalecendo, instintivamente buscando sempre a luz. Não sabem como, nem porque, exatamente como nós... Nosso caminho é longo, difícil, cheio de perigos, facilidades e tentações que nos confundem, nos embotam e nos retardam nos desvios. Lá permanecemos, até que a Natureza sábia, nos sacode em terríveis e constantes tempestades que acabam por nos livrar dessas “cascas” para continuarmos nossa saga.

         Criando força, confiança, crescemos e florescemos até por fim, frutificarmos...  Sofreremos várias perdas/podas que renovarão, no entanto, nossas forças e nosso propósito. A cada nova estação, a cada momento, podemos florescer mais, gerar e acolher novas sementes e proteger com nosso amor, maior compreensão e firmeza aqueles que se retardam com mais dificuldade pelo caminho.

         As sementes das árvores, como nós e nossas vidas, fazem parte dessa epopeia sagrada! Não existe semente perdida, é tudo uma questão de tempo... “Na Natureza nada se perde, tudo se transforma”.  Assim somos, assim caminhamos, TODOS, embriões sagrados, sementes de Deus. Esqueça o tempo da jornada! O importante é saber do Amor que nos criou, nos acompanha, nos guarda e nos aguarda...

terça-feira, 10 de novembro de 2020

HUMILDEMENTE

 

               Humildemente, rogamos a um Poder Maior de Puro Amor que nos libertasse de nossos defeitos, de nossas imperfeições...   (Sétimo Passo dos Anônimos)

             Eu sofria muito com situações difíceis e dolorosas que aconteciam à minha revelia com as pessoas que amava e me irritava demais com as que não amava! Queria consertá-las para um mundo “melhor”, mais justo e mais verdadeiro. Acreditava firmemente ser meu dever de familiar e cidadã, por amor, acordá-las para meus valores, minhas verdades.  Tentei sem descanso combater seus defeitos e imperfeições, massacrando nossas relações, afastando-os com manipulações, cobranças, críticas, agressividade... Magoei-os, senti-me magoada e fracassada, revoltei-me, quando não consegui modificá-los. Humilhada pela teimosia deles, rogava a Deus, mais poderoso, que fizesse um milagre neles!

            Custei a reconhecer a minha impotência e mais tarde minha arrogância, minha soberba e presunção em crer, equivocadamente, que devia dirigir o destino dos outros e também orientar Deus nessa função!

            Ainda estava humilhada, quando entendi que precisava olhar os “meus” defeitos, minhas características negativas de caráter, para ser mais livre e me relacionar melhor. Com timidez e ainda bastante defendida, comecei a olhar para mim mesma, para minhas crenças, meus sentimentos, minhas atitudes, minhas escolhas, no firme propósito de me modificar. Mas, com minha natural soberba, vaidade e arrogância, achava que, agora, tudo se resolveria, já que estava começando a me entender melhor e sabia o que fazer em mim.

            Comecei o processo com boa vontade. Parecia que seria simples, na medida em que eu reconhecia e entendia que devia me modificar. Mas me vi, ainda tentando defender meus defeitos, justificando-os, custando a modificar-me nas novas situações. Fiquei humilhada ao reconhecer estar repetindo novos e antigos erros. Lembrei do quanto critiquei a fraqueza dos Outros. No confronto com as dificuldades com minha humanidade, passei a entender melhor a humanidade deles.

             Do orgulho que me levava à humilhação fui lentamente descobrindo a Humildade. Da arrogância em julgar e criticar, fui descobrindo a igualdade entre nós... De minhas fraquezas e dificuldades tão humanas, fui aceitando e buscando a orientação, o acolhimento, o consolo, de um Poder Maior de Puro Amor...

             Humildemente, rogo a esse Deus de Paciência, Gentileza, Compaixão... que me ajude no propósito de minha vida – libertar-me dos defeitos que me prendem e me arrastam a lutar, a sofrer e fazer sofrer...

 

 

terça-feira, 3 de novembro de 2020

SOMOS TÃO IGUAIS !

 


          Vivemos nos rotulando, nos diferenciando, nos catalogando pelo que vemos e vivenciamos em nosso mundo tão material, no qual, afinal, tudo é provisório e temporário. Acreditamos nesse olhar superficial que aponta as diferenças, mas é um tolo engano. Tudo é parte de Maya, nossa grande ilusão material, porque, na verdade,  somos essencialmente iguais em nossa Humanidade.

          Temos a mesma Origem e a mesma Destinação, ambas sagradas e, nesse trajeto, vivenciamos e lapidamos nossa humanidade ainda tão primária. Trazemos, todos, ainda, em maior ou menor grau, o apego à vida,  a amores, a posses, ao poder... Isto nos lança em lutas intermináveis, onde aparecem nossos defeitos de caráter... Temos Medo, muito medo uns dos outros, que disfarçamos com orgulho, vaidade, arrogância, prepotência... com a submissão dos mais fracos. Temos inveja do que ainda não possuímos, usamos a gula para satisfação de prazeres e o sexo como desejo inacabável ou fonte de manipulação e domínio... Temos muita raiva, “rosnamos” ou atacamos, quando nos falta o domínio sobre pessoas e situações. Temos sempre desculpas para justificar nossa preguiça em modificar a direção de nosso olhar para nos olhar ...

           Nessa busca e luta incessante, temos muito pouca compaixão, tornamo-nos egoístas na defesa de nossos desejos e muitas vezes covardes e mesquinhos... Somos muito iguais em nosso Ego, ainda bastante dominado por nossos instintos... E  somos absolutamente iguais quando a Dor das perdas nos atinge! Nada nos iguala mais que a Dor ! Ela nos alavanca, a todos, do material para o espiritual em busca de socorro.      E como estamos numa caminhada sagrada, muitos atributos e necessidades espirituais começam a se fazer presentes em todos nós.  Ansiamos por Justiça, Liberdade e Verdade. Sentimos Alegria ao sermos Solidários e  nos aquecemos com a Compaixão, a Ternura, a Generosidade...

        Nessa caminhada das necessidades do instinto, das urgências do ego, das descobertas do espiritual...Somos tão Iguais ! As diferenças e rótulos apenas nos enganam, geram dificuldades e oportunidades, elas são do mundo de Maya...