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quarta-feira, 8 de setembro de 2021

A VAIDADE QUE NOS CEGA

 


Trazemos caraterísticas e tendências, boas e más, quando nascemos. E crescemos ouvindo sempre e absorvendo “verdades” que se tornaram crenças. Eram constantes elogios à beleza maior, à nossa raça, nossa cultura, religião, nome de família, ideologias... Isso alimentou o orgulho, a vaidade e a satisfação de nos acharmos os melhores, mais “certos”, mais orientados, mais estudados, mais generosos, mais “legais”, mais merecedores e superiores, enfim! Tudo isso encontrando um eco maior ou menor em nós, conforme nossas tendências naturais.

         Essa “certeza” nos fechou, bloqueou, cegou, a qualquer outro saber ou sentir que não o nosso! Ficamos prisioneiros de nós mesmos, de tudo a mais que acreditamos que somos e podemos. Tornamo-nos um vaso lacrado e isolado do resto desse mundo “pobre e burro”, que nós menosprezamos (mesmo quando os amamos) e que acreditamos ter a obrigação de orientar e conduzir.

 Acreditamos ser “ o orientador” em nosso pedaço e, se preciso for, vamos entrar e lutar pelo “nosso grupo”; grupo dos que nos seguem, dos que nos aceitarem e nos seguirem nas orientações ou no comando. Não podemos aceitar qualquer liderança diferente da nossa! Não aceitamos a ideia de liderar abrindo espaço para ideias novas e liberdade para segui-las, ou não. Quem não reconhece ou aceita nossa superior orientação não está do nosso lado, escolheu o outro lado!

Soberbo e vaidoso, tenho meu próprio mundo interior estreito, sem muitas opções, porque não me permito ver, olhar, ouvir... Nego, julgo e condeno coisas e pessoas novas, diferentes.... Invalido todos que não concordaram comigo, rejeito todos que pensaram diferente do meu saber... Desconfio, desprezo e me contraponho a qualquer outra liderança que se apresente pela Verdade e pela Liberdade de escolha...   Torno-me facilmente manipulável na medida que inflam minha vaidade ou que se submetem a mim.  Posso ser bom, amoroso, gentil e generoso, aos que forem leais a mim, mas me afasto e desprezo os “dissidentes”. Quando resolvo lutar, teimosamente me lanço à luta, à resistência, para fazer valer o que “sei” que é o melhor para os outros.

          Mas meu mundo interior é confuso. Minha natureza amorosa e sagrada grita por igualdade, parceria, liberdade, contudo minha mente distorcida pelo orgulho e vaidade é hegemônica e não admite parcerias com igualdade....  Quando todos os seguidores ou as pessoas que mais amo se cansarem do papel igualmente lacrado de submissão, quando começarem a entender e querer a liberdade de serem e pensarem diferente, eu me sentirei sozinho, porque não consigo aceitar sermos iguais em nossas diferenças.        

           A vaidade é minha cegueira e prisão!




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