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quarta-feira, 13 de outubro de 2010
EM FAMÍLIA - Outros Papéis
Enquanto desde a infância vamos aprendendo o roteiro básico de nossos papéis na Família ( e para o Mundo), vamos aos poucos também, inconscientemente, incorporando outros papéis na dinâmica familiar, mais condizentes com nossas características pessoais (nosso temperamento). Podemos estar desempenhando o papel de:
_ o Herói ou Salvador, aquele que se sacrifica por todos (“tudo arrebenta nas minhas costas!”) e tenta tudo controlar “porque sabe o que é melhor para todos”. Deixa de viver a própria vida tentando viver a dos outros. Sente-se sacrificado e explorado mas não consegue deixar de ser controlador.
_ o Facilitador, acredita ser sua missão “salvar” algum membro mais problemático, fazendo por ele tudo que é da responsabilidade do outro. Impossibilita o crescimento e, frustrado, sente-se vítima.Toma um discurso de eterna lamúria e cobrança.
_ o Provocador, espera um momento de calmaria para cobrar, provocar, discutir, “dar o troco”.
_ o Pacificador, aquele que se interpõem entre todos em nome da concórdia e da paz familiar. Minimiza comportamentos invasivos e agressivos, desqualifica sentimentos “menos aceitáveis”, não permite que os outros se vejam, se encontrem ou desencontrem, que aprendam a se cuidar e respeitar.
_ o Revoltado, se contrapõe sempre ao grupo familiar: contesta, critica, julga e condena. Não ouve e quer ser ouvido; não compreende e quer ser compreendido.
_ o “Bonzinho”, dócil, acomodado, repetidor das lições ensinadas; busca aprovação, mesmo à custa de si mesmo; esconde muitas vezes mágoa por não ser devidamente reconhecido.
_ o Palhaço, o gaiato, o irreverente, brincalhão, diverte o grupo, faz graça, minimiza as dores e os problemas na tentativa de espantá-los. Usa sua máscara sorridente para esconder ou não entrar em contacto com sua dor ou com as dores familiares.
_ o Provedor, aquele que banca, que detém o poder através do dinheiro.
_ o Alienado, distancia-se, buscando ficar indiferente às dores e problemas da Família. Na tentativa de se isolar da dor, acaba isolando-se também do Amor.
_ a Eterna Criança da família, cuidado por quase todos como um “caçula”que não cresceu. Acomoda-se, infantilizado, e pouco respeitado.
_ o Humilhado, em algum momento falhou, sente-se culpado e aceita a eterna culpa que lhe é lembrada pela família. Não tem voz, sente-se impotente.
E tantos outros... E os acumulados, trocados...
Crescer como indivíduo, tornar-se adulto, é tornarmo-nos mais e mais conscientes de nós mesmos, de nossos defeitos e talentos, de nossas acomodações e possibilidades na Família e no Mundo. A partir daí, é de nossa inteira responsabilidade a escolha de nossos papéis e o modo de desempenhá-los na família e em quaisquer outros grupos.
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