Todos
queremos ser felizes! Todos! Sempre! E entendemos que a felicidade virá do
prazer, da satisfação de nossos desejos. Mas, num
mundo competitivo e materialista, em eternas lutas e ameaças, nós, seres
espirituais, inseguros e “famintos” de amor e valorização, nos perdemos nessa
busca distorcida para garantir a felicidade, e passamos a tudo consumir
(pessoas, comidas, bebidas, coisas...) mais e mais, excessivamente, querendo
preencher um vazio, que não é material...
Todo
excesso esconde, ou revela, uma Falta, uma dor, uma agonia! Como não sabemos disso vamos, inocentes,
alegremente, deslisando do prazer, do gosto,
para o exagero e o excesso. Cada vez mais somos tentados a comer mais e mais,
variados sabores, numa fome insaciável... A buscar o gozo/prazer no sexo, até nos
perdermos nos excessos da luxúria... A beber mais e mais em busca da alegria em
camaradagens sem fim, a usar mais e mais químicos e depois, presos, enganados e
perdidos, precisamos aplacar o desespero do corpo/mente abusado em excesso...
Queremos amar
e ser amados, mas em nossa ânsia exagerada, tudo confundimos e, excessivamente,
nos apegamos e queremos dominar... Queremos ser valorizados, mas acabamos fascinados pela
vaidade pelo luxo, buscando excessivamente status , aplausos, riqueza, poder...
Queremos SER, mas em excesso, fomentamos nosso orgulho e queremos dominar, queremos
TER, cada vez mais, poder, dinheiro, coisas, pessoas, povos...
Viciados
nesses excessos, viciamos nosso ego e somos dominados por ele. Quanto mais difícil
é o mundo, mais excessos parece nos exigir e manter nossos excessos acaba por
nos consumir... e infelicitar!! Perdemos
todo o equilíbrio que poderia nos trazer serenidade e felicidade.
Acredito que
precisamos descobrir/entender o que nos leva aos nossos excessos e reconhecer
em que áreas de nós mesmos eles atuam: o que nos falta afetivamente (nossas
carências) e onde nossos defeitos de caráter estão nos dominando (orgulho,
vaidade, cobiça, inveja, luxúria...)
Não é fácil “abrir mão” de nossos excessos! Já
nos habituamos ao brilho e a “adrenalina prazerosa” com que enfeitam e disfarçam
as nossas carências e nossas dores.
A Felicidade requer irmos de encontro aos nossos desejos, buscarmos nosso prazer, de modo mais suave, tranquilo, sereno...Para desfrutarmos do prazer saboreando a Vida é importante a Temperança, o equilíbrio, a “reserva prudente”, a simplicidade, a sobriedade..