Já nascemos
em meio à competições na família! Ele/a parece mais com quem? Qual a família
sabe o melhor modo de criar e educar? Ele/a gosta mais de quem? O ciúme rola
entre pais, avós, tios... e nós no meio, sendo disputados, manipulados e,
inseguros, aprendendo a manipular...
Todos queremos ter Amor e Valor! É isso que nos move em
nossas relações, na família ou fora dela! Somos vítimas dessas distorções e
passamos a acreditar que nosso valor e amor dependem de sermos vencedores
nessas “batalhas”. Passamos pela vida muitas vezas como mendigos buscando
sempre sermos vencedores e termos aprovação de fora.
Entre irmãos isso torna-se muito forte, numa comparação
constante e doentia, que se arrasta pelos anos: quem é o queridinho do pai, ou
da mãe, ou da avó? Essas competições seguem carregadas (mesmo quando mais leves
pela maturidade), de mágoa, ciúme, raiva, injustiça... criando antagonismo
entre irmãos! Essas comparações e preferências atrapalham o desabrochar sadio
de nossa auto imagem, auto confiança e auto estima, permanecendo sempre nosso foco
de atenção fora de nós mesmos.
Carregamos essa necessidade de “ser mais” para nossas outras
relações, competindo sempre, disfarçando nosso medo de “ser menos”, com as
máscaras da indiferença, do orgulho e vaidade...
Onde essa distorção traz mais prejuízo é no “Amor” e no
casamento! No início, movidos pelo encantamento das paixões, admiramos o Outro,
mas sempre competindo: Quem é o melhor, mais perfeito, mais companheiro ? Como
não somos perfeitos, como falhamos em manter a imagem prometida, passamos ao
velho hábito de nos comparar, a criticar, cobrar e menosprezar um ao outro. Agora,
ainda nos comparamos nessa triste competição: Quem é o pior?
O problema das competições e disputas é que não aprendemos a
olhar para nós mesmos, para nossos talentos ou dificuldades. Nós nos medimos
pelos Outros ! Precisamos que alguém perca, seja menos, para que nos sintamos
valorizados e possamos ser amados!
No entanto, olhar para nós mesmos, cuidar com carinho e
valentia de nossa humanidade, sem comparações, nos traz a intimidade leal que
serve de base para nossa auto estima e auto valorização.